O CANGUÇUENSE BISPO D. OTAVIANO REZOU A MISSA POR MORTE DO PRINCIPE PERFEITO

27/10/2010

Por: Cel Claudio Moreira Bento
Presidente da Academia Canguçuense de História
Em 31 de março de 1920 o canguçuense Bispo do Piauí, Dom Otaviano Pereira Albuquerque, hoje nome de rua em Canguçu e patrono de cadeira da ACANDHIS ocupada pela acadêmica Rosenda Barbosa Telesca, celebrou missa na Igreja da Lapa no Rio de Janeiro, mandada rezar por amigos membros da antiga Família Imperial do Brasil, pela morte em 20 de março em Paris ,do heróico soldado D. Luis, filho do casal Conde D`Eu e Princesa Izabel, A Redentora.

O Príncipe D. Luiz nascido no Brasil em 1874, foi consagrado nas cortes da Europa como O Príncipe Perfeito. Ele perecera com 42 anos, em 26 de março de 1920, em função de males adquiridos na 1ª Guerra Mundial, como oficial de Ligação de Artilharia nas geladas trincheiras de Yser como oficial do Exército Inglês, sendo condecorado postumamente pela Inglaterra, França e Bélgica.

E igreja da Lapa esta repleta das mais altas autoridades de Brasil e de amigos e membros da Família Imperial, segundo relatos da época .Abordamos vida do Príncipe Perfeito na História da AD/6 Artilharia Divisionária Marechal Gastão de Orleans da 6ª Divisão de Exército Voluntários da Pátria, em parceria com o Cel Luiz Ernani Caminha Giorgis (Porto Alegre: Promoarte, 2003.p.37).

No fim deste ano em 3 dez, o Presidente Epitácio Pessoa revogou o ato de Banimento da Família Imperial do Brasil e o Conde D`Eu e Marechal Gastão de Orleans pode retornar ao Brasil. em 8 de janeiro de 1921, em companhia de seu único de seus três filhos sobrevivente da 1ª Guerra Mundial e repatriando os restos do Imperador D.Pedro II e da Imperatriz Tereza Cristina.

E aos poucos os rancores entre republicanos e monarquistas brasileiros vão arrefecendo. Em 1890, em cerimônia no Palácio do Governo do Itamarati é pela primeira vez tocado o Hino Nacional depois de Proclamada a República.

Em 24 de agosto de 1924, o aniversário do Duque de Caxias , “ A espada e Escora do Império” foi consagrada como o Dia do Soldado. Em 1925 o Capitão de Corveta Caetano Taylor Fonseca Costa, herdeiro da Invicta Espada de Campanha de Caxias que este havia doado em testamento ao Visconde da Penha que fora seu Ajudante de Ordens na Guerra contra Oribe e Rosas 1851-52 e seu Chefe de Estado-Maior na Guerra do Paraguai 1866-88 é doada ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro de que o Duque de Caxias fora sócio.

Em 1931 cópia reduzida desta espada é adotada pelo Cel José Pessoa Cavalcanti comandante da Escola Militar e pelo General Leite de Castro Ministro da Guerra, como arma privativa do cadete do Exército e com o nome de Espadim de Caxias. E ainda o Cel José Pessoa adota os uniformes dos cadetes do Exército como um elo do Exército Imperial do Brasil com o Exército Republicano do Brasil.
Pouco menos de um ano decorrido desta missa D. Otaviano visitou Canguçu, em 2 e 3 de janeiro de 1921, local onde nascera em 1866, próximo a Igreja Matriz N.S da Conceição. Local onde fora aluno de meu bisavô Professor régio para

meninos Antônio Joaquim Bento e colega de infância de meus avós Genes Gentil Bento e Carlos Norberto Moreira. Foi recebido na entrada da cidade próximo do meio dia pelo Intendente Dr Raul Azambuja e povo, sendo homenageado com um banquete no Novo Hotel . A noite visitou o Clube Harmonia que ficava no local onde hoje se ergue a Prefeitura e fez um discurso sobre o tema Harmonia.

No dia seguinte visitou a Intendência, local da atual Casa de Cultura Marlene Barbosa Coelho, onde foi assinado decreto dando o seu nome a rua D. Otaviano. Fez uma doação para reparos na Igreja , conforme registramos em nosso livro 200 anos da Igreja Matriz .N.S. da Conceição de Canguçu 1800-2000.(Resende:ACANDHIS,2000.p42). Decorridos 5 dias da visita de D. Otaviano a Canguçu chegaram ao Brasil os restos mortais do Imperador e Imperatriz trazidos pelo Conde D`Eu, pai do heróico Príncipe Perfeito, por cuja alma o canguçuense D.Otaviano rezara a missa em 31de março de 1929 mandada rezar por amigos e membros da Família Imperial, decorridos 6 dias do falecimento do Príncipe Perfeito.

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