A imagem de Nossa Senhora da Conceição da Igreja Matriz de Canguçu

17/12/2010

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Em que pese o grande número de anos transcorridos desde que colocada no altar mór da Igreja Matriz de Canguçu, a pequena imagem de Nossa Senhora da Conceição resistiu a raios em 1912, 1914. E, em 1921 ao incêndio da sacristia, quando era pároco o padre espanhol Alberto Balaguer Valor, conservou do templo muitas de suas imagens antigas. Depois do incêndio Canguçu foi visitado em 1º e 2 de janeiro de 1922 pelo ilustre canguçuense Bispo D. Otaviano de Albuquerque, bispo do Piauí que terminou sua vida religiosa como Arcebispo de Campos no Rio de Janeiro, cidade que perenizou seu nome numa de suas ruas e numa escola. D. Otaviano visitou a igreja onde fora batizado e junto a qual passara sua infância. Ele contribuiu financeiramente para reforma da sacristia incendiada e foi batizada com o seu nome uma rua de Canguçu.

A pequena imagem da padroeira de Canguçu com cerca de 40 cm de altura e rara beleza é de fina escultura, é a primitiva, somente despojada de sua coroa de prata, maculada por um raio em 1914. A sua origem é desconhecida.
Sabe-se que é mais antiga do que a cidade de Canguçu. Em 1870 depois do término da Guerra do Paraguai, ela foi substituída por acharem pequena e muito humilde. E fiéis protestaram sob a seguinte argumentação:
“Fora aquela pequenina senhora que batizara, casara e enterrara muitas gerações de fiéis canguçuenses e também fora a que assistira as guerras de 1801, 1811-12, a Cisplatina 1825/28. a Revolução Farroupilha 1835/45, a guerra contra Oribe e Rosas 1851-52 e a do Paraguai 1865/70 e as dores e as alegrias locais, e por isso, no altar mor deveria ficar”.
Este argumento encerrou a discussão e determinou sua volta ao altar mor.
Em 1912-1914, ela teve sua integridade ameaçada por raios que penetraram pela janela lateral existente à direita do altar mor. Quando do incêndio da sacristia em 1921 ela foi salva das chamas pelo jovem canguçuense Walter Oliveira Prestes que com o risco de queimar-se a salvou das chamas entre aplausos de fiéis. Ele pertencia a confissão religiosa episcopal. Um sinal do atual ecumenismo em Canguçu de que a acadêmica Irmã Cecília Rigo tem sido um grande exemplo. Em 1956 teve início uma remodelação completa do templo que duraria 13 anos. Recordo que no ano anterior declarado a Aspirante a Oficial do Exército teve lugar cerimônia neste templo de batismo de minha espada de oficial pelo padre Zomar, natural de Piratini.

Durante a reforma da igreja que se estendeu por 13 anos ela funcionou em prédio que existiu no local da atual Prefeitura que no passado fora sede até 1939 do Clube Harmonia e a seguir reformado para sede do Globo Hotel que passou por diversos proprietários. Nesta ocasião pesquisamos os livros de Tombo da Matriz, faltando exemplares dos tempos da Guerra Civil 1893/95, que teve repercussões muita negativas para a comunidade em decorrência da degola depois do combate de Rio Negro da Cavalaria Civil a serviço dos governos federal e estadual por federalistas depois de se renderem sob garantia de vida. Assunto que abordamos com detalhes na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.154(378):55- -88,jan./mar.1993. e na Revista do Centro de Pesquisas Literárias (CIPEL) 2009, em artigo O Exército no Rio Grande do Sul e a sua atuação na Guerra Civil 1893/95.


Estado da Igreja
N.Sra. da Conceição
de Canguçu antes de
iniciada a sua reforma.
(Foto do Arquivo
Conrado Ernani Bento e
por ele anotada a data a
tinta e com o autor)



A reforma levada a efeito pelo artista Adail Bento Costa conservou só a fachada principal e o restante foi demolido dando lugar a um templo mais amplo. Foi mudada de local a sesquicentenária pia batismal construída por volta de 1851 e que desde então nela foram batizadas gerações de canguçuenses e, inclusive o autor no dia de Natal de 1932. Esta pia batismal construída 6 anos da criação de Canguçu constitui junto com a imagem da padroeira as duas mais preciosas relíquias da comunidade.
Recordo que neste período meu pai havia colecionado fotos antigas do templo de cuja atividade de reconstrução havia participado com destaque com a Professora Elaine Selistre esposa do juiz Dr Tasso Selistre. Esta coleção a doei em 1972 a Adail Bento Costa e com sua morte não consegui reencontrá-la com seus herdeiros Em 1993, perto próximo dos 200 anos de Canguçu, a histórica imagem foi mandada pintar por restaurador especialista em Pelotas pelos casais festeiros da novena de 1993, segundo a professora Maria das Graças Valente da Silveira em O Liberal em 1998.
Em 25 de março de 1646 Nossa Senhora da Conceição, devoção portuguesa de longa data foi consagrada pelo Rei D. João IV a Padroeira e a Rainha do Reino de Portugal em cerimônia solene na Vila Viçosa. E para agradecer a Independência de Portugal da Espanha, a qual estivera vinculado como um só reino, de 1580 a 1640, no período de União das Coroas de Espanha e Portugal. sob o rei de Espanha. E a partir desta data nenhum rei, rainha príncipe ou princesa de Portugal usou coroa na cabeça na presença da imagem de Nossa Senhora da Conceição por considerarem que só a padroeira e rainha de Portugal Nossa Senhora da Conceição tinha este direito.
E nos quadros onde aparecem reis e rainhas de Portugal suas coroas estão colocadas de lado sobre um tamborete ou almofada de cetim.
Conceição é a corruptela da palavra original Concepção. Ou Nossa Senhora da Concepção, por haver concebido sem o pecado original e como virgem Jesus Cristo como filho do Espírito Santo. Circunstância consagrada como um dogma da Igreja Católica. Ou seja o dogma de Imaculada de Nossa Senhora da Conceição, de 8 de Dezembro de 1874 pelo Pio IX.
Ao Portugal separar-se de Espanha, esta lutava contra os holandeses que invadiram o Nordeste. Inicialmente a Bahia em 1624 e mais tarde Pernambuco em 1630. E durante a guerra contra os holandeses em Pernambuco ocorreu a Insurreição Pernambucana 1644-1654, guerra herdada por Portugal, assunto sobre o qual escrevemos As Batalhas dos Guararapes análise e descrição militar e as invasões holandesas na Bahia e Pernambuco na História do Exército perfil militar de um povo em 1972 no capitulo 2ª Guerra Holandesa a convite do Estado-Maior do Exército como membro de sua Comissão de História do Exército. Em razão da luta e vitória final de Portugal contra os holandeses a padroeira e rainha de Portugal Nossa Senhora da Conceição foi consagrada com grande devoção em Salvador e Recife. Na cerimônia em Vila Viçosa D. João IV criou a Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição e determinou aos alunos da Universidade de Coimbra que antes de colarem grau deviam prestar o juramento de defender Nossa Senhora da Conceição.
Esta Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição seria a origem dela passar a ser a padroeira do Exército de Portugal e por extensão, a partir de nossa Independência, consagrada por D. Pedro I como a padroeira do Brasil e por extensão a padroeira do Exército Imperial do Brasil. Devoção substituída pela República como padroeira do Brasil a Nossa Senhora (da Conceição) Aparecida, a padroeira do Colégio Aparecida de Canguçu onde estudamos de 1938 a 1944.
Em 12 de outubro de 2010 no dia da Padroeira do Brasil de minha casa em Itatiaia as margens do rio Paraíba do Sul recordei a história de Nossa Senhora Aparecida. Em 1717 três pescadores num dia ruim para pescaria, segundo a tradição, ao recolherem sua rede sem nenhum peixe notaram algo estranho na rede. E identificaram como sendo uma imagem sem a cabeça de Nossa Senhora Aparecida, a rainha e padroeira de Portugal e por extensão de sua colônia o Brasil.
Ao recolherem novamente a rede notaram um pequeno objeto parecendo uma pedra e que logo identificaram como sendo a cabeça da Nossa Senhora da Conceição recolhida na rede. E a partir daí tiveram uma pesca excepcional considerada milagrosa. E teve inicio uma devoção aquela imagem que seria consagrada como Nossa Senhora Aparecida e com o correr dos anos seria consagrada como a padroeira do Brasil. Ou em realidade uma Nossa Senhora da Conceição recolhida pela rede de pescadores do fundo do rio Paraíba do Sul. Em 1982 quando comandante do 4º Batalhão de Engenharia de Combate em Itajubá-MG. Em 12 de outubro, soldados do Batalhão decidiram como meu estímulo colocar uma imagem de Nossa Senhora Aparecida num nicho de um enorme tronco de uma árvore morta que originalmente ficava junto a margem do rio Sapucaí nos fundos do Batalhão.
Tronco que fora escolhido por no passado haver sido encontrado enredado em suas raízes que se estendiam rio adentro o corpo de um soldado que se afogara no rio e cujas buscas ao longo do rio foram infrutíferas, até que foi localizado seu corpo enredado em raízes.

Uma procissão em Tuiuti em reverência a padroeira do Exército N.Sra. da Conceição em pleno Teatro de Guerra no Paraguai pelos soldados brasileiros. Era uma cena de rotina. Depois da vitoriosa Batalha de Tuiuti de 24 de maio de 1866, o General Osório reuniu todos os militares e bandas e cantaram em ação de graças pela vitória obtida a canção do Exército de então Oh Virgem
da Conceição (Fonte; História do Exército perfil militar de um povo, v.2,p.640).



E retornando ao Batalhão, 27 anos depois, para palestra sobre o General Osório em seu bicentenário, o local por iniciativa de militares do Batalhão se transformou num Oratório do Soldado conforme parte do que se vê na foto ao lado, Nossa Senhora Aparecida uma grande devoção do Presidente Wenceslau Braz que declarou guerra a Alemanha em 1914, extinguiu em 1918 a Guarda Nacional e instituiu o Serviço Militar Obrigatório e outras providências que beneficiaram o Exército, razão de havermos proposto o seu nome para patrono do 4º Batalhão de Engenharia de Combate que com o seu prestígio ele levara para Itajubá e cuja
pedra fundamental de sua caserna ele lançou. Não teve acolhida minha proposta sendo mais tarde acolhida a de Pontoneiros da Mantiqueira. Em 1996 quando fundamos em Resende a Academia de História Militar Terrestre do Brasil a romaria ao Santuário Nacional de Aparecida registrou a presença record de 265.000 romeiros. Academia que fundamos em Resende, no contexto de um Encontro do Instituto de Estudos Valeparaibanos (IEV) tendo por objetivo o levantamento da evolução da Presença Militar no Vale do Paraíba, nos estados de São Paulo,Rio de Janeiro e Minas Gerais. Encontro em que atuamos como 3º vice presidente do IEV encarregado de orientar e coordenar cientificamente este encontro. E ele se desenvolveu em Resende, na Academia Militar das Agulhas Negras e na Associação Educacional Dom Bosco e, em Itatiaia, no Centro de Recuperação de Itatiaia (Hospital do Exército). A partir desse momento a Academia de História Militar Terrestre do Brasil muito evoluiu e se espalhou pelo Brasil na sua missão de desenvolver as histórias do Exército, Fuzileiros Navais, Infantaria da Aeronáutica, das Policias e Bombeiros Militares. E em especial suas doutrinas militares genuínas calcadas, como no caso do Exército, de 5 séculos de lutas predominantemente vitoriosas, em grande parte responsáveis pela configuração e preservação de suas dimensões continentais que não são obra de um milagre, para que gerações de militares portugueses e  brasileiros até 1822 e de soldados brasileiros a partir desta data contribuíram com suas vidas, sacrifícios e privações profissionais para esta grandeza e que hoje lutam para a nacionalização progressiva da doutrina militar terrestre brasileira e para receber do governo o apoio essencial para desenvolver equipamento militar que lhe assegure poder militar dissuasório compatível para melhor defender no 3º milênio que ora se inicia as suas riquezas da Amazônia e do Pré Sal, de ambições internacionais crescentes. Que Nossa Senhora da
Conceição ajude o nosso Exército neste alevantado objetivo.
E justo este ano e em 2011 ela trava a batalha para consolidar a sua sede junto a Academia Militar das Agulhas Negras quando esta comemora 200 anos. Que Nossa Senhora da Conceição a ajude a se consolidar em Resende e contribuir com os objetivos do Exército.

Visão da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) em Resende onde estudaram os canguçuenses Coronéis Fernando Oscar Lopes, Jairo Casarim, Paulo Morales Nunes, Claudio Moreira Bento, Genes Gentil Moreira da Silveira e Adonai Camargo. Ao lado a gravura de N.Sra. da Conceição a única decoração que existia no quarto do Duque de Caxias ao falecer e que hoje se encontra no Museu da Academia Militar das Agulhas Negras cujos cadetes desde 1932 usam como arma privativa o Espadim de Caxias cópia fiel em escala da invicta espada de 6 campanhas que Duque de Caxias patrono do Exército e da Academia de História militar Terrestre do Brasil comandou. (Fonte gravuras retiradas de trabalhos do autor sobre a AMAN e o Duque de Caxias).

E Nossa Senhora da Conceição foi a devoção do Duque de Caxias patrono do Exército e da Academia de História Militar Terrestre do Brasil e que ao falecer a única decoração em seu quarto era uma gravura de Nossa Senhora da Conceição , que hoje se encontra no Museu da Academia Militar das Agulhas Negras desde que a ela foi entregue por seu biografo Dr Eugênio Vilhena de Morais. Imagem que reproduzo na gravura 110 na página 322 de meu livro Caxias e a Unidade Nacional em 2003 de que existe exemplar na Biblioteca do CFNSA.
Durante a Revolução Farroupilha a igreja de Canguçu esteve a beira da ruína. E o então Barão de Caxias determinou a tropa ao comando do Ten Cel da Guarda Nacional Francisco Pedro de Abreu, o Moringue, que a restaurasse. O Duque de Caxias foi consagrado com o nome de rua transversal, em Canguçu, a que fica para o sul da rua Cel GN Genes Gentil Bento.Esta rua no meu tempo de criança era que segundo a tradição local dividia em Canguçu, simbolicamente, o Brasil, mais desenvolvido do Uruguai, mais atrasado.













Pintura do Barão de Caxias com cerca de 42 anos ao tempo em que como Presidente da Província e comandante do Exército na Província do Rio Grande do Sul a pacificou e foi por ele eleito seu senador pelo Partido Conservado até o final de seus dias. Ao lado visão da Igreja N.Sra. da Conceição da Freguesia de Canguçu com uma torreão, tempo em que ela estava em adiantado estado de ruína e o Barão de Caxias deu ordem ao comandante da Ala Esquerda de seu Exército com sua Base de Operações em Canguçu que a restaurasse. (Fontes: Livros BENTO. Caxias e a Unidade Nacional 4ª capa e Canguçu reencontro com a História).


Várias localidades do Brasil ligadas a História de Portugal e por extensão a sua História Militar a receberam como padroeira, ou como devoção, como foi o caso de Salvador e Recife que enfrentavam os holandeses na época da sua consagração como padroeira e rainha de Portugal. E foi o caso de Resende fundada por
uma Bandeira comandada pelo Ten Cel de Ordenanças Simões da Cunha Gago, cuja padroeira é
Nossa Senhora da Conceição.
E foi também o caso de Canguçu como abordamos no início, criado como capela Curada em 1800, pelos Tenentes Generais Conde de Resende Vice Rei do Brasil e Sebastião Veiga Cabral da Câmara – Comandante Militar do Rio Grande do Sul, como Comandância Militar subordinada ao Rio de Janeiro que então autorizaram a criação da Capela de Nossa Senhora da Conceição de Canguçu, por razões estratégicas
militares. E foi assim que surgiu Canguçu, repetimos, para ajudar a prevenir que uma invasão espanhola
a partir de Cerro Largo atingisse Canguçu, antiga base de guerrilhas de Rafael Pinto Bandeira e
onde ela guardava as manadas arreadas de gado espanhol. Criada a capela Curada de Nossa Senhora
da Conceição em Canguçu, ela atraiu moradores do pequeno povoado Canguçu onde funcionara
a Real Feitoria do Linho Cânhamo de Rincão do Canguçu 1783/1789. Com a criação de Canguçu este
local passou a denominar-se Canguçu Velho, e a Capela curada recém criada passou a ser orientada
por seu Inspetor Cel Jerônimo Xavier de Azambuja, antigo guerrilheiro de Rafael Pinto Bandeira que contribuiu com a maior quantia para a construção da nova capela, e era na época a segunda autoridade
militar da Fronteira do Rio Grande conforme detalhes que revelamos nas seguintes obras: Os 200 anos
da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição de Canguçu 1800-2000, - Canguçu 200 anos – Fundada em
1º janeiro 1800 e - Canguçu reencontro com a História edições de 1983 e 2007 e outras mencionadas
na bibliografia ao final. O Cel Jerônimo durante a Guerra de 1801 foi o subcomandante da Legião de Cavalaria encarregada da Defesa da Fronteira do Rio Grande, ao comando do grande fronteiro Cel Manoel
Marques de Souza 1º, consagrado patrono da 8ª Brigada de Infantaria Motorizada de Pelotas que estudamos em nosso livro História da 8ª Bda Infantaria Motorizada.

Arcebispo e Bispo de Campos- RJ Dom Otaviano de Albuquerque, nascido em Canguçu em 3 de julho de 1866, ao tempo da Guerra do Paraguai e filho de Francisco José Pereira de Albuquerque de Dona Manuela Felicidade Garcia. Depois de cursar em Canguçu a Escola Régia para meninos do Professor Antônio Joaquim Bento, fez seus estudos no Colégio Nossa Senhora da Conceição em São Leopoldo. Foi eleito bispo do Piauí em 2 de abril de 1904. Promovido a Arcebispo de São Luiz do Maranhão em 27 de outubro de 1922, depois de visitar Canguçu em 2 de janeiro de 1922. Atuou muito no Rio de Janeiro na década de 30 no Mosteiro de São Bento, cabendo-lhe a iniciativa da criação da Páscoa dos Militares no Rio de Janeiro. A seguir foi nomeado como Arcebispo - Bispo de Campos-RJ, local onde faleceu aos 82 anos em 3 de janeiro de 1949 sendo sepultado na cripta da Catedral de Campos. Cidade onde foi homenageado com nome de uma rua e de igual modo em Canguçu sua terra natal. Entre seus colegas de infância recordou Genes Gentil Bento e André Leão Puente. É patrono de cadeira na Academia Canguçuense de História e o estudamos em nosso livro Canguçu reencontro coma a História em Filhos ilustres de Canguçu. 


Junto com Canguçu foram fundadas dentro deste contexto estratégico Caçapava e Encruzilhada do Sul sobre os possíveis caminhos de invasão ao Rio Grande do Sul pela Campanha. Ou sejam Santa Tecla-  Encruzilhada - Rio Pardo. E o mais novo caminho de invasão previsível Cerro Largo - Herval – Piratini
– Canguçu. E Canguçu se conquistado pelo o invasor dali poderiam seguir para conquistar Rio Pardo ou para conquistar Rio Grande sedes dos comandos das Fronteiras do Rio Pardo e do Rio Grande divididas pelo rio Camaquã e pontos inicial e final do primeiro caminho histórico do Rio Grande do Sul, mencionado pioneiramente pelo General Paula Cidade, meu patrono de cadeira no Instituto de História e Geografia
Militar do Brasil (IHGMB). Caminho antigo usado pelos índios guaranis do Tape da Região das Missões para comunicações com o litoral através da Terra dos Tapes, em torno de Canguçu Velho atual.

A HISTÓRIA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO A PADROEIRA DE CANGUÇU

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Autor Cel Claudio Moreira Bento
Presidente e fundador da Academia de História Militar Terrestre do Brasil, do Instituto de
História e Tradições do Rio Grande do Sul e da Academia Canguçuense de História. Foto
em seu escritório em sua casa em Penedo Itatiaia-RJ, vendo-se ao fundo o seu Armário
sobre assuntos relacionados com a História de Canguçu, onde na prateleira superior
aparece a imagem de N.Sra. da Conceição que foi a padroeira do Exército no Império, e é
de grande número de municípios gaúchos e de Canguçu.




A ideia de fundar Canguçu em 1800, segundo a tradição, partiu de um grupo de moradores do local que o obtiveram dos contendores da disputa pela posse do Rincão do Tamanduá, onde hoje se assenta a cidade de Canguçu. Mas em realidade eles executaram uma estratégia do Vice Rei do Brasil (1790-1801) Ten. Gen. D. José Luis de Castro e 2º Conde de Resende de melhor povoar a indefinida Fronteira de Portugal com a Espanha, resultante do Tratado de Santo Ildefonso de 1777, que no Rio Grande do Sul a Espanha impôs
a Portugal, na forma de uma fronteira Portugal-Espanha separada por uma faixa neutra, terra de ninguém, sem lei e sem, rei denominada Campos Neutrais. Faixa neutra que absorvia todo o atual município de Santa Vitória do Palmar. Quanto ao território entre os rios Piratini e Jaguarão com um limite a ser definido, mas balizado como certeza pelo rio Piratini, onde como povoação mais meridional portuguesa era a Vila dos Casais, a atual Piratini criada em 1789, ano da Revolução Francesa e da remoção de Canguçu no local hoje conhecido como Canguçu – Velho, por questões de Segurança.
E por esta época sentia-se iminente uma guerra que ocorreu em 1801, em que temia-se uma 3ª invasão espanhola que era esperada partir do Forte de Cerro Largo espanhol e a seguir atingir, em linha seca o rio Jaguarão e pelo passo Centurion, ou passo Nossa Senhora da Conceição, e a seguir em linha seca atingir os atuais municípios de Herval do Sul, Pinheiro Machado, Piratini e Canguçu. Caminho histórico este que em sentido contrário foi percorrido pela guerrilha de Rafael Pinto Bandeira na Guerra de 1774/77, para penetrar no atual Uruguai, entre as fortalezas espanholas de Santa Tereza e Santa Tecla (junto a Bagé) e La mais além a arrear vacuns e cavalares e trazê-los como presas de guerra e os depositar no campos de Canguçu, conforme mapa publicado pelo General Augusto Tasso Fragoso em seu livro A Batalha de Passo do Rosário. Abordamos Canguçu como base de guerrilha em nosso livro Canguçu reencontro com a História p.20-23. João de Oliveira por escrito cedeu o direito que poderia ter sobre o Rincão do Tamanduá. E o Capitão-Mor Paulo Xavier Prates, supondo-se o verdadeiro dono do Rincão do Tamanduá cedeu este terreno por escritura pública.

Brigadeiro Rafael Pinto Bandeira Governador Militar do Rio Grande do Sul de então que transferiu a Real Feitoria do Linho cânhamo do Rincão de Canguçu 1783/89, de Canguçu Velho atual, e presumo que por questões de Segurança do estabelecimento, face a iminente guerra de 1801 para o Faxinal da Courita em São Leopoldo atual onde ela funcionou até 1824 e suas instalações acolheram os primeiros imigrantes alemães. Como Major Rafael havia permanecido longo tempo com sua base de guerrilhas em terras de Canguçu atual durante as invasões espanholas de 1763 a 1777 (Gravura de Rafael em BENTO CMS 4 décadas de História e Feitoria em BENTO Canguçu Velho a sede da Real). Ver bibliografia


Em vista da doação do Rincão do Tamanduá 140 moradores do local em ofício de 4 de dezembro de 1799, dirigido ao Capitão General Sebastião da Veiga Cabral, comandante militar do Rio Grande do Sul de então, subordinado ao Rio de Janeiro requereram a permissão para fundar Canguçu em invocação a Nossa Senhora da Conceição, petição teve despacho favorável em Rio Grande, 4 dias depois. Em 1º de junho de 1800, moradores de Canguçu reunidos elaboraram Estatuto pelo qual todos os terrenos do Rincão do Tamanduá seriam propriedade de Nossa Senhora da Conceição de Canguçu e seriam administrados pelo Capitão General Veiga Cabral de Câmara.
Os terrenos foram divididos em duas classes. Uns para edificar casas nas ruas marcadas. E outros seriam aforados e cercados para potreiros e outros serviços. Os primeiros terrenos classificados como de 1ª classe seriam vendidos a 1 patacão (960 reis), por dez braças de frente e vinte de fundo, ficando de propriedade do comprador E os de 2ª classe por 15 reis a braça e seriam propriedade de Nossa Senhora da Conceição de Canguçu.
Passam-se os anos e por volta de 1860, a padroeira de Canguçu ficou reduzida a propriedade do terreno onde a igreja foi construída, conforme abordou J. Simões Lopes Neto no Bosquejo do Municipal de Canguçu, na Revista do Centenário de Pelotas nº 4, em 1912. Em 2 de abril de 1863 a Irmandade conjunta do Santíssimo Sacramento e de Nossa Senhora da Conceição dirigiram requerimento à Câmara de Deputados do Império na tentativa de reaver os terrenos doados a padroeira. Requerimento assinado pelo Provedor vereador Theophilo de Souza Mattos e pelo vice-provedor professor Antonio Joaquim Bento, no propósito de reaverem os terrenos de propriedade de Nossa Senhora da Conceição incorporados pelo Município em 1857, ao ser este criado e por força das Leis de Amortizações não concederem dispensa à
Irmandades.
Os esforços da Irmandade foram frustrados, os quais detalhamos os em nosso livro 200 anos da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição de Canguçu, às páginas 38/39. Conclusões a que chegamos ao reencontrarmos o requerimento da Irmandade conjunta no Arquivo Nacional no Rio, ao tempo em que dirigíamos o Arquivo Histórico do Exército, sendo Ministro da Justiça Paulo Brossard ligado por laços de família a descendentes de Malaquias Borba que foi estancieiro em Canguçu junto ao rio Camaquã e sogro do Ten Cel Honorário do Exército Theóphilo de Souza Mattos. Dirigia o Arquivo Nacional a neta de
Getúlio Vargas, Celina Vargas do Amaral Peixoto. Como demonstramos a fundação de Canguçu com toda esta pressa, em 1800, no ano anterior a Guerra de 1801 que empurrou a fronteira do corte do rio Piratini ao corte do rio Jaguarão, possuía motivações militares estratégicas, bem como razões militares a escolha de Nossa Senhora da Conceição que era na época a rainha e padroeira de Portugal e de seu Exército. 


Ten Cel Honorário do Exército Theofhilo de Souza Mattos vereador de Canguçu que comandou o Corpo de Cavalaria e da Guarda Nacional de Canguçu na Guerra do Paraguai e Professor Antonio Joaquim Bento o 1º professor régio para meninos de Canguçu e introdutor do Teatro no local e respectivamente amigos e provedor e vice-provedor da Irmandade N.S. da Conceição da Igreja Matriz de Canguçu que
encaminharam requerimento Câmara de Deputados do Império em 1860, na tentativa de obter a devolução dos terrenos do Rincão do Tamanduá que haviam sido doados a N.S. da Conceição e incorporados ao município quando de sua criação


O FILHO ILUSTRE DE CANGUÇU GENERAL HIPÓLITO PINTO RIBEIRO - Acadêmico da AHIMTB

22/11/2010

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Carlos Fonttes



Hipólito Pintoo Ribeiro – “O Guerreiro vencedor de Inhanduí” – como enfatizou o presidente da Academia de História Militar terrestre do Brasil, Cel Cláudio Moreira Bento, nasceu em Canguçu (1824/1904).
Serviu como soldado na Guerra dos Farrapos. Depois da pacificação, sentou Praça no Exército, como voluntário.
Quando estava no posto de Capitão pediu demissão do Exército. Ingressando na Guarda Nacional, residiu por muitos anos em Uruguaiana.
Quando o Império interferiu na República Oriental do Uruguai, a favor de Venâncio Flores, o Gen Zeca Neto (Antonio de Souza Neto), que ali residia, organizou uma Brigada de Cavalaria Ligeira, entregando o comando de um Corpo dessa Brigada ao Gen Hipólito. Essa Brigada fez parte da tomada de Paysandu.
Terminada a campanha, Hipólito seguiu com essa força fazendo a vanguarda do Exército de Osório, que marchava para o Paraguai, na Guerra da Tríplice Aliança contra este País.
Nela, Hipólito ia como Major, retornando, após o término, no posto de Brigadeiro Honorário do Exército e, como um dos “melhores chefes de cavalaria” – como disse o escritor Dante de Laytano (Revoluções e Caudilhos, de Arthur Ferreira Filho/2ª edição).
Esteve nessa guerra, inicialmente sob as ordens do General Neto, depois lutou ao lado do General Andrade Neves – “O Vanguardeiro”.
Hipólito participou dos principais combates, como Tuiutí, Avaí, Lomas Valentinas e outros, sendo várias vezes citado em Ordem do Dia do Comando em Chefe.
Após o termino da guerra do Paraguai, com a morte de Francisco Solano Lopes em Cerro Corá, em 1º de março de 1870, o Governo Imperial o distinguiu com o posto de Brigadeiro Honorário do Exército.
Com a revolução de 1893 no RS, Hipólito organiza em Uruguaiana uma Divisão com tropas do Exército, Guarda Nacional e civis, que teve o nome de “Divisão do Exército”. Antes do término dessa revolução ele recebeu do Governo republicano as honras de General de Divisão.
Recebeu as seguintes condecorações: Medalha de prata da campanha de 1852; Cavaleiro da Ordem de Cristo, em 1860; Comendador da Ordem da Rosa, em 1870; Medalha concedida ao Exército no campo do Marechal João Propício Menna Barreto (campanha do Uruguai), em 1872; Medalha geral da Campanha do Paraguai, em 1872 (de ouro); Medalha do Mérito Militar, pelos combates de 1877 e 1872; Oficial da Ordem do Cruzeiro, em 1877 e Medalhas comemorativas da Guerra do Paraguai, conferidas pelos governos da Argentina e do Uruguai.
Faleceu em 1904, deixando três filhos: Ismael Osório, Hipólito Ribeiro Filho e Annita Ribeiro Menna Barreto.
Em uma recente visita a terra dos meus antepassados, em São Gabriel, vim sanar dúvidas à respeito de onde estariam os restos mortais desse valoroso “Cabo de guerra”, que muitos historiadores de Uruguaiana pensavam estar naquela cidade.
Descobrimos o seu mausoléu em São Gabriel. Conta-nos o historiador Osório Santana Figueiredo, daquela “cidade dos Marechais” que, após a morte desse General, sua esposa levou seus restos mortais para São Gabriel.


Nota do Cel Claudio Moreira Bento: O General Hipólito Ribeiro nasceu em antiga casa que existiu no local da Igreja Episcopal na rua Exercito Nacional e Brigadeiro Antônio de Sampaio. Rua esta que tinha o seu nome em toda a sua extensão. restando como denominação a parte abaixo da rua General Osório. Recebeu seu nome antiga praça que existiu entre a rua Exercito Nacional e Brigadeiro Antônio de Sampaio e a rua Gaspar Silveira Martins entre as ruas general Osório e Julio de Castilhos. O General Hipólito empre4stou seu apodo de O Vanguardeiro ao Piquete Tradicionalista O Vanguardeiro, por sugestão da professora Marlene Barbosa Coelho. Sintetizo a obra do General Hipólito em meu livro Canguçu reencontro com a História. O ilustre filho de Canguçu esta sepultado em São Gabriel onde comitiva da ACANDHIS e do Piquete Vanguardeiro visitou. O General Hipólito é patrono de cadeira da ACANDHIS ocupada pela acadêmica Professora Aliette Martins Ribeiro.Seu filho homônimo combateu no combate de Canguçu Velho em’1923 como governista. Combate que abordei em Canguçu rencontro com a História pagina195.

Agraciados com a Medalha da ACANDHIS Cerro da Liberdade

27/10/2010

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PREFEITO CASSIO LUIZ FREITAS MOTA

Justificativa lida pela Acadêmica Vanja Rocha Wiskow



A Academia Canguçuense de História agracia com a sua medalha Cerro da Liberdade, o seu atual Presidente de Honra. Prefeito Cássio Luiz Freitas Mota, já em seu 2º mandato. Distinção em reconhecimento ao seu apoio à Academia Canguçuense de História em sua nobre missão iniciada, em 13 de setembro de 1988, data de sua fundação, de pesquisar, preservar, cultuar e divulgar a História da terra e gente canguçuense.

O Prefeito Cássio deu assim continuidade ao trabalho dos prefeitos, Presidentes de Honra da Academia Odilon Almeida Meskó, Nelson Edi Grigoleti e Domínio Camargo. Prefeitos que por sua vez deram continuidade ao resgate, culto e divulgação da História de Canguçu iniciado em junho de 1978, com as comemorações da 1ª semana de Canguçu na administração do Prefeito Gilberto Moreira Mussi, com a assessoria cultural histórica da Delegacia de Canguçu da Academia Brasileira de História, sob a liderança da Irmã Firmina Simon e concurso das professoras Marlene Barbosa Coelho, Laedi Bachini Bosembecker e do radialista Adão Jesus Marques Pereira.

Esforço que o Presidente de Honra Cássio vem complementando no sentido da concretização de uma sede própria para a ACANDHIS, entre a Casa da Cultura e o Teatro Municipal, o que coroaria todo este esforço cultural, iniciado há 32 anos na 1ª Semana de Canguçu. Isto por entender junto com os prefeitos que o antecederam neste período de que a preservação, culto e divulgação de memória da terra e gente canguçuense é um sagrado dever do Estado, no caso da Administração de Canguçu, em ação conjunta Executivo e Legislativo.

Cássio e filho de Canguçu, nascido em 28 de setembro de 1954, filho de Álvaro Brockman Mota, meu saudoso amigo de mocidade e de Zilda Freitas Mota, nossa colega de infância no Colégio Aparecida. Cássio é neto do Major Silvino Freitas, antigo funcionário da Coletoria Estadual e do qual guarda traços fisionômicos. Seu avô era afilhado de batismo de meu bisavô, Professor Antônio Joaquim Bento. hoje evocado como o 1º professor régio para meninos do município e introdutor do teatro entre nós. Cássio por parte de pai possui ligações com Adolfo Brockman que conheci e revolucionário de 1923, que participou no combate de Canguçu Velho de 24 de agosto de 1923, e pai de um saudoso amigo de mocidade Germano Brockman.

Cássio é casado com D. Maria Regina Portantiollo Mota de cujo consórcio nasceram Gabriel, Luiza e Felipe.

Cássio fez carreira como funcionário estadual no setor de saúde. Atualmente é presidente da AZONASUL que representa os Municípios da Região Sul do Estado e exerce o 2º Mandato como Prefeito até 31 de dezembro de 2012.

Trabalhou de 1975 a 1996 em postos de saúde estaduais, preocupado com o atendimento básico de famílias com menor poder aquisitivo. Em 1997 assumiu a Secretaria Municipal de Saúde e Meio Ambiente de Canguçu tendo permanecido 8 anos a sua frente e onde desenvolveu 3 programas de Saúde Familiar; 1 Pronto Atendimento 24 horas, 25 postos de Saúde. Secretário de Saúde empenhou-se na construção do prédio da Secretaria de Saúde e Educação e Esportes. Com o Prefeito no seu 2º Mandato busca o desenvolvimento integral e sustentável de Canguçu, com foco no lado social e humanitário, sem deixar a atenção a infância e a pré-escola.

Entre suas obras do ponto de vista da Historia da comunidade e seu desenvolvimento integral, tem cooperada com a ACANDHIS para que ela semelhança de uma Casa da Memória de Canguçu. preservar o seu esforço de resgatar a História perdida da comunidade. Pois a” História é a mestra da vida e a mestra das mestras. em seu papel de estudar o `Passado para entender o Presente e assim melhor planejar o desenvolvimento integral Futuro de Canguçu. Comunidade que emergiu a partir de 1978 de uma espécie de Idade Média cultural histórica, na qual havia submergido a partir a Revolução Federalista de 1893/95 que tantos males causou a Canguçu.
 

Pela ACANDHIS
Cel Claudio Moreira Bento Grão Mestre da Medalha do Cerro da Liberdade
Canguçu 14 setembro de 2010



EX -PREFEITO GILBERTO MOREIRA MUSSI

Justificativa lida pela Acadêmica Professora Ivete Possas da Silveira


História e verdade e justiça. A Academia Canguçuense de História agracia com sua Medalha Cerro da Liberdade o acadêmico Gilberto Moreira Mussi, ocupante da cadeira 22, Dr Luiz Oliveira Lessa, na qual foi recebido por esta presidência.

Gilberto passou a ocupar local de destaque no amparo e promoção da Cultura em Canguçu, através de um elenco de medidas, sem precedentes históricos, responsáveis pelo despertar de um sadio nativismo canguçuense e de uma consciência alta e nobre da participação de Canguçu no concerto das outras comunidades rio-grandenses.

Dentre as medidas citadas registre-se: A criação da Casa da Cultura de Canguçu que abriga uma biblioteca, um museu, e o Conselho Municipal de Desportos, marcos da 1ª Semana de Canguçu em 1978, promoção por ele instituída, uma necessidade há muito reclamada e um sucesso cultural, particularmente em torno apresentação de corais. A par disto promoveu uma maior divulgação de Canguçu, através de reportagens nos jornais Diário Popular de Pelotas e A Razão de Santa Maria onde procurou enfatizar dados historicos de Canguçu elaborados por nós desde 1956 e por integrantes da Delegacia local da Academia Brasileira de História, por nos criada como seu acadêmico e autoriazada por seu Presidente Dante de Laytaano. Delegacia integrada pela Irmã Firmina Simon, hoje nome de cadeira na ACANDHIS e as professoras Marlene Barbosa Coelho(falecida) e Laedi Bachini Bosenbecker e o falecido radialista Adão Jesus Marques Pereira. E mais o encaminhamento através do Secretário de Cuktura Dr Luiz Carlos Barbosa Lessa de nosso livro Canguçu reencontro com a História um exemplo re reconstituição de memória comunitária que foi publicado em 1983 pelo Instituto Estadual do Livro com o prefácio de Barbosa Lessa.

Através desse elenco de medidas, concretizou Gilberto Moreira Mussi, velha e justa aspiração canguçuense e em especial de seus ancestrais da família Moreira, Carlos Norberto Moreira seu bisavô e de Barbosa Lessa e meu avô e patrono de minha cadeira na ACANDHIS e mais de seu tio bisavô Franklin Mãximo Moreira que sob a influência de seu pai Inacio Jose Moreira que foi o 1º funcionário da Justiça em Canguçu. Foram pioneiros em manifestações culturais e sociais na comunidade, conforme abordamos em parceria com o acadêmico Cairo Moreira Pinheiro em ensaio sobre o Gens literário dos Moreiras onde se destacaram em ordem de idades Firmo Duarte Moreira e seu irmão por parte de pai Major Angelo Pires Moreira, Tarcilio Moreira Mattos, Mario Mattos, Eloah Moreira Morales do Nascimento, Moacyr Mattos, Luis Carlos (Moreira) Barbosa Lessa, Clovis Rocha Moreira, Cel Claudio Moreira Bento , Cairo Moreira Pinheiro , Capitão de Mar e Guerra Carlos Norberto Stumpf Bento e a professora Margarida Manke Bento ao que ssabemos até agora.

Gilberto nasceu em Pelotas em 14 Dez 1938, filho de João Mussi, viajante comercial e depois partidor judicial e de Sara Pires Moreira (Mussi) bisneta do vulto farroupilha Bernardo Pires que estudamos em nosso livro Autoria dos Símbolos do Rio Grande do Sul, personagem a quem se deve a iniciativa da criação do município de Canguçu por sugestão através de canais maçônicos ao seu criador o catarinense Coronel Jerônimo Coelho Presidente do RGS, e neto de Ciro Moreira, último intendente eleito de Canguçu que ingressou na política como secretario do Intendente Cel Genes Gentil Bento de 1905/1917 e fez carreira na Exatoria Estadual. Gilberto é casado com a Sra Lindamar Oriente Mussi e contribuiu na Revista da ACANDHIS dos 200 anos com artigo A Indústria e Comércio em Canguçu.

Possui invejável currículo vitae como político prefeito de Canguçu, Deputado Estadual, Chefe da Casa Civil do Governo do Rio Grande do Sul e atualmente Grão Mestre da Maçonaria no Rio Grande do Sul

Pela ACANDHIS
Cel Claudio Moreira Bento Grão Mestre da Medalha do Cerro da Liberdade
Canguçu 14 de setembro de 2010


DR LUIZ CARLOS VALENTE DA SILVEIRA


Justificativa lida pela Acadêmica Professora Elida Elida de Ávila Canez


A Academia Canguçuense de História agracia com a sua medalha Cerro da Liberdade o acadêmico DR LUIZ CARLOS VALENTE DA SILVEIRA por notáveis serviços a ACANDHIS onde se destacou na coordenação de medidas junto ao Legislativo e Executivo de Canguçu que concorreram para o grande brilho da comemoração em 21 de maio de 2010 do Bicentenário do Brigadeiro Antônio de Sampaio que comandou como capitão em Canguçu de 1845/49 uma Companhia do 4º Batalhão de Fuzileiros para consolidar a paz farroupilha na região. Unidade que por transformações, fusões e denominações sucessivas resultou no Regimento Tuiuti em Pelotas, o Regimento do Patrono da Infantaria, onde gerações de canguçuenses tem prestado o Serviço Militar Obrigatório na paz e na 2ª Guerra Mundial.

Luiiz Carlos nasceu em Canguçu, no dia 21 de junho de 1942, filho de Carlos (Carlitos) Soares da Silveira e Lydia Valente da Silveira. Casou-se em 30 de dezembro de 1965, com Elza Ferreira da Silveira, tendo deste matrimônio, cinco filhos: Luiz Carlos filho, Clarissa, Rodrigo, Marília e Valéria. Iniciou seus estudos no Grupo Escolar Irmãos Andradas. Seu primeiro trabalho foi no Banco Industrial e Comercial do Sul S.A.

Cursou o Ginasial no Colégio Nossa Senhora Aparecida, onde exerceu a presidência da Associação Senhora Aparecida, entidade estudantil. Durante este período trabalhou na Rádio Liberdade como locutor comercial, esportivo e noticiarista e ainda em rádios novelas da Emissora. Após este período, já em Pelotas, ingressou no Colégio Pelotense e depois no Colégio Monsenhor Queirós, onde cursou o Científico. Prestou vestibular na Universidade do Rio Grande do Sul, entrando na Faculdade de Odontologia, sendo Monitor da Cadeira de Anatomia, inclusive com publicação de Trabalho Científico, em livro especializado.
No período em que esteve em Pelotas, trabalhou na Rádio Tupanci, como Locutor Comercial e Chefe de Departamento de Notícias, sendo considerado pela crítica, na oportunidade, como melhor de Pelotas.

Durante o Curso Universitário, exerceu a Presidência do Diretório Acadêmico, Dr. Bruno Chaves. Regressou a sua terra natal, onde montou consultório Odontológico e começou a exercer atividades comunitárias entrando para Diretoria do Esporte Clube Cruzeiro, Clube em que presidiu por sete mandatos.

Assumiu a presidência do CODECAN (Conselho de Desenvolvimento de Canguçu), órgão responsável por trazer para Canguçu a antena da TV PIRATINI e, junto a ASCAR, atual EMATER, o plantio de soja, e, em conjunto com a Prefeitura Municipal, a distribuição de títulos de propriedade aos Assentados, no campo do Estado, no 5º Distrito de Canguçu.

Firmando contrato com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, iniciou o atendimento no interior do Município, trabalho este que se prolongou por quase 20 anos.

Iniciou sua carreira política no MDB, quando auxiliou no preparo da plataforma de governo do Prefeito Gilberto Mussi. Candidatou-se a vereador, pelo PMDB, sendo um dos mais votados neste pleito. Neste período também foi eleito Tesoureiro da Associação das Câmaras Municipais da Zona Sul.

Em 1º de janeiro de 1993, assumiu a Secretaria da Saúde, Trabalho e Bem Estar Social. Como Secretário da Saúde implantou os Agentes Comunitários de Saúde no meio Rural, a aplicação da vacina BCG nos recém-nascidos.

Membro da Diretoria da Associação dos Secretários Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul e do Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde.
Participou na 1ª Conferência Regional do CONESUL, organizado pelo Conselho Inglês – Britsh Counsil – para América Latina, apresentando o seu Trabalho sobre a organização dos Agentes Comunitários de Saúde, experiência que foi, pelo Peru e Bolívia, analisada para implantação em seus países.

A convite da Organização Ibero-Americana de Saúde participou do Congresso Mundial de Atenção Primária à Saúde, em Cuba.

Exerceu a Coordenação da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Canguçu no período de 2001 a 2004, ocasião em que ela patrocinou trabalho de nossa autoria. Os 200 anos da igreja Matriz N.S da Conceição de Canguçu 1800-2000. Honrava assim uma tradição iniciada por seu trisavô materno Professor Antônio Joaquim Bento, como vice provedor da Irmandade N.S da Conceição. Assumiu como membro da Academia Canguçuense de História em outubro de 2004, tendo como Patrono seu tio paterno Raul Soares da Silveira, destacado tradicionalista. Acreditando na potencialidade do município de Canguçu, implantou junto ao seu consultório odontológico um moderno laboratório de prótese. Luis Carlos.



ACADÊMICO MOACIR PEREIRA DE MATTOS



Justificativa lida pela Vice presidente da ACANDHIS Professora Yonne Maria Sherer Bento que aparece na foto junto com o acadêmico Cairo que coordenou as informações dos textos

A ACANDHIS agracia com sua Medalha, Cerro da Liberdade seu acadêmico Moacyr Pereira Mattos, ocupante da cadeira de seu bisavô Ten Cel. Honorário do Exército Theofhilo de Souza Mattos, canguçuense esquecido, tio materno do General Revolucionário de 23, Zeca Netto. Theophilo como vereador de Canguçu comandou o Corpo de Cavalaria da Guarda Nacional de Canguçu mobilizado pela Câmera de Vereadores e que participou da Guerra do Paraguai e lutou na conquista do Forte de Curuzú, integrando o 2º Corpo de Exército ao Comando do Conde de Porto Alegre.

Moacyr foi nosso colega no Colégio N. S. Aparecida, é o 1º filho de Tarcilio Eneas Moreira de Mattos e de D. Júlia Ribeiro Pereira de Mattos e neto paterno de Teófilo Tertuliano de Mattos, revolucionário de 23 junto com seus filhos e de Amenaíde Silveira Moreira. Esta irmã de Carlos Norberto e Franklin Máximo Moreira, patronos de cadeira na ACANDHIS e ligados a fundação do Clube Harmonia .
Moacyr nasceu em 6 de janeiro de 1928, estudou em Pelotas, Boqueirão e em Canguçu no CFENSA. Foi casado com Olga Ribeiro Mattos, em 1952, de cujo consórcio nasceram: Sônia, José Paulo, Leila e Ângela.

Em 1970 Moacyr foi um dos fundadores do CTG, Sentinela da Armada e em 1981 fundou o Piquete Tradicionalista Barbosa Lessa. Armada refere-se ao passo da Armada do Camaquã que lembra a passagem em retirada forçada em 1774 para Rio Grande em poder dos espanhóis da Armada (Exército em espanhol) do General Dom Vertiz y Salcedo Governador de Buenos Aires, nascido no México e Governador de Buenos Aires. Armada (Exército) derrotado frente a Rio Pardo onde teve frustrado seu plano de reconquistar todo Rio Grande do Sul e eliminar as guerrilhas portuguesas na serras do Herval e dos Tapes em Encruzilhada do Sul e Canguçu atuais; Entre nós ao comando do Major Rafael Pinto Bandeira.

Moacyr foi um pecuarista incentivador em Canguçu da criação de cavalos crioulos, do gado Devon e do plantio de soja.

Contribuiu com a Revista da Academia Canguçuense de História dos 200 anos de Canguçu com o seguinte artigo Transportes e transportadores em Canguçu em parceria com esta Presidência. E parceria ainda em parceria com esta presidência, Barbosa Lessa e Cairo Moreira Pinheiro contribuiu com seus conhecimentos genealógicos com nosso livro Dos Lemes da ilha da Madeira aos Mattos, Moreiras e Bentos de Canguçu.

E considerado um dos maiores artesãos gaúchos vivos na elaboração de artigos com couros ou guascas. Era o que no passado se chamavam estes habilidosos e raros artesãos de guasqueiros. Os trabalhos que realiza podem ser apreciados em seu Blog, Esta presidência possui uma artística bengala finamente retovada de couro da lavra de Moacyr Pela Academia Cel Claudio Moreira Bento Grão Mestre da Medalha Cerro da Liberdade.










O agraciado e acadêmico Dr Luiz Carlos Valente da Silveira em inspirada oração agradece a AHIMTB a distinção recebida em nome dos agraciados.








O Prefeito Cassio Luiz Freitas Mota e Presidente de Honra da Academia Canguçuense de História usa da palavra ressaltando a importância do trabalho da Academia Canguçuense de História para a pesquisa,preservação ,culto e divulgação da História de Canguçu com a qual muito tem aprendido sobre e abordou o seu esforço e de sua equipe no sentido no sentido de concretizar a construção da sede Academia segundo projeto desta entre a Casa da Cultura e o Teatro Municipal e colocou a disposição da Academia o site da Prefeitura que foi pela ACANDHIS na forma de um blog www.acandhis.blogspot.com organizado por sua assessoria de Imprensa.

CONRADO ERNANI BENTO (1888-1966) - Patrono da ACANDHIS

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Homenagem ao patrono da ACANDHIS

Homenagem da ACANDHIS lida pela Acadêmica Professora Laedi Bachini Bosembecker


Nasceu, Conrado Ernani Bento, em Canguçu- RS, em 13 de setembro de 1888. Filho do Cel. Genes Gentil Bento e Maria Conceição Monteiro Bento. Seu nome foi colocado em homenagem ao General Conrado Niemayer, parente próximo de sua mãe, personagem de destaque no Exército, como engenheiro, militar e historiador.


Seu avô, Antônio Joaquim Bento, natural de Pelotas, nomeado em 1856 primeiro professor régio do município de Canguçu, teve ativa participação comunitária como professor, teatrólogo e abolicionista.


Seu pai, Genes Gentil Bento, após ativa participação em prol da República, governou por 11 anos (1906-1917) Canguçu, sua terra natal. Exerceu no Governo de Borges de Medeiros funções públicas.


Conrado Ernani Bento, em função das atividades de seu pai, viveu em Rio Grande, Itapoã, estudou em Pelotas.


Em 1905, com 17 anos, retornou a Canguçu, onde passou o restante de sua vida, até transferir-se para Pelotas, um ano antes de sua morte. Num concurso entre as moças de Canguçu foi por elas considerado o segundo lugar em simpatia, sendo o primeiro o jovem João de Deus Morais e que casariam com as irmãs Cacilda e Joana filhas do casal Carlos Norberto Moreira e Firmina Percilia Matos Moreira (segundo documento de posse de Cairo Moreira Pinheiro).


Em 1913, casou-se com a citada Cacilda Matos Moreira, tiveram 13 filhos.


Assumiu o Notariado e Registro de Imóveis de Canguçu, em 1910, função que exerceu com profundo conhecimento, zelo, honradez e espírito público, por 53 anos, e em 1963 aposentou-se.


O primoroso exercício profissional, combinado com seu invulgar espírito público, assegurou-lhe uma destacada participação comunitária.


Dotado de inteligência viva, curiosidade invulgar e vontade férrea, acumulou como autodidata, ao longo da vida, apreciável cultura geral.


Sua vida de homem público teve início na Revolução de 1930, integrou a Junta Revolucionária de Canguçu, como Presidente. Vitoriosa a Revolução foi nomeado prefeito de Canguçu em outubro de 1931, pelo General Flores da Cunha.


Em 1935 continuou seu mandato como Prefeito eleito, sendo interrompido em 1937, por ter sido solidário com o General Flores da Cunha, de quem recebera decidido apoio material para o projeto de iluminação elétrica de Canguçu, inaugurado em 1933.


Em 1952, assumiu a Prefeitura de Canguçu, cumprindo até o término de seu quatriênio.


Em quase seus 10 anos de prefeito, uma vez nomeado e duas eleito, orgulhava-se do elenco de realizações: luz elétrica, Colégio Municipal de Cerrito, Praça Marechal Floriano, início do calçamento de Canguçu, rua principal em 1953.


Educação e estrada, suas maiores preocupações.
Conrado Ernani Bento tem sua atuação ligada a instalação do Colégio Nossa Senhora Aparecida, do Hospital de Canguçu, no funcionamento do primeiro curso ginasial de Canguçu.


Mandou exumar o corpo dos 4 bravos que tombaram no Combate de Canguçu-Velho, na Revolução de 1923, dando-lhes sepulturas dignas, assinalando-as com uma cruz de ferro, no Cemitério do Canguçu-Velho.


Colecionou jornais, organizou álbuns fotográficos com anotações a próprio punho, pelo que foi possível reconstituir-se a História de Canguçu nos últimos 60 anos.


Faleceu em 1966, com 78 anos de idade, em espírito jovem, sepultado em Canguçu, com a tristeza e carinho de seus numerosos amigos admiradores.


Valores morais, espirituais – riquezas que sempre procurou acumular, considerando que essas riquezas o tornaram uma pessoa feliz.


Alguém lhe perguntou sobre as ofensas e ingratidões. Sua resposta foi que em seu coração não havia lugar para essas recordações, pois elas se afogaram no mar de atenções, carinhos, gestos de amizade que recebia do povo que amava, mesmo das que divergiam de seus pontos de vista.


Esta é a breve biografia do Patrono da Academia Canguçuense de História, lida na comemoração dos 22 anos de atividades da ACANDHIS, em 14 de setembro de 2010.


(Nota: A vinda e instalação do CFNSA ocorreu em sua administração como Prefeito de Canguçu. Instalação cuja concretização muito se deve ao seu empenho e do Bispo de Pelotas D. Joaquim Ferreira de Mello).


Foi apresentado Power Point histórico pela ACANDHIS recordando fatos marcantes dos 22 anos de sua atividade profícua no tocante a pesquisa, preservação, culta e divulgação da História de Canguçu.

O CANGUÇUENSE BISPO D. OTAVIANO REZOU A MISSA POR MORTE DO PRINCIPE PERFEITO

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Por: Cel Claudio Moreira Bento
Presidente da Academia Canguçuense de História
Em 31 de março de 1920 o canguçuense Bispo do Piauí, Dom Otaviano Pereira Albuquerque, hoje nome de rua em Canguçu e patrono de cadeira da ACANDHIS ocupada pela acadêmica Rosenda Barbosa Telesca, celebrou missa na Igreja da Lapa no Rio de Janeiro, mandada rezar por amigos membros da antiga Família Imperial do Brasil, pela morte em 20 de março em Paris ,do heróico soldado D. Luis, filho do casal Conde D`Eu e Princesa Izabel, A Redentora.

O Príncipe D. Luiz nascido no Brasil em 1874, foi consagrado nas cortes da Europa como O Príncipe Perfeito. Ele perecera com 42 anos, em 26 de março de 1920, em função de males adquiridos na 1ª Guerra Mundial, como oficial de Ligação de Artilharia nas geladas trincheiras de Yser como oficial do Exército Inglês, sendo condecorado postumamente pela Inglaterra, França e Bélgica.

E igreja da Lapa esta repleta das mais altas autoridades de Brasil e de amigos e membros da Família Imperial, segundo relatos da época .Abordamos vida do Príncipe Perfeito na História da AD/6 Artilharia Divisionária Marechal Gastão de Orleans da 6ª Divisão de Exército Voluntários da Pátria, em parceria com o Cel Luiz Ernani Caminha Giorgis (Porto Alegre: Promoarte, 2003.p.37).

No fim deste ano em 3 dez, o Presidente Epitácio Pessoa revogou o ato de Banimento da Família Imperial do Brasil e o Conde D`Eu e Marechal Gastão de Orleans pode retornar ao Brasil. em 8 de janeiro de 1921, em companhia de seu único de seus três filhos sobrevivente da 1ª Guerra Mundial e repatriando os restos do Imperador D.Pedro II e da Imperatriz Tereza Cristina.

E aos poucos os rancores entre republicanos e monarquistas brasileiros vão arrefecendo. Em 1890, em cerimônia no Palácio do Governo do Itamarati é pela primeira vez tocado o Hino Nacional depois de Proclamada a República.

Em 24 de agosto de 1924, o aniversário do Duque de Caxias , “ A espada e Escora do Império” foi consagrada como o Dia do Soldado. Em 1925 o Capitão de Corveta Caetano Taylor Fonseca Costa, herdeiro da Invicta Espada de Campanha de Caxias que este havia doado em testamento ao Visconde da Penha que fora seu Ajudante de Ordens na Guerra contra Oribe e Rosas 1851-52 e seu Chefe de Estado-Maior na Guerra do Paraguai 1866-88 é doada ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro de que o Duque de Caxias fora sócio.

Em 1931 cópia reduzida desta espada é adotada pelo Cel José Pessoa Cavalcanti comandante da Escola Militar e pelo General Leite de Castro Ministro da Guerra, como arma privativa do cadete do Exército e com o nome de Espadim de Caxias. E ainda o Cel José Pessoa adota os uniformes dos cadetes do Exército como um elo do Exército Imperial do Brasil com o Exército Republicano do Brasil.
Pouco menos de um ano decorrido desta missa D. Otaviano visitou Canguçu, em 2 e 3 de janeiro de 1921, local onde nascera em 1866, próximo a Igreja Matriz N.S da Conceição. Local onde fora aluno de meu bisavô Professor régio para

meninos Antônio Joaquim Bento e colega de infância de meus avós Genes Gentil Bento e Carlos Norberto Moreira. Foi recebido na entrada da cidade próximo do meio dia pelo Intendente Dr Raul Azambuja e povo, sendo homenageado com um banquete no Novo Hotel . A noite visitou o Clube Harmonia que ficava no local onde hoje se ergue a Prefeitura e fez um discurso sobre o tema Harmonia.

No dia seguinte visitou a Intendência, local da atual Casa de Cultura Marlene Barbosa Coelho, onde foi assinado decreto dando o seu nome a rua D. Otaviano. Fez uma doação para reparos na Igreja , conforme registramos em nosso livro 200 anos da Igreja Matriz .N.S. da Conceição de Canguçu 1800-2000.(Resende:ACANDHIS,2000.p42). Decorridos 5 dias da visita de D. Otaviano a Canguçu chegaram ao Brasil os restos mortais do Imperador e Imperatriz trazidos pelo Conde D`Eu, pai do heróico Príncipe Perfeito, por cuja alma o canguçuense D.Otaviano rezara a missa em 31de março de 1929 mandada rezar por amigos e membros da Família Imperial, decorridos 6 dias do falecimento do Príncipe Perfeito.

A 8ª CAMPANHIA DO BATALHÃO DE FUZILEIROS EM CANGUÇU, AO COMANDO DO CAPITÃO ANTÔNIO DE SAMPAIO EM 1845-49

18/10/2010

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Cel Claudio Moreira Bento(x)
A 8ª Companhia do 4º Batalhão de Fuzileiros que ao comando do Capitão Antônio de Sampaio, hoje consagrado patrono da Arma de Infantaria, teve a missão de consolidar a pacificação da Revolução Farroupilha em Piratini ex capital Farroupilha. E, em especial, em seu distrito de Canguçu onde ela aquartelou por cerca de 4 anos como sua Base de Operações. Isto, por ser considerado Canguçu, segundo o grande guerrilheiro imperial Ten Cel da Guarda Nacional Francisco Pedro de Abreu, o Moringue, que ali estivera baseado de agosto 1843/fev de 1845, “ como o distrito de Piratini de mais perigo e mais farrapo”.
E assim, em Canguçu foi presença pioneira na área da AZONASUL do hoje 9º Batalhão de Infantaria Motorizado – o Regimento de Tuiuti o Regimento de Sampaio, que tem como raiz histórica o citado 4° Batalhão de Fuzileiros. Unidade esta intimamente ligada à história do Patrono da Infantaria que a comandou, a integrou a sua Brigada na conquista de Paissandu e, por fim, em sua Divisão Encouraçada, na Batalha de Tuiuti onde atuou na sua Vanguarda sendo apelidado de O Vanguardeiro. Esta é a origem histórica e gloriosa do nome Regimento Tuiuti.
.Batalha vencida pelo general Osório que estudamos em nosso livro Bicentenário do General Osório o maior herói e líder popular brasileiro (Resende: AHIMTB/IHTRGS.2008). e intimamente ligado a Pelotas e cuja Delegacia da Academia de História Militar Terrestre do Brasil em Pelotas a batizamos como nome de seu neto Fernando Luiz Osório, um de seus biógrafos e destacado civil historiador militar brasileiro, além de consagrado historiador de Pelotas, na obra A Cidade de Pelotas, com várias edições que o historiador pelotense e canguçuense Flavio Azambuja Kremer conserva com muito carinho em seu precioso Armazém Literário em sua residência e que o batizou com o nosso nome
História do 4º Batalhão de Fuzileiros que passo a interpretar com apoio em estudos do acadêmico Cel Paulo Rocha Paiva. que buscou apoio em sua interpretação nos historiadores militares e patronos de cadeira em nossa Academia Cel Jonathas do Rego Monteiro e o General Paulo Queiroz Duarte. Apoio igualmente em informações dos falecidos historiadores do Regimento Tuiuti e correspondentes de nossa AHIMTB, os falecidos Major Ângelo Pires Moreira e Heloisa Assunção do Nascimento. E mais de nosso colega de Turma Aspirante Mega Antônio Alberto da Silva Lisboa que escreveu história inédita do Regimento, cujo exemplar único havia deixado com o comandante da unidade e cujo destino ele não sabe informar.
Interpretação que traduzimos sinteticamente em 2001 no livro 8ªBrigada de Infantaria Motorizada, em parceria com o Cel Luiz Ernani Caminha Giorgis as p.134/137, nas quais retifico que Sampaio não combateu a Revolução Farroupilha. E, sim, que de 1845/49 participou da consolidação de sua pacificação a partir de sua base de operações em Canguçu
O 4º Batalhão de Fuzileiros foi organizado em Recife, Pernambuco em 1842. E em 1945 foi destacado no Rio Grande do Sul, tendo aquartelado em Jaguarão integrando a 2ª Brigada ao comando do Cel Manoel Marques de Souza, 3º, o futuro de Porto Alegre, neto homônimo do Marechal de Campo Manoel Marques de Souza 1º, patrono da 8ª Bda Inf Mtz de Pelotas e que representara Caxias nas negociações da paz da Revolução Farroupilha, no Rio de Janeiro
Personagem riograndina cuja história abordamos em parceria com o Cel Luis Ernani Caminha Giorgis na reedição ampliada do livro Conde de Porto Alegre bicentenário 2004. Porto Alegre: Genesis ,2005, cujas abas são de autoria de sua descendente, jornalista Carmen Lúcia Ferreira da Silva , acadêmica da AHIMTB, .ocupante da cadeira Conde de Porto Alegre.
A 8ª Companhia do 4º Batalhão. De Fuzileiros foi destacada em Canguçu então distrito de Piratini, pelo Cel Manoel Marques de Souza 3º, ao comando do Capitão Antônio de Sampaio e com a concordância do Barão de Caxias, para consolidar a pacificação nas serras do Sudeste, E em Canguçu o Capitão Sampaio permaneceu por cerca de 4 anos e ali conheceu sua esposa Julia dos Santos Miranda, com quem casaria em Jaguarão, em cerimônia oficiada pelo padre .João Temudo Cabral Dinis que casara os pais de Julia em Canguçu quando foi dali pároco em 1818/1819.
Consolidada a Pacificada a Revolução, o 4º Batalhão de Fuzileiros retornou a Pernambuco para a pacificação da Revolução Praieira 1849/50 .
E o citado Batalhão retornou ao Rio Grande no qual foi incluído pela Ordem do Dia nº 65 de 26 de julho de 1852, e o Capitão Antônio de Sampaio foi promovido a Major por merecimento, três dias depois. E a partir de 1854 passou a exercer o comando interino do 4º Batalhão de Fuzileiros, tendo inclusive no seu comando integrado a Divisão Auxiliadora. E permaneceu no seu comando até a sua promoção a Ten. Cel por Decreto de 2 de dezembro de 1855.
Segundo o acadêmico Cel Paulo Rocha Paiva com base na obra; Estudo sobre a Organização dos Corpos de Tropas, as paginas 65, 66 e 24, que abordaram a visualização até 1934 do 4º Batalhão de Fuzileiros a partir do Batalhão Provisório de Pernambuco em 1839.
Este Batalhão retornou a Pernambuco e em maio de 1864 integrou a Brigada de Comando do Cel Antonio de Sampaio..Promovido Sampaio a Brigadeiro, o 4º BI da Brigada de Sampaio integrou a sua Divisão e foi a Vanguarda da Divisão na Batalha, de Tuiuti de 24 de maio de 1866.

O Jornalista Cairo Moreira Pinheiro Delegado da Academia de História Militar Terrestre do Brasil(AHIMTB) Delegacia Dr Fernando Luiz Osório de Pelotas, tendo ao fundo os três pavilhões que foram ocupadas pela 3ª Cia Com que ali esteve acantonada em 1950 e onde o Cel Claudio Moreira Bento Presidente da AHIMTB iniciou sua carreira no Exército como soldado em fev de 1950. O pai de Cairo Rui Pinheiro e um dos raros veteranos do Regimento Tuiui, do ano de 1935 do Regimento do Patrono da Infantaria .


Em 1908 o 4º Batalhão de Fuzileiros já intimamente ligado a vida de Sampaio, contribuiu para formação do 9º Regimento de Infantaria em Santiago e transferido na década de 20 para Pelotas. E em 1972 foi transformado em 9º Batalhão de Infantaria Motorizado. E, em razão de o 9º Batalhão de Infantaria descender do heróico 4º Batalhão de Fuzileiros recebeu a denominação histórica justíssima de Batalhão Tuiuti, Circunstância que o liga mais a vida e obra do Patrono da Infantaria que o próprio Regimento Sampaio, ao assim ser denominado por ser a mais antiga unidade de Infantaria do Exército e que carrega em suas tradições a de ser a única unidade brasileira que participou de operações de guerras transcontinentais: .A Libertação de Angola em 1648 do domínio holandês e sua participação na FEB onde teve a seu cargo o papel principal na conquista de Monte Castelo. E dentre os 21 gaúchos mortos na FEB 2 foram soldados do Regimento Tuiuti e filhos de Canguçu, honrando a terra onde o Regimento Tuiuti, historicamente contatou como 8º Cia do 4º Batalhão de Fuzileiros, cerca de 75 anos antes de aquartelar em Pelotas .
Em conseqüência, a 8ª Cia do 4º B.Fz. que esteve em Canguçu em 1845/49,por transformações, fusões e denominações sucessivas, liga-se intimamente ao Batalhão Tuiuti, no qual diversas gerações de canguçuenses tem nele prestado Serviço Militar.E inclusive o autor esteve aquartelado em 1950 em sua caserna quando prestou o Serviço Militar Obrigatório, na então 3ª Companhia de Comunicações proveniente de Fortaleza. onde Sampaio iniciara sua vida militar há 180 anos, na Fortaleza hoje sede da 10ª Região Militar, a frente da qual repousam seus restos mortais .


Fontes de pesquisa:
BENTO, Cláudio Moreira, Cel. Bicentenário do Brigadeiro Antônio de Sampaio. Patrono da Infantaria. Barra Mansa; AHIMTB, IHTRGS, ACANDHIS; 2010-07-21
(____). et GIORGIS, Luiz Ernani Caminha. 9º BI Mtz Regimento Tuiuti. In:8ª Bda Infantaria Motorizada.Porto Alegre: Genesis 2001 .p134/137
DUARTE, Paulo Queiroz, Gen. Voluntários da Pátria. Rio de Janeiro. BIBLIEX, v. 1
MONTEIRO, Jonathas do Rego,Cel . Organização dos Corpos de Tropas Coloniais. Arquivo do Exército 1934
PAIVA, Paulo Rocha, Cel. Os Batalhões de Infantaria na Guerra do Paraguai.( inédito)
(x) Presidente da Academia de História Militar Terrestre do Brasil, do Instituto de História do Rio Grande do Sul e das academias Canguçuense e Piratiniense de História

CANGUÇU NO COMBATE DO SEIVAL E NA PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA RIO GRANDENSE

06/10/2010

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Em 1915 o Presidente do Estado, Dr. Antonio Augusto Borges de Medeiros encomendou do pintor Antonio Parreira, (1860-1937) o óleo Proclamação da República Rio Grandense. Pintura que por longos anos esteve no Palácio Piratini, sendo mais tarde retirado dali e colocado no Posto de Comando do comandante do Regimento Bento Gonçalves da Brigada Militar em Porto Alegre, conforme constatei ao ali comparecer como presidente do Instituto de História e Tradições do RGS(IHTRGS) para agraciarmos diversas autoridades presentes com a Medalha do Mérito Farroupilha, instituída pelo citado IHTRGS por nós fundado em 10 de setembro de 1986, nos 150 anos do Combate do Seival, na Escola Técnica Federal de Pelotas.

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Então abordamos aos presentes com surpresa para muitos que aquele quadro reprodurepresentava a Divisão Liberal do Coronel Antônio de Souza Netto, vencedor de combate do Seival que criou condições para proclamação da República Rio Grandense no dia seguinte no Campo do Menezes. República que resistiu ao Império por cerca de 9 anos.

Divisão Liberal que resultara da transformação do Corpo da Guarda Nacional de Piratini, ao comando do Coronel Antônio Netto da Guarda Nacional da Província e constituída de dois esquadrões com duas companhias cada. As 4 companhias foram mobilizadas no então vasto município de Piratini que fora criado por D. Pedro I, em 15 de dezembro de 1830 e constituído dos distritos sede, o de Bagé até o Piraí e mais o de Cerrito (Vila Freire ) e o de Canguçu.

E cada um destes distritos contribuiu com uma companhia de Guardas Nacionais para formar o Corpo da Guarda Nacional de Piratini, transformada em Divisão Liberal por Netto.

Assim, o atual município da Canguçu esteve presente em Seival e Campo Menezes representando cerca de ¼ parte dos bravos vencedores de Seival e proclamadores da República Rio Grandense. História é verdade e justiça !

E Canguçu deve orgulhar-se de haver estado presente em Seival e Campo Menezes. Presença que se projetou na Proclamação da República do Brasil em 15 de novembro de 1889.

Hoje é dada mais importância ao 20 de setembro de 1835 do que ao 11 de setembro de 1836, a data da Proclamação da República Rio Grandense. Creio que historicamente o 11 de setembro é mais relevante do que o 20 de setembro, consagrado pela tradição. Se a Divisão Liberal de Netto tivesse sido vencida a Revolução Farroupilha teria durado menos de um ano.

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O quadro acima e outra visão da proclamação da Republica Rio Grandense por Antonio de Souza Netto no comando de sua Divisão Liberal integrada por filhos dos então distritos de Piratini Canguçu, Cerrito e Bagé até o Pirai e mais o distrito sede de Piratini. E os tradicionalistas de Canguçu, Piratini, Cerrito e Bagé e mais dos atuais municípios compreendidos no vasto município de Piratini de 1830/45 tem de assumir e cultuar esta glória farroupilha.

Cel Claudio Moreira Bento

Presidente da Academia Canguçuense de História

O MEU 20 DE SETEMBRO DE 2010 EM PORTO ALEGRE

04/10/2010

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Cel Cláudio Moreira Bento – Presidente do IHTRGS e Jornalista



Comemoramos à tarde no Colégio Militar de Porto Alegre os 24 anos do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS), fundado em 10 de setembro de 1996, na Escola Técnica Federal de Pelotas, em comemoração ao sesquicentenário do Combate do Seival, vencido pela Divisão Liberal de Antônio Netto.
Divisão Liberal resultado da mudança de denominação do Corpo da Guarda Nacional do Município de Piratini, que além do seu distrito sede era constituído dos distritos de Canguçu, Cerrito e Bagé até o Piraí.
Esta Divisão Liberal foi reforçada por Lanceiros Negros, comandados pelo Coronel Joaquim Pedro Soares (1770-1850), veterano das guerras contra Napoleão na Península Ibérica e que dispôs as tropas da Divisão Liberal que venceram tropas imperiais ao comando do Coronel João da Silva Tavares, então Chefe da Guarda Nacional da Província do Rio Grande do Sul.
Combate que analisamos pioneiramente à luz dos fundamentos da Arte Militar em nosso livro O Exército farrapo e os seus chefes, v. 2 p. 106/118.
Combate que criou condições para, no dia seguinte, no Campo do Menezes, Netto, com sua Divisão Liberal integrada por filhos de Piratiní e de seu distrito sede, e mais os de Canguçu, Cerrito e Bagé (até o Piraí) proclamarem a República Rio Grandense, que resistiu por mais de nove anos ao Império. Evento imortalizado em óleo que por longos tempos esteve no Palácio Piratiní onde era muito apreciado pelo Presidente Dr. Augusto Borges de Medeiros e que hoje decora o Posto de Comando do comandante do Regimento Bento Gonçalves da Brigada Militar.
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No Quadro acima de E. Parreiras, em realidade a tropa era constituída de filhos dos atuais municípios de Piratini, Canguçu, Cerrito e Bagé até o Pirai e de outros municípios que depois surgiram neste espaço geográfico. História é verdade e Justiça!
E há 24 anos o IHTRGS vem divulgando o Decênio Heróico. Com este objetivo já publicamos entre outros os seguintes trabalhos:
- O Exército farrapo e os seus chefes, em 1992;
- Memória dos sítios farrapos de Porto Alegre e da administração do Barão de Caxias, 1989;
- A grande Festa dos Lanceiros, 1971 pela UFPE (sobre a inauguração do Parque Osório);
- O Negro e descendentes na Sociedade do Rio Grande do Sul, IEL 1975;
- História da 3ª Região Militar (1808-1889) e Antecedentes. 1994;
- Edição Histórica do Diário Popular de Pelotas, de 20 de setembro de 1985, sobre a Revolução na AZONASUL.
E vários outros trabalhos sobre o Decênio Heróico, sem esquecer Autoria dos símbolos do RGS (1971) pela UFRPE, e Canguçu - reencontro com a História - um exemplo de reconstituição de memória comunitária, pelo Instituto Estadual do Livro. Com esta bagagem assistimos em Porto Alegre o emocionante desfile cívico militar comemorativo do dia 20 de setembro de 2010.
Desfile comentado pela TV, no qual assistentes espalhados pelo mundo enviaram e-mails emocionantes para jornalismo@tvcom.com.br., por vezes formulando perguntas que eram respondidas sempre que possível pelo professor Flávio Cattani.
E anotamos algumas imprecisões nas respostas:
- Sobre a criação da Brigada Militar como sendo na Revolução Farroupilha. Em realidade, ela foi criada em 15 de outubro de 1892 pelo Presidente Fernando Abott (ver História 3ª RM v.1 p. 53/57).
- Lanceiros Negros: foi apresentado pela TV Com como tendo surgido no Combate da Azenha em 20 Set 1835. Em realidade, eles surgiram no Combate do Seival de 10 de setembro de 1836. Abordamos a sua História pela primeira vez no livro A Grande Festa dos Lanceiros, em 1970, sobre a inauguração do Parque Histórico Gen Osório. Repetimos isto diversas vezes, a partir de nosso livro O Negro na Sociedade do RGS e por último no Informativo O Gaúcho, junto com a matéria sobre o título O Espírito Militar do Poeta Mário Quintana.
Mas no desfile foi passada ao povo a versão bastante manipulada, sem apoio em fontes primárias autênticas, íntegras e fidedignas, com apoio da mídia Gaúcha, de traição dos Lanceiros Negros em Porongos, contra abordagens históricas baseadas em fontes históricas fidedignas. E o pior, a Mídia não tem dado direito de resposta aos que combatem a versão de traição, ou seja, a tese de não traição, que havia transitado em julgado no Tribunal da História do Rio Grande do Sul.
E o povo gaúcho termina por acreditar na versão manipulada. É uma pena! Esta versão coloca, como traidores, Canabarro e várias lideranças farrapas presentes.
- Sobre o General Bento Manuel Ribeiro: foi divulgada a versão popular de um personagem sem personalidade por suas mudanças de lado, as quais foram justificadas pelo grande Osvaldo Aranha, da qual partilho e publico em meu livro O Exército Farrapo e os seus Chefes. Personagem que foi linchado moralmente pela minissérie A Casa das 7 mulheres, da TV Globo. Lembro de um articulista de um jornal porto-alegrense que se orgulhava de sair de casa todas as manhãs para ir cuspir na rua General Bento Manoel Ribeiro.
- Sobre a Revolução Farroupilha e a Maçonaria a idéia não foi completa. Existiam farrapos maçons favoráveis à Maçonaria Francesa (ou Vermelha), a qual defendia a República Constitucional. E maçons imperiais favoráveis à Maçonaria Inglesa (ou Azul), defensora da Monarquia Constitucional, que era o caso do Barão de Caxias. E a paz foi firmada por acordo secreto dessas duas correntes e traduzida nas cláusulas de Acordo que pacificou a Revolução Farroupilha.
Hoje, as cores do Exército Brasileiro, Azul e Vermelho, são interpretadas por alguns maçons como selo do acordo dos que lutaram na Regência em campos opostos em defesa da Monarquia Constitucional, corrente vencedora que teve o trono para assegurar a Unidade Nacional.
Na América Espanhola foi diferente. A corrente favorável à Republica Constitucional, liderada por Simon Bolívar, foi vencedora em Guayaquil sobre a corrente favorável à Monarquia Constitucional, liderada pelo General San Martin, ocasionando a sua retirada silenciosa para a Europa. E a América Latina perdeu a sua unidade e foi dividida em várias nações.
- Lenços Vermelhos: foi observado que a massa dos desfilantes traziam no pescoço o lenço vermelho, que nenhuma relação tem com a Revolução Farroupilha. Eles se referem à Guerra Civil de 1893/95. E creio que a maioria dos que usavam o lenço vermelho desconhecia o seu significado. No meu caso, uso como lenço a bandeira tricolor primitiva dos farrapos. Pois os lenços vermelhos e brancos foram uma traição aos ideais farrapos de Firmeza e Doçura representados por dois amores perfeitos no Brasão do Rio Grande do Sul e hoje substituídos por estrelas.
Firmeza representada por garra, coragem e combatividade em luta.
Doçura representada, depois da vitória, por respeito à religião, à família, à honra, ao patrimônio e à vida do vencido inerme.
Em 1893 os dois contendores desrespeitaram e degolaram o ideal farrapo de Firmeza e Doçura.
- Ordem do Desfile: alguns e-mails traziam a sugestão de que primeiro deveriam desfilar os tradicionalistas e depois a Brigada Militar. Sugestão que me parece justa.
- Cavaleiros da Paz: uma notável idéia. Iniciativa feliz que realiza cavalgadas divulgando a idéia de Paz! E praza a Deus consigam restaurar as virtudes gaúchas de Firmeza e Doçura.
- Causas da Revolução. Foram abordadas as causas clássicas. Aumento do imposto sobre a légua de campo e sobre o charque. Este último foi poderoso determinante da revolta. O Rio Grande, na Guerra Cisplatina, havia combatido contra os argentinos e orientais e viram suas terras invadidas por inimigos que se apossaram de parte de seus rebanhos e não foram indenizados. E, finda a guerra, o Sudeste passa a adquirir o charque dos inimigos de ontem, em detrimento do charque gaúcho, agravado com pesados impostos.
Mas até hoje tem sido ignorada a causa principal da Revolução Farroupilha, a Causa Militar. Uma reação militar nacional às absurdas reações da nova ordem que obrigou D. Pedro I a abdicar, e que decidiram que o Exército e a Marinha deviam se articular no litoral e nas fronteiras. Reação no Nordeste, no Ceará, que envolveu Sampaio, então soldado, em apoio ao seu comandante, no Rio de Janeiro onde, para controlar a revolta da Guarnição do Exército, foi organizado um batalhão constituído só de oficiais, que passou à história como Batalhão Sagrado.
Revolta que se estendeu à maior Guarnição do Exército: a do Rio Grande do Sul, que dispunha de 5 unidades, sendo a mais poderosa Guarnição brasileira, constituída de três unidades de Cavalaria, uma de Infantaria e uma de Artilharia. Estas duas comandadas por oficiais cariocas formados na Academia Real Militar, os majores João Manuel de Lima e Silva, que viria a ser o 1º General farroupilha, tio do Barão de Caxias, e José Mariano de Mattos, que foi Ministro da Guerra farrapo, presidiu a República Rio-Grandense e, finda a Revolução, foi chefe de Estado-Maior de Caxias na Guerra contra Oribe e Rosas (1851-52). Em 1864, seria Ministro da Guerra do Império. E esteve presente, junto com Bento Gonçalves, na sessão maçônica que decidiu o 20 de setembro como data do início da Revolução, sendo considerado o idealizador do Brasão do Rio Grande do Sul, incorporado pela Constituinte de 1891 junto com outros símbolos farrapos.
Outras figuras importantes e com grande influência nos Regimentos de Cavalaria de Jaguarão e Alegrete foram os coronéis de Estado-Maior do Exército Bento Gonçalves da Silva e Bento Manoel Ribeiro.
Bento Gonçalves comandava então a Guarda Nacional, integrada por charqueadores, estancieiros e fazendeiros, e com seus seguidores liderou o 20 de setembro. E com a Proclamação da República foi eleito seu Presidente. Bento Manoel, deposto o comandante das Armas e o Presidente Braga, assumiu o Comando das Armas e nele continuou, convidado pelo outro Presidente enviado para a Província. Para ele os objetivos da Revolta haviam sido atingidos.
Enfim a historiografia gaúcha precisa mergulhar nesta causa da Revolução que tem sido invisível há mais de século e meio.
E aqui, por oportuno, sugiro que no próximo 20 de setembro a organização do evento convide historiadores do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, do Instituto de História e Tradições do Rio do Sul e do Círculo de Pesquisas Literárias (CIPEL) a prestarem, através de rádios e TVs, esclarecimentos a perguntas que lhes forem formuladas sobre questões históricas, na forma como ocorreu à noite com a presença do historiador Moacyr Flores, Tao Golin e outros do interior, nas espetaculares abordagens do Hino Farroupilha, cuja música foi de autoria do Maestro Mendanha e a letra passou por diversas alterações. E isto se justifica, pois o historiador e o jornalista possuem funções sociais e técnicas profissionais diversas e cada qual tem de respeitar e não invadir a função social do outro, para a glória da Democracia.
Igualmente notável foi a abordagem dos estrangeiros que participaram da Revolução Farroupilha, muitos dos quais abordamos em nosso livro Estrangeiros e descendentes na História Militar do RGS.
Seria ideal que num desfile futuro fossem homenageados integrantes da Revolução Farroupilha de outros Estados. Como os mineiros que foram ministros dos três ministérios da República Rio-grandense e o que foi o Presidente do Governo da Província resultante da Revolução de 20 de setembro. E as lideranças militares farrapas: os cariocas João Manuel de Lima e Silva, José Mariano de Mattos, o paulista Bento Manoel Ribeiro e o português veterano da guerras napoleônicas na Península Ibérica Cel Joaquim Pedro Soares.
Joaquim Pedro Soares esteve presente em nossas lutas no Sul de 1816/28 e foi quem dispôs as tropas do Capitão Antônio Netto em Seival. Personagem que quase ao final da Revolução foi aprisionado em Piratiní, junto com o Cel José Mariano de Mattos e com o mineiro José Domingos de Almeida, pelo Cel Chico Pedro de Abreu, sendo recolhidos por algum tempo em Canguçu na cadeia por este mandada construir e sobre a qual ele, ironicamente, mandava dizer para os farrapos “ser ela uma casa de hóspedes para eles”, segundo colheu J. Simões Lopes Neto no Bosquejo Histórico de Canguçu na Revista do Centenário de Pelotas nº 12.