CANGUÇU NO COMBATE DO SEIVAL E NA PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA RIO GRANDENSE

06/10/2010

Em 1915 o Presidente do Estado, Dr. Antonio Augusto Borges de Medeiros encomendou do pintor Antonio Parreira, (1860-1937) o óleo Proclamação da República Rio Grandense. Pintura que por longos anos esteve no Palácio Piratini, sendo mais tarde retirado dali e colocado no Posto de Comando do comandante do Regimento Bento Gonçalves da Brigada Militar em Porto Alegre, conforme constatei ao ali comparecer como presidente do Instituto de História e Tradições do RGS(IHTRGS) para agraciarmos diversas autoridades presentes com a Medalha do Mérito Farroupilha, instituída pelo citado IHTRGS por nós fundado em 10 de setembro de 1986, nos 150 anos do Combate do Seival, na Escola Técnica Federal de Pelotas.

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Então abordamos aos presentes com surpresa para muitos que aquele quadro reprodurepresentava a Divisão Liberal do Coronel Antônio de Souza Netto, vencedor de combate do Seival que criou condições para proclamação da República Rio Grandense no dia seguinte no Campo do Menezes. República que resistiu ao Império por cerca de 9 anos.

Divisão Liberal que resultara da transformação do Corpo da Guarda Nacional de Piratini, ao comando do Coronel Antônio Netto da Guarda Nacional da Província e constituída de dois esquadrões com duas companhias cada. As 4 companhias foram mobilizadas no então vasto município de Piratini que fora criado por D. Pedro I, em 15 de dezembro de 1830 e constituído dos distritos sede, o de Bagé até o Piraí e mais o de Cerrito (Vila Freire ) e o de Canguçu.

E cada um destes distritos contribuiu com uma companhia de Guardas Nacionais para formar o Corpo da Guarda Nacional de Piratini, transformada em Divisão Liberal por Netto.

Assim, o atual município da Canguçu esteve presente em Seival e Campo Menezes representando cerca de ¼ parte dos bravos vencedores de Seival e proclamadores da República Rio Grandense. História é verdade e justiça !

E Canguçu deve orgulhar-se de haver estado presente em Seival e Campo Menezes. Presença que se projetou na Proclamação da República do Brasil em 15 de novembro de 1889.

Hoje é dada mais importância ao 20 de setembro de 1835 do que ao 11 de setembro de 1836, a data da Proclamação da República Rio Grandense. Creio que historicamente o 11 de setembro é mais relevante do que o 20 de setembro, consagrado pela tradição. Se a Divisão Liberal de Netto tivesse sido vencida a Revolução Farroupilha teria durado menos de um ano.

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O quadro acima e outra visão da proclamação da Republica Rio Grandense por Antonio de Souza Netto no comando de sua Divisão Liberal integrada por filhos dos então distritos de Piratini Canguçu, Cerrito e Bagé até o Pirai e mais o distrito sede de Piratini. E os tradicionalistas de Canguçu, Piratini, Cerrito e Bagé e mais dos atuais municípios compreendidos no vasto município de Piratini de 1830/45 tem de assumir e cultuar esta glória farroupilha.

Cel Claudio Moreira Bento

Presidente da Academia Canguçuense de História

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