CONRADO ERNANI BENTO (1888-1966) - Patrono da ACANDHIS

27/10/2010




Homenagem ao patrono da ACANDHIS

Homenagem da ACANDHIS lida pela Acadêmica Professora Laedi Bachini Bosembecker


Nasceu, Conrado Ernani Bento, em Canguçu- RS, em 13 de setembro de 1888. Filho do Cel. Genes Gentil Bento e Maria Conceição Monteiro Bento. Seu nome foi colocado em homenagem ao General Conrado Niemayer, parente próximo de sua mãe, personagem de destaque no Exército, como engenheiro, militar e historiador.


Seu avô, Antônio Joaquim Bento, natural de Pelotas, nomeado em 1856 primeiro professor régio do município de Canguçu, teve ativa participação comunitária como professor, teatrólogo e abolicionista.


Seu pai, Genes Gentil Bento, após ativa participação em prol da República, governou por 11 anos (1906-1917) Canguçu, sua terra natal. Exerceu no Governo de Borges de Medeiros funções públicas.


Conrado Ernani Bento, em função das atividades de seu pai, viveu em Rio Grande, Itapoã, estudou em Pelotas.


Em 1905, com 17 anos, retornou a Canguçu, onde passou o restante de sua vida, até transferir-se para Pelotas, um ano antes de sua morte. Num concurso entre as moças de Canguçu foi por elas considerado o segundo lugar em simpatia, sendo o primeiro o jovem João de Deus Morais e que casariam com as irmãs Cacilda e Joana filhas do casal Carlos Norberto Moreira e Firmina Percilia Matos Moreira (segundo documento de posse de Cairo Moreira Pinheiro).


Em 1913, casou-se com a citada Cacilda Matos Moreira, tiveram 13 filhos.


Assumiu o Notariado e Registro de Imóveis de Canguçu, em 1910, função que exerceu com profundo conhecimento, zelo, honradez e espírito público, por 53 anos, e em 1963 aposentou-se.


O primoroso exercício profissional, combinado com seu invulgar espírito público, assegurou-lhe uma destacada participação comunitária.


Dotado de inteligência viva, curiosidade invulgar e vontade férrea, acumulou como autodidata, ao longo da vida, apreciável cultura geral.


Sua vida de homem público teve início na Revolução de 1930, integrou a Junta Revolucionária de Canguçu, como Presidente. Vitoriosa a Revolução foi nomeado prefeito de Canguçu em outubro de 1931, pelo General Flores da Cunha.


Em 1935 continuou seu mandato como Prefeito eleito, sendo interrompido em 1937, por ter sido solidário com o General Flores da Cunha, de quem recebera decidido apoio material para o projeto de iluminação elétrica de Canguçu, inaugurado em 1933.


Em 1952, assumiu a Prefeitura de Canguçu, cumprindo até o término de seu quatriênio.


Em quase seus 10 anos de prefeito, uma vez nomeado e duas eleito, orgulhava-se do elenco de realizações: luz elétrica, Colégio Municipal de Cerrito, Praça Marechal Floriano, início do calçamento de Canguçu, rua principal em 1953.


Educação e estrada, suas maiores preocupações.
Conrado Ernani Bento tem sua atuação ligada a instalação do Colégio Nossa Senhora Aparecida, do Hospital de Canguçu, no funcionamento do primeiro curso ginasial de Canguçu.


Mandou exumar o corpo dos 4 bravos que tombaram no Combate de Canguçu-Velho, na Revolução de 1923, dando-lhes sepulturas dignas, assinalando-as com uma cruz de ferro, no Cemitério do Canguçu-Velho.


Colecionou jornais, organizou álbuns fotográficos com anotações a próprio punho, pelo que foi possível reconstituir-se a História de Canguçu nos últimos 60 anos.


Faleceu em 1966, com 78 anos de idade, em espírito jovem, sepultado em Canguçu, com a tristeza e carinho de seus numerosos amigos admiradores.


Valores morais, espirituais – riquezas que sempre procurou acumular, considerando que essas riquezas o tornaram uma pessoa feliz.


Alguém lhe perguntou sobre as ofensas e ingratidões. Sua resposta foi que em seu coração não havia lugar para essas recordações, pois elas se afogaram no mar de atenções, carinhos, gestos de amizade que recebia do povo que amava, mesmo das que divergiam de seus pontos de vista.


Esta é a breve biografia do Patrono da Academia Canguçuense de História, lida na comemoração dos 22 anos de atividades da ACANDHIS, em 14 de setembro de 2010.


(Nota: A vinda e instalação do CFNSA ocorreu em sua administração como Prefeito de Canguçu. Instalação cuja concretização muito se deve ao seu empenho e do Bispo de Pelotas D. Joaquim Ferreira de Mello).


Foi apresentado Power Point histórico pela ACANDHIS recordando fatos marcantes dos 22 anos de sua atividade profícua no tocante a pesquisa, preservação, culta e divulgação da História de Canguçu.

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