HISTÓRICO DO INSTITUTO DE HISTÓRIA E TRADIÇÕES DO RGS (IHTRGS - 1986-2011) NOS SEUS 25 ANOS, EM 10 SETEMBRO 2011

22/09/2011

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Cel Claudio Moreira Bento e Cel  Luiz Ernani Caminha Giorgis
1º e 2º  Presidentes do IHTRGS

Em 10 Set 1986, sesquicentenário do combate do Seival, que criou condições para a Proclamação da República Riograndense (1836-45) no Campo do Menezes, e que se projeta na Proclamação da República Brasileira m 15 de novembro de 1889, foi fundado, em cerimônia concorridíssima na Escola Técnica Federal de Pelotas, o Instituto de História e Tradições do RGS (IHTRGS).
Instituição destinada a memorar fastos sesquicentenários da Revolução Farroupilha (1835-45). A referida fundação está toda documentada em volume especial encadernado, guardado pela Presidência à rua Florença, 266, Jardim das Rosas, Itatiaia-Rio de Janeiro, CEP 27.580-000, e-mail  bento1931@gmail.com
Volume sob o título IHTRGS-Histórico, Organização e Fundação-1986, com índice, tendo 311 páginas, onde constam os nomes dos membros de diversas categorias diplomados na sua Fundação, como também dados dos sócios fundadores, com os respectivos votos para a eleição da Diretoria. Votos que foram apurados por comissão integrada pelos presidentes do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil (IHGB) e do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil (IGHMB). Os Estatutos foram registrados no Tabelionato de Canguçu pelo seu titular, José Moreira Bento e pela escrivã Carla Bento Bosenbecker.  O presidente transferiu para o 2ª Presidente Cel Caminha e preserva na sede do IHTRGS no Casarão da Várzea , toda a documentação produzida nos diversos encontros. Com o ex- 2º Presidente do IHTRGS, Osório Santana Figueiredo, em seu endereço: Caixa Postal 91, São Gabriel, RS, CEP 97.300-000, que atuou como secretário e coordenador, estão todas as atas dos diversos encontros.
Como sócios efetivos fundadores figuraram: o Cel BMRS Alberto R. Rodrigues, o Major Ex Ângelo Pires Moreira (coordenador), Arnaldo Luiz Cassol, Clayr L. Rochefort, Cel Ex Cláudio Moreira Bento (presidente), Corálio Cabeda, Fernando O’Donell, Gastão Abbot (falecido), Cel BMRS Hélio Moro Mariante (vice-presidente), Ivo Caggiani (falecido), Gen Jonas Correia Neto, Cel BMRS José Luiz Silveira (falecido), Júlio Petersen (falecido) Manoel A. Rodrigues (falecido), Mário Gardelin, Mário Matos, Marlene Barbosa Coelho (falecida) Gen Morivalde Calvet Fagundes (falecido), Mozart Pereira Soares, Osório Santana Figueiredo (secretário), Péricles Azambuja, Sejanes Dorneles (falecido) e Telmo Lauro  Müller.
Foram eleitos conselheiros: Arthur Ferreira Filho Conselheiro de História. Dante de Laytano, Conselheiro de História e Luiz Carlos Barbosa Lessa ,Conselheiro de Tradição, substituído com o seu falecimento por Armando Eciquo Peres.
Dentre as múltiplas realizações do IHTRGS, registradas em seus Anais, mencione-se encontros anuais, com vistas a integrar historiadores, tradicionalistas e folcloristas, isolados no movimento cultural gaúcho, estreitar laços de amizade e culturais entre eles e deslocamentos do IHTRGS até os locais cenários de fastos históricos, para comemorá-los.
Assim, em Pelotas ocorreu o encontro de fundação na Escola Técnica Federal, coordenado por Ângelo Pires Moreira e com apoio do Diário Popular, através de Clayr Lobo Rochefort, que dedicou edição especial ao combate do Seival, elaborada pelo presidente do IHTRGS.
Em 08Abr1987 ocorreu o Encontro de Caçapava do Sul, no Clube União Caçapavano, sob a coordenação de Arnaldo Luiz Cassol, onde foi empossado sócio efetivo Humberto Fossa (já falecido), de Encruzilhada do Sul.
Em 13 Set 1987 ocorreu mais um encontro em Pelotas, na sede da União Gaúcha Simões Lopes Neto, mais uma vez sob a coordenação de Ângelo Pires Moreira. Encontro que se estendeu a Porto Alegre, no CPOR/PA, com conferência do presidente sobre os Sítios farrapos de Porto Alegre, sob a coordenação do sócio Jonas Correa Neto, na época comandante da 6ª DE.
Em 30Abr1988 ocorreu o encontro de Rio Pardo, comemorativo do sesquicentenário da maior vitória farrapa - o combate do Rio Pardo - quando foi lançada pelo presidente plaqueta alusiva. Encontro ocorrido no Clube Literário Recreativo de Rio Pardo.
Em 10 Set 1988 ocorreu o encontro de Canguçu, na Casa de Cultura, tendo como tema o combate de Cerro Alegre de 20 Set 1932, quando foi lançada plaqueta alusiva de José Luiz Silveira e Osório Santana Figueiredo, preparatória à fundação, três dias após, da Academia Canguçuense de História. Encontro coordenado por Marlene Barbosa Coelho, onde foi efetivado o tradicionalista Armando Ecíquo Perez, que representara o Instituto no sesquicentenário de instalação da República Rio-Grandense em Piratini, em 06 Nov1986 e que mereceu do Diário Popular memoração condigna do fato histórico, através de artigo do presidente.
Em 10 Jul 1989 ocorreu o encontro de São Borja, no Teatro do Regimento João Manoel, tendo como tema central a comemoração a resistência à invasão paraguaia em 1865. Coordenaram o evento os sócios efetivos então empossados Sérgio Roberto Dentino Morgado e Aparício Silva Rillo (falecido). Houve visita do presidente às ruínas de São Miguel.
Em 15 Set 1990 e 28 Set 1991 ocorreram os encontros de São Gabriel, na Associação Alcides Maya, sob a coordenação do sócio Osório Santana Figueiredo, um dos esteios do IHTRGS, e com apoio cultural e logístico do Dr. Milton Teixeira, quando foi efetivado o poeta gaúcho Caio Prates da Silveira e muito evocada a obra de Alcides Maya.
Em 14 Set 1992 ocorreu o encontro de Lavras do Sul, no Plenarinho da Casa de Cultura José Néri da Silveira, sob a coordenação do sócio Edilberto Teixeira.
Em 25Set1993 ocorreu o encontro de Santana do Livramento, de caráter internacional, marcadamente histórico e tradicionalista, na Associação Comercial e Industrial, sob a coordenação do historiador santanense Ivo Leites Caggiani, ocasião em que foi lançada a obra O Exército Farrapo e seus chefes, da lavra do presidente. Foram diplomados como efetivos os historiadores Raul Pont, Miguel Jaques Trindade e Blau Souza.
Em 7 Abr 1995 ocorreu o encontro do Rio de Janeiro, na sede do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, sob a coordenação do sócio então empossado Manoel Pessoa Mello Farias, coordenador do Núcleo Rio de Janeiro do IHTRGS, que reunia diversos e ilustres gaúchos e gaúchas residindo no Rio de Janeiro e também sócios da quase sesquicentenária Sociedade Sul-Riograndense, lá existente. Na oportunidade foram diplomados sócios efetivos Manoel Pessoa Mello Farias, Edson Otto, Daoiz de La Roche, Pedro Ari Veríssimo da Fonseca e Ciro Dutra Ferreira. Categoria na qual já haviam sido empossados, quando da fundação do Núcleo do IHTRGS na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, os sócios P. J. Mallet Joubim e Hélio Almeida Brum.
Dia 10 Set 1996, o IHTRGS fez mais um encontro no Rio de Janeiro, na sede do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, em parceria com a Sociedade Sul Rio-Grandense, e seu CTG Desgarrados do Pago e mais o Galpão da Saudade da Academia Militar das Agulhas Negras, para memorar o seu 10º aniversário e suas realizações em prol da História, Folclore e Tradições do Rio Grande do Sul. E o fez com a satisfação de já haver superado o tempo de duração da República Rio-Grandense, cujos fastos se propôs prioritariamente memorar e divulgar, o que tem consciência de haver bem cumprido.
Em 27Mai99 foi feito um memorável encontro no Salão Brasil do Colégio Militar de Porto Alegre, onde foi reverenciada a memória dos seguintes sócios falecidos, evocados pelos novos sócios: Arthur Ferreira Filho, de São José do Norte; Aparício Silva Rillo, de Porto Alegre (samborjense de coração); Raul Pont, de Uruguaiana; Miguel Jacques Trindade, de Alegrete; Edilberto Teixeira, de Lavras do Sul; Arnaldo Cassol, de Caçapava do Sul; Humberto Castro Fossa, de Encruzilhada do Sul; Sejanes Dornelles, de Santa Vitória do Palmar; Manoel Pessoa Mello Faria, de Pelotas (viveu no Rio); Hélio de Almeida Brum, de Dom Pedrito (viveu no Rio) e Marlene Barbosa Coelho, de Canguçu. Foram eleitos os seguintes sócios efetivos: Cel Luiz Ernani Caminha Giorgis, Cel Ivo Benfatto, Major Flávio Mabilde (falecido), Cap BMRS Aroldo Medina, José Conrado de Souza(falecido), Cel Leonardo Roberto de Araújo e Ten Cel Cláudio Belém de Oliveira. 
Em 24Jul99, na cidade de Alegrete, em encontro presidido pelo 2º presidente, Osório Santana Figueiredo, foram eleitos sócios efetivos: Hugo Ramires e Maria Fraga Dornelles. Sócios colaboradores: Sérgio Alves Levy, César Pires Machado, João Francisco de Andrade e Marione Jacques. Sócio correspondente: Daniel Fanti.
Em 15Abr2000, na reunião de Rosário do Sul, presidida por Osório Santana Figueiredo foram entregues diplomas de colaboradoras às professoras Mara Regina Miranda de Souza, Secretária Municipal de Educação e a Maria Almir Souto Nascimento.
Nestes 25 anos de resistência cultural, alguns dos soldados do IHTRGS faleceram, outros foram atingidos por problemas de idade e outras limitações, para presença mais efetiva em suas atividades. A renovação de novos nomes foi pouca, de igual forma que nas demais entidades brasileiras do gênero, parecendo que as novas gerações são avessas a estudos históricos ou pelo menos à produção e à divulgação históricas, o que nos parece lamentável. E no caso do R. G. do Sul, como ficará a sua perspectiva e a identidade históricas na cabeça das novas gerações gaúchas? Só Deus sabe!
Aqui, por oportuno, registre-se o apoio que o IHTRGS teve de parte do jornal Diário Popular de Pelotas, de A Platéia de Santana, dos mensários Ombro a Ombro e Letras em Marcha e do Tradição, que era editado pelo sócio efetivo Edson Otto que o tornou órgão de divulgação oficial do IHTRGS, do MTG e da CBTG.
Em História ou Estória, publicado em Tradição, em maio de 96 (ano da consciência tradicionalista) o Presidente do IHTRGS abordou a conjuntura crítica da historiografia brasileira, assunto estratégico nacional, para o qual os governos em todos os níveis e a Mídia, salvo raras e honrosas exceções, não tem dado a menor atenção. Em vista desta postura, de quem teria obrigação social e cívica de estimular estudos de História, qual o jovem que se animará a dedicar-se a este assunto? E quem no futuro escreverá HISTÓRIA e não ESTÓRIA do Rio Grande do Sul, como bússola para a construção segura do futuro do Rio Grande do Sul e de seus filhos e como mãe legítima das TRADIÇÕES GAÚCHAS? Eis a pergunta que o IHTRGS deixará no ar no seu 25º ano de atividades? Preza a Deus que os estudos de História do Rio Grande do Sul sejam retomados com vigor, para que produzam perspectiva e identidade históricas seguras. E estas, mais consensos sobre soluções a implementar! E que não se repita o que ocorria em 1904, segundo J. Simões Lopes Neto em sua histórica conferência na Biblioteca Pública de Pelotas sobre Educação Cívica e sobre o ensino de História do Brasil:
“Esse estudo não é somente descurado, mas ele não existe e nunca existiu. E a sua conseqüência é a preferida ignorância em que vivemos da nossa história e estudando histórias alheias. Todo o ensino tem um fim, o da História do Brasil é dar-nos o conhecimento da noção exata da solidariedade nacional, da disciplina cívica, da liberdade obediente e com ela o amor ao Brasil”.
Mas o que se tem assistido nos programas como A Ferro e Fogo, levados ao ar pela RBS, são versões desanimadoras, como manipulações da História do Rio Grande do Sul que ao invés de usarem a História como “a mestra das mestras, a mestra da vida” a fazem de “Maestra da calúnia e da mentira”, segundo definiu o falecido historiador Luís Flodoardo Silva Pinto, membro do IHTRGS. E mais, não dão oportunidade ao contraditório, somente a monólogos. É fundamental uma mudança neste sentido para caracterizar de fato a Liberdade de Imprensa, como uma rua de duas mãos que contemple o Direito de resposta e o Contraditório. Do contrário teremos a Liberdade de
Empresa, um abuso conjunto do Poder Político, ou a opressão social e do Poder Econômico ou ainda a exploração social, que não podem prosperar num regime democrático, que não violente direitos das minorias, e que devem ser incluídas progressivamente e fraternalmente na Sociedade Brasileira.
A partir de 2005 diversos novos membros foram admitidos no IHTRGS. Foram os seguintes: Dr. Aécio César Beltrão (Médico), Dr. César Pires Machado (Agrônomo), Cel Mauro da Costa Rodrigues, Cel Edmir Mármora Júnior, Cel Ernani Medaglia Muniz Tavares, Dr. Florisbal de Souza Del’Olmo (Dentista), Dr. Frederico Euclides Aranha (Advogado), Cel Geraldo Lauro Marques, Dr. Jorge Babot Miranda (Economista), Cel Juvêncio Saldanha Lemos, Bacharel em História Srta. Katy de Siqueira, Dr. Agamenon Vladimir Silva, Cel Hiram Reis e Silva, Cel Ruy Collares Machado, Cap Andrei Clauhs, Sr. José Ernesto Wunderlich, Sra. Adir Fanfa Onofrio, Sr. Ciro Oscar de Borba Saraiva, Dr. Ênio Palmeiro da Fontoura, Cel Ivo Benfatto, Cel Edu Campelo de Castro Lucas, ST Evilácio Barbosa Saldanha, Cel Leonardo Roberto Carvalho de Araújo, Sgt Carlos Fonttes, SCEB José Eber Bentim da Silva, Ten Nestor Magalhães, Caio Moreira Pinheiro, Aliete Martns Ribeiro, Amilton Valente da Silveira e Ivete Possas da Silveira, Luis Renato Braganholo, e Jose Eduardo Bruno Em 2010, em Resende, na AMAN, foi empossado como membro-efetivo do IHTRGS e como seu Presidente de Honra o Gen Bda Edson Leal Pujol, então comandante da Academia Militar das Agulhas Negras e tambem o Cel Anderson N Demutti representante do IHTRGS no Colégio Militar de Brasíilia e o Cel Reinaldo Goulart Correia em São Borja e Daniela Amaral em Piratini/RS. Hoje o IHTRGS possui o seu site rico em temas do Rio Grande www.ihtrgs.com.br e foi desdobrado em três Delegacias . A de Resende junto ao presidente Cel Bento tendo como Delegado o tradicionalista Luiz Renato Braganholo , em Porto Alegre , a sede física do IHTRGS a cargo do 2º Presidente do IHTRGS o Cel Luiz Ernani Caminha Giorgis e em Pelotas e região a Delegacia do IHTRGS tendo por Delegado o jornalista Cairo Moreira Pinheiro. Foi instituída pelo IHTRGS a Medalha do Mérito Farroupilha Projeto do sócio efetivo Dr Flavio Camargo. Seu Informativo O Gaucho  foi interrompido e passa a integrar daqui para diante O Tuiuti, informativo da AHIMTB/RS e do IHTRGS.
Foi assim que o IHTRGS atuou em 25 anos, e hoje consciente do muito que realizou dentro do objetivo cultural a que propôs.


O GENERAL FLORES DA CUNHA E A INAUGURAÇÃO DO MONUMENTO AO GENERAL OSÓRIO

17/09/2011

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EM 6 DE AGOSTO DE 1933, NA PRAÇA DA ALFÂNDEGA
                     Cel Claudio Moreira Bento
No dia 6 de agosto de 1933, teve lugar na praça da Alfândega em Porto Alegre, a inauguração do monumento eqüestre do General Osório, com a seguinte dedicatória A Osório o Rio Grande. Presente ao ato solene o interventor do Estado, o General Honorário Flores da Cunha, grande admirador e cultor de muitas características de liderança   do grande herói que o biografamos em obra alusiva a seu centenário em 2008, sob o título: O maior herói e líder popular brasileiro. O monumento obra do escultor Hildegardo Leão Veloso se tornou realidade, com os recursos do Estado colocados à disposição pelo General Flores da Cunha, à Comissão do Monumento presidida por João Maia. Os oradores da cerimônia pronunciaram orações antológicas preservadas pela Revista do Instituto Histórico e Geográfico de 1933. Pela família do herói falou o neto e um dos seus biógrafos  o Dr Fernando Luiz Osório Filho que pronunciou a seguinte oração:
“ Não, é portanto, esta a apoteose, senão do profundo brasileirismo orgânico de Osório que tinha no coração o futuro da humanidade, como um amigo dos proletários fardados, um predileto dos humildes, na sublime utopia que refulge, num risco de beleza, do páramo sagrado em que circula a nossa história, abrigando a esperança, na atitude ovante e coesiva de um povo generoso, que sobre as cabeças de seus paradigmas, lança à triangulação do Brasil, pondo em comunhão todas as legendas vivas do Rio Grande, para o resguardo do nosso patrimônio e para o



fulgor do dia de amanhã! Senhores, é, assim, verdadeiramente bela esta estátua que reflete toda a escultura heróica do Rio Grande... E si para erguê-la, faltasse material bastante, ireis como o poeta, sem mendigar fulgores às estrelas:
...Temos na terra o que não há no céu. Recolhe os ossos dos titãs soldados. Apanha as armas que a seus pés caíram. E junta as balas que os canhões cuspiram. E, então, de sabres, canhões e balas. Lanças partidas , pavilhões rasgados. Levanta o alto pedestal da estátua. Que irá nas brumas se perder no espaço...E,assim aos astros ergueras seu crânio. E ao mundo inteiro estenderas seu braço! Eu ajoelho a minha alma diante deste monumento, porque,tambem,venho,aqui,em nome da Familia Osório render homenagem ao Gênio da Pátria.”

General Flores da Cunha e a Luz Elétrica em Canguçu

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                                                                     Coronel Cláudio Moreira Bento
Presidente da Academia Canguçuense de História
       Para dotar Canguçu de Luz Elétrica, este município teve o apoio do interventor Flores da Cunha, através de seu prefeito, por ele nomeado depois da vitoriosa Revolução de 30, Conrado Ernani Bento, nosso pai, e filho do Coronel da GN Genes Bento, que fora intendente de Canguçu de 1905/1917 e, a seguir, Chefe de Polícia e Secretário do Presidente Borges de Medeiros. Personagem que focalizamos na Revista do CIPEL de 2010.
      O apoio recebido resultou de visita que meu pai fez a Flores da Cunha depois de assumir suas funções. Na visita, apresentou seu objetivo de dotar sua cidade natal daquele melhoramento. E, para tal, conseguiu o apoio do interventor General Honorário do Exército Dr. Flores da Cunha.
       Em decorrência disso, em 31 de dezembro de 1933 foi inaugurada solenemente a luz elétrica em Canguçu. O fato foi registrado com destaque pela edição de 3 de janeiro de 1934 do Diário Liberal de Pelotas do seguinte modo:
“Para a inauguração solene da luz elétrica de Canguçu veio de Pelotas uma caravana presidida pelo Cel Augusto de Assunção, como representante do General Flores da Cunha. Foi recebido à tarde na entrada de Canguçu, pelo prefeito Conrado Ernani Bento e população em geral. Depois, dirigiram-se para a Prefeitura Municipal onde lhes foi oferecido um banquete.
      Na ocasião, falou o Senhor Alberto Mattos Bandarra, agente dos Telégrafos, em nome do povo de Canguçu, tecendo elogios à obra administrativa do General Flores da Cunha e o apoio emprestado pelo Estado para a concretização daquela obra.
      A seguir, o prefeito de Canguçu, Conrado Ernani Bento, saudou o Interventor Federal General Flores da Cunha, na pessoa do Cel Joaquim Assunção.  Este agradeceu e se congratulou com o povo para assistir à cerimônia de inauguração, tendo ainda o Cel Joaquim Assunção cortado a fita inaugural e o prefeito Conrado Ernani Bento ligado a chave geral, ficando deste modo inaugurada a luz elétrica em Canguçu.
        Usaram a palavra, nesta ocasião, o Dr. Luiz Simões Lopes Filho, saudando a mulher canguçuense, e o Dr. Walter Oliveira Prestes, fazendo uma análise das possibilidades econômicas do município e encarecendo a construção da ferrovia São Pedro do Sul-Pelotas, tão fundamental ao progresso do município.”
       A instalação da luz elétrica custou, na ocasião, , a quantia de 200 contos de réis e o seu motor funcionou cerca de 20 anos, sem grandes problemas, até ser complementado por outro. Finalmente a Luz Elétrica foi encampada pela Companhia Estadual de Energia Elétrica – CEEE.
      Este melhoramento, comenta-se, foi considerado por alguns, acostumados com a iluminação a lampiões, como um gasto desnecessário e dinheiro posto fora.
      A luz elétrica em Canguçu foi uma das pequenas iniciativas do General Flores da Cunha, entre outras de grande envergadura, como a criação do DAER, do IPE, da Loteria Estadual, do Tesouro do Estado, do Tribunal de Contas, do Diário Oficial, e da Secretaria de Agricultura, sem esquecer o apoio decisivo que deu à construção do Monumento ao General Osório, na praça central de Porto Alegre.

Palavras Finais do Presidente da FAHIMTB em 15 /9/ 2011 em Porto Alegre no CMPA

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       Há 41 anos iniciamos nossa atividade como historiador militar critico, escrevemos nosso  primeiro  livro: As batalhas dos Guararapes – análise e descrição militar, atendendo  a missão recebida de nosso comandante. no atual Comando Militar do Nordeste o porto alegrense Gen Ex Arthur Duarte Candal da Fonseca. Comandante  ilustre  que nos deu a missão, sem prejuízo de nossas funções na Seção de Planejamento de seu Estado- Maior,  de coordenar o projeto, construção e inauguração do Parque Histórico Nacional dos Guararapes, atendendo ao desejo do Presidente Emilio Garrastazu Médici, ex- aluno do Casarão da Várzea notável e ex-comandante da AMAN em período crítico de sua história  e o idealizador do Parque Osório
       Aplicamos às fontes primárias sobre as batalhas dos Guararapes, os fundamentos de Arte e Ciência Militar aprendidos na ECEME  E daí resultou nosso primeiro livro lançado no Parque Histórico Nacional dos Guararapes, em sua inauguração, em 19 de abril de 1971, data desde 1994, consagrada como o Dia do Exército, por Decreto Presidencial do Presidente Itamar Franco , oficial R/2.
       E desde então prosseguimos como historiador militar terrestre crítico, tirando da rica história militar terrestre descritiva do Brasil, subsídios de Arte e Ciência Militar brasileiras, com vistas a subsidiar a instrução dos quadros do Exército e a nacionalização progressiva da Doutrina Militar Terrestre Brasileira, como a sonhou e praticou, em caráter pioneiro o Duque de Caxias, em 1861, como Ministro de Guerra e Chefe do Governo do Brasil,
       Há 15 anos fundamos  em Resende a Academia de História Militar Terrestre do Brasil para colaborar com o Exército nesta tarefa relevante, relacionada como o sonho de Caxias, de nacionalização de nossa Doutrina Militar. E foram expressivas as suas realizações.
        Hoje no limiar dos meus 80 anos, visualizando o futuro da AHIMTB, achamos prudente salvar os seus estratégicos objetivos, para que eles não fossem perdidos, bem como o valioso acervo.da AHIMTB. Este hoje em segurança em repartição da AMAM ao lado de seu Clube de História.     
        E foi com o apoio do comandante da AMAN ,o acadêmico Gen. Div. Edson Leal Pujol, e com a finalidade de dar continuidade a AHIMTB, que foi criada, em 23 de abril de 2011, no Bicentenário da AMAN, a Federação das Academias de História Militar Terrestre do




Brasil( FAHIMTB), com quatro AHIMTB filiadas, presididas por acadêmicos que se revelaram dispostos a dar continuidade a AHIMTB. A do Distrito Federal AHIMTB/DF,–Marechal José Pessoa presidida pelo Gen Div Arnaldo Serafim. A AHIMTB/Rio Grande do Sul- General Rinaldo Pereira da Cãmara , presidida pelo Cel Luiz Ernani Caminha Giorgis. A AHIMTB/Rio de Janeiro-Marechal João Batista de Matos, presidida pelo Ten R/2 Art Israel Blajberg e a AHIMTB/Resende-Marechal - Mario Travassos sob nossa Presidência, tendo como vice presidente o Cel Carlos Roberto , morador em Resende e com expressiva atuação como historiador militar,na coordenação das obras institucionais comemorativas do Centenário da Escola de Estad0- Maior do Exército(ECEME) e do Bicentenário da Academia Militar das Agulhas Negras.
       E nesta seção que espero histórica e marcante anunciamos a criação aqui  no Salão Brasil do CMPA a AHIMTB/Rio Grande do Sul General Rinaldo Pereira da Cãmara presidida pelo dedicado acadêmico emérito Cel Luiz Ernani Caminha.
       Para preservar a AHIMTB e seus ideais transferimos nosso acervo pessoal e o da AHIMTB para instalações seguras no interior da AMAN, por proposta feita a Gen Pujol e por ele aceita. Idéia apoiada pelo nosso atual comandante, o Gen. Arruda e  também pelo Acadêmico Cel Claudio  Alfredo Duarte Dorneles , Chefe da Divisão de Ensino e coordenador da FAHIMTB e AHIMTB/RESENDE.
       Assim procuramos deixar nosso acervo e o da AHIMTB em Segurança na AMAN, para que outros  o explorem.
      Mas pretendo continuar nesta na luta, ate que minha saúde o permita, em prol da História Militar Terrestre Critica do Exército, convicto de que a nacionalização progressiva da Doutrina Militar Terrestre do Brasil passa pelo estudo militar critico da História Militar Terrestre do Brasil
      E motivado com realizações de outros octogenários ilustres que não dispunham dos recursos da Medicina como hoje, cujos nomes  que registro a seguir colhi num arquivo na Internet de valorização da capacidade intelectual de homens com mais de 80 anos :
     - Goethe – que escreveu Fausto aos 82 anos;
     - Ticiano – que pintou obras notáveis aos 98 anos;
   





 - Toscanini – que regeu orquestra aos 97 anos;
     - Tomas Edison – que trabalhava em seu laboratório aos 83 anos;
     - Benjamim Franklin que contribuiu com o Projeto de Constituição aos 81 anos.
       E outros ilustres octogenários brasileiros que permanecem na luta como o grande arquiteto brasileiro Oscar Niemayer produzindo obras notáveis já centenário .
         Instalada a FAHIMTB e a AHIMTB/Resende- Marechal Mário Travassos, e anunciadas as demais AHIMTB sinto uma sensação de realização como  numa  corrida de revezamento haver transferido o bastão para que outros dêem continuidade a esta tarefa tão relevante para o futuro do nosso Exército,  o possuir sua Doutrina Militar Genuína como a sonhou Caxias, combinada com o que de melhor existir em doutrinas militares de outros países . E assim um pais cujo bordão em vigor é  .Pais rico e pais sem pobreza! . Bordão com apoio nas lições  aprendidas na História Mundial poderia acrescentar como historiador militar há 41 anos..
PAIS RICO É PAIS SEM POBRESA E MILITARMENTE SEGURO!
 Votos de que a FAHIMTB e AHIMTB filiadas consigam comquistar seus objetivos com o indispensável apoio de seus presidentes de Honra que exercem funções importantes no comando do Exército, de Exércitos e CMP e  instituições voltadas para o Ensino no Exército

A EDUCAÇÂO BRASILEIRA NA ATUALIDADE‏

01/06/2011

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Tem sido imensa e justa a repercussão do protesto da professora Amanda Gurgel contra s situaçao da Educação Nacional que ocupa o 88º lugar no mundo e  penultimo na América Latina, enquanto o MEC com o Quit Gay pretende usurpar o papel da familia de orientaçao sexual e sobre valores , enqunto o MEC continua jogando no lixo ao dispender 3 milhões de dolares com o Kit Gay que foi inicialmente aprovado pelo Ministro da Educação e que surpeendido ´por tantos protestos da Familia Brasileira "amarelou" segundo uma liderança dos gays e lesbicas . Este problema pela desconsideração no Brasil pelos professores e antiga . Vejam o que sobre o assunto se pronunciou o Duque de Caxias em 1846 aos deputados gauchos, na qualidade de Presidente da Provincia que acabara de pacificar. A persistire  esta situação o Brasil continuara sendo uma Potencia Economica, mas uma Potencia Social com pes de barro e fraca no Campo Militar para defender seu povo e suas riquesas de ambições internacionais crescentes .Cel Bento.

CORONEL GENES GENTIL BENTO (1863-1931)

14/03/2011

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CORONEL GENES GENTIL BENTO (1863-1931)
Intendente de Canguçu (1905-1916)

( Genes Bento e sua esposa ( D Noca, nomes das ruas transversais à praça de Canguçu)
Cel Claudio Moreira Bento
(Presidente da ACANDHIS


Nasceu em Canguçu em 1863, um ano antes do início da Guerra do Paraguai. Era filho de Antônio Joaquim Bento - o primeiro professor régio de meninos do município de Cangu­çu, (em 1857) e de Izabel Vaz Bento, ambos da região do passo Maria Gomes do rio Piratini e mais tarde estação do Cerrito. Fez seus estudos em Canguçu sob a direção do pai. Mais tarde, estudou e lecionou no Colégio Sul-Americano em Pelotas. Por volta de 1887 casou em Canguçu com a carioca Maria da Conceição Monteiro Bento. Sua participação na campanha republicana foi descri­ta por J. Simões Lopes Neto, o príncipe de nossos escritores regionalistas e seu contemporâneo na Revista do Centenário de Pelotas nº 4 de 1912
"Genes Gentil Bento foi desde os mais verdes anos um sonhador cheio de fé do ideal republicano, ao qual deu os melhores impulsos de seu coração de moço, as premissas de sua inteligência, na tribuna, na imprensa, alhures e em Canguçu, salientando-se entre os poucos mais intemeratos pregadores do novo credo. Proclamada a República ocupou diversas comissões, revelando no desempenho delas o valor de sua competência, correção e zelo".
Em 1890 ocupou comissão de carácter administrativo para a construção dos molhes da barra do Rio Grande. Aí o alcançou a Revolução de 93 e a Revolta na Armada. Depois, morou em Itapuã, no exercício de funções adminis­trativas ligadas à navegação da Lagoa dos Patos. Passado o agitado período da consolidação da República, procurou melhores perspectivas na administração privada. Adminis­trou por alguns anos uma estância em Estação do Cerrito, em sociedade com seu proprietário.
Em 1904 foi chamado a servir sua terra natal na qualida­de de vice-intendente.
Em 1905, por falecimento do intendente coronel Leão dos Santos Terres, completou o seu mandato e foi eleito reeleito intendente de Canguçu, funções que exerceu até Jul. 1916, ou seja, por mais de 11 anos e meio (15 Fev. 1905-25 Jul. 1916). Em 1912, o autor regionalista citado escrevia:
"O que fez e o que lutou desde 1905 o coronel Genes Bento partindo de um momento de rudes dificuldades e into­lerantes agitações, o sucesso de seu esforço é a recompen­sa de sua dedicação nestes largos sete anos de vida pública. Dizem-no melhor que as palavras, a situação próspera do município, a justiça que lhe tributam os adversários e a arre-gimentação sólida do partido que chefia".

Ainda, em 1916, foi convocado pelo Presidente do Esta­do, Dr. Borges de Medeiros, para o exercício sucessivo das seguintes funções de confiança de 1816-1921: Subchefe de Polícia da 6a Região com sede em Jaguarão; Subchefe de Polícia da 1a Região com sede em Porto Alegre, Chefe de Polícia do Estado (função equivalente hoje de Secretário do Interior) e, finalmente, de Secretário da Presidência do Esta­do. Do exercício dessas funções de confiança deixou muito bem desenvolvido e organizado arquivo encadernado, hoje em poder de da Professora Yonne Maria Sherer Bento filha de Alfredo Sherer que exercei 4 mandatos como prefeito de Venâncio Aires e que ocupa cadeira Cel Genes Gentil Bento. E  esposa do Tabelião de Canguçu  José Moreira Bento, neto do Cel Genes Gentil em cuja casa se encontra o Arquivo de seu avo uma  fonte histórica    do Rio Grande do Sul 1916-1922.
No exercício de suas funções de subchefe e chefe de Polícia do Estado fez diversas intervenções pacificadoras em nome do Partido Republicano, traduzidas pelo exercício temporário das funções de intendente de São Luiz Gonzaga, São Francisco de Paula e Herval do Sul. Representou pes­soalmente o Presidente do Estado e agiu em seu nome em diversas situações.
Ao se transferir para Porto Alegre, o fez com toda a fa­mília, permanecendo em Canguçu seu filho o Tabelião Conrado Ernâni Bento.que foi prefeito em três ocasiões por cerca de 12 anos.
Em 1921 foi nomeado Notário do 3o Ofício de Porto Ale­gre, na rua da Ladeira, atual cartório Dorneles, que por mui­tos anos levou seu nome.
Faleceu em Porto Alegre em 16 de março de 1931, onde se encontra sepultado junto com a esposa. Dentre as publi­cações que ensaiam sua biografia registre-se o jornal Estado do Rio Grande, Porto Alegre, 16 mar. 1931.
Em Canguçu e Porto Alegre existem ruas com o seu nome.
Foi criador em 1913 do Colégio Elementar de Cangu­çu que por transformações sucessivas é o Grupo Escolar de Canguçu. Existe selo municipal de Canguçu com sua efígie. Segundo escreveu A Federação como parte de seu necro­lógio:
"Exerceu cargos de destaque como a chefia e subchefia de Polícia e Secretaria da Presidência do Estado, desem­penhando no período de 1916 a 1920, por incumbência do egrégio Dr. Borges de Medeiros, missões políticas em Pinhei­ro Machado, Lagoa Vermelha, Erexim, Uruguaiana, Vacaria, Jaguarao, Cruz Alta, São Borja, Santa Maria, São Leopoldo, São Francisco de Paula, Passo Fundo, Alegrete, Montene­gro, São Luiz, Santo Amaro e Triunfo.”.
Quando da Revolução de 1923, segundo o historiador Arthur Ferreira Filho que com ele privou
 O Cel Genes Gentil  com carinho organizou a Guarda Republicana de Porto Alegre destinada a defender Porto Alegre.de ações revolucionárias”,
Para evitar o que ocorreu em Pelotas tomada pelo General Zeca Neta, conforme a descrevemos na Revista do CIPEL de 2003. Foi membro  Comissão Executiva do Partido Republicano, sendo Vice-Presidente de Honra do Centro Republicano Júlio de Castilhos".
. O historiador Sérgio da Costa Franco, em Gente e Coisas da Fronteira Sul. Porto Alegre: Sulina, 2001, em "O dissídio entre os chimangos: carlistas e zeferinistas" as p. 131/174, descreve a pacificação des­te complexo dissídio pelo Cel. Genes Gentil Bento. O Cel. Genes possuía três irmãs. Uma casou com Antônio (Nico) Duarte do qual nasceu Isaura esposa Vador Rodrigues com grande descendência. Outra com Genuíno Aguiar e sogros de Antônio (Antonico) Valente com grande descendência em Canguçu e uma terceira casou em Pelotas, tendo como filho o atrista plástico Adail Bento Costa. Eram seus irmãos Hermes Laranja Bento,  e José (Cazusa) Monteiro Bento que foi o primeiro engenhei­ro agrônomo a se formar em Pelotas e depois professor da Escola Eliseu Maciel.
O historiador Sergio da Costa Franco ao estudar o Arquivo do Dr Borges de Medeiros existente no Instituto Histórico e Geográfico do RGS levantou e registrou a correspondência mantida pelo Cel Genes Gentil Bento com o Presidente do Rio Grande do Sul Dr Augusto Borges de Medeiros

Cel Claudio Moreira Bento. Natural de Canguçu. É presidente da Academia de História Militar Terrestre do Brasil, do Instituto de História e Tradições do RGS e das academias Canguçuense e Piratiniense de História
End: Rua Florença 266 Jardim das Rosas 27580-Itatiaia-RJ

RECEPÇÃO DOS QUATRO NOVOS ACADÊMICOS, EM 14 DEZ NA AMAN, NA COMEMORAÇÃO PELA ACADEMIA DE HISTÓRIA MILITAR TERRESTRE DO BRASIL DO BICENTENÁRIO DA CRIAÇÃO DA ACADEMIA REAL MILITAR, RAIZ HISTÓRICA DA BICENTENÁRIA AMAN

22/02/2011

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Hoje, a Academia de História Militar Terrestre do Brasil, próximo de completar 15 anos de profícua existência em prol do desenvolvimento da História Militar das Forças Terrestres do Brasil, realiza esta histórica e singular cerimônia de posse de quatro acadêmicos, comemorativa para nossa AHIMTB, dos 200 anos da criação da Academia Real Militar, a raiz histórica da nossa bicentenária Academia Militar das Agulhas Negras. Efeméride aqui comemorada, simbolicamente, com o lançamento do livro desta presidência 2010 – 200 anos da criação da Academia Real Militar à Academia Militar das Agulhas Negras. E mais o lançamento do Guararapes alusivo à História de N.S. da Conceição, que foi a padroeira do Exército Imperial do Brasil e grande devoção do Duque de Caxias, que ao morrer a única decoração de seu quarto era a gravura de N.S. da Conceição, hoje no Museu da AMAN. Cerimônia assinalada com as seguintes posses de acadêmicos:
Gen Div Marco Antônio de Farias, primeiro colocado de sua turma de Infantaria, ex-comandante da AMAN e 3º Presidente de Honra da AHIMTB, e por ela condecorado com a Medalha de Mérito Histórico Militar Terrestre do Brasil no grau de Comendador e de quem a AHIMTB recebeu e continua recebendo notável estímulo a sua ação, por entender o ilustre novo acadêmico o alevantado objetivo profissional militar da Academia de História Militar Terrestre do Brasil ou seja explorar, com apoio em fundamentos de Arte e Ciência Militar, o rico passado militar de mais de cinco séculos, visando isolar subsídios de Arte e Ciência Militar brasileiras a contribuírem para a formulação de uma doutrina militar terrestre brasileira genuína como a sonhou em 1861 o Duque de Caxias, patrono da AHIMTB, como Ministro da Guerra e Presidente do Conselho de Ministros.
O novo acadêmico passa a ser o titular da emblemática figura de soldado e historiador militar crítico o Gen Div Augusto Tarso Fragoso, a quem se deve a criação do Estado-Maior do Exército, em 1898, depois de estagiar na Europa a procura de solução para as seqüelas de ferimento à bala, recebido no combate da Armação no combate a Revolta da Armada em 1893/95.
O projétil que o feriu, e a farda que vestia na ocasião, ele a destinou ao Museu da AMAN, onde não o localizamos.
É dele o ato de contrição feito no seu livro A Batalha do Passo do Rosário, em 1922, de condenação ao espírito do ensino bacharelesco que vigorou na Escola Militar, de 1874-1905, divorciado do profissionalismo militar, quando alunos da Escola Militar de seu tempo, sob influência de professores divorciados do profissionalismo militar e seduzidos pelo Positivismo, a Religião da Humanidade, por eles mal interpretada, riam e ridicularizavam os veteranos da Guerra do Paraguai, desfilando com os seus peitos cobertos de medalhas, julgando aquilo uma cena ridícula.
O acadêmico a seguir é o General Edson Leal Pujol, tríplice coroado, primeiro colocado de sua Turma de Cavalaria de 1977, 3º Presidente de Honra da AHIMTB e que hoje será condecorado como Comendador do Mérito Histórico Militar Terrestre do Brasil, em reconhecimento ao excepcional apoio que dele tem recebido a nossa AHIMTB e que desde o momento de sua posse como 3º Presidente de Honra entendeu o compromisso perseguido pela AHIMTB, de colaborar para a nacionalização progressiva da doutrina militar terrestre brasileira com apoio na pesquisa de história militar crítica de subsídios em nosso rico patrimônio militar, sem deixar de lado incorporações doutrinárias compatíveis de doutrinas militares estrangeiras com nossas realidades operacionais e características do soldado brasileiro, como procedia o Duque de Caxias em sua característica de “homem amigo de escrever cartas“, segundo um de seus biógrafos, mantendo contato com diplomatas brasileiros no exterior. Assinala esta característica a importação de balões cativos usados pelo Exército do Norte dos EUA para compensar a falta de dominância de vistas sobre o desconhecido território inimigo no Paraguai.
O novo acadêmico General Pujol passa a ser o titular no ano do Bicentenário da AMAN, e como parte destas comemorações, da cadeira Marechal José Pessôa Cavalcanti de Albuquerque, o idealizador da nossa Academia Militar das Agulhas Negras e que marca em sua bela História, duas fases. A fase antes do Marechal José Pessôa e a fase AMAN, depois de Marechal José Pessôa.
Personagem que imprimiu ao Exército, através dos uniformes históricos dos cadetes um elo entre o Exército Brasileiro Imperial e o Exército Republicano. Ou Exército Brasileiro de sempre, inspirado em figuras excepcionais dos dois períodos.
O novo acadêmico Cel Eng QEMA Cel Carlos Roberto Peres vem demonstrando, como historiador militar, crescente desenvolvimento assinalado por sua notável contribuição na obra institucional comemorativa do centenário da ECEME intitulado ECEME – Escola do Método – um século pensando no Exército. E agora ultima a obra institucional comemorativa do Bicentenário da AMAN, a ser lançado em 2011 – ano do início do funcionamento da Academia Real Militar.
O novo acadêmico Cel Carlos Roberto Peres será o titular da cadeira General Umberto Peregrino Seabra Fagundes, uma assinalada vocação para a literatura militar histórica iniciada ainda como tenente. Foi historiador que muito escreveu sobre nossa Escola Militar e como notável Diretor de Biblioteca Editora do Exército, criou uma geração de escritores militares e estimulou trabalhos de resgate da História da FEB. Ele criou uma geração de escritores militares, atribuindo a cada um a missão de escrever sobre um assunto, não esperando que os vocacionados submetessem seus trabalhos ao Conselho Editorial da BIBLIEX sujeitos aos azares de uma recusa desestimulante como aconteceu com muitos.
O seu processo, se readotado, poderia reforçar a enfraquecida corrente do pensamento militar terrestre brasileiro. Fica a sugestão para o fortalecimento desta corrente. Ou seja, o processo Umberto Peregrino. Qual o tema a ser escrito! E escolher e apoiar quem poderá executá-lo!
O quarto acadêmico a ser hoje empossado é o Cel Cav R/1 Ernildo Heitor Agostini Filho, que conheci menino no 1º Batalhão Ferroviário, filho do velho companheiro Capitão Agostini, seu homônimo. O Cel Agostini tem revelado um grande pendor, interesse e êxito como pesquisador de História Militar Terrestre do Brasil. E, no momento, trabalha febrilmente na elaboração da História Militar institucional da Academia Real Militar à AMAN, a ser lançada em 2011, ano do bicentenário de início do funcionamento da Academia Real Militar, na Casa do Trem.
O novo acadêmico será o titular da cadeira nº. 46, General Moacyr Lopes de Resende, que considero o 1º historiador de nossa AMAN com vistas comemorações do Sesquicentenário da AMAN, em 1961. Obra que me serviu de base para a produção dos diversos trabalhos de minha iniciativa sobre História da AMAN, iniciados em 1978.
Ao General Resende, atribuo a autoria de trabalho balizador dos principais eventos ocorridos na História da AMAN e do qual adicionei exemplar nas fontes de História da AMAN, que coleciono desde 1978, quando iniciei a minha atividade de instrutor de História Militar da AMAN, já historiador consagrado e premiado e membro de instituições históricas como o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e adjunto da Presidência de Comissão de História do Exército do EME, presidido pelo saudoso mestre Cel Francisco Ruas Santos, Veterano da Defesa Territorial e da FEB, e autor de excelente Teoria de História Operacional e Institucional do Exército Brasileiro, trabalho que poucos exércitos do mundo dispõem.
É com grande satisfação castrense que acabo de receber em nome da Academia de História Militar Terrestre e como seu Presidente e fundador os ilustres acadêmicos na esperança que continuem a lutar pelo desenvolvimento da História Militar Terrestre Crítica do Brasil como atividade militar profissional com vistas a retirar de nosso rico passado militar subsídios de arte e ciência militar terrestres brasileiras para o progressiva nacionalização da Doutrina Militar Terrestre Brasileira genuína como a sonharam, além de Caxias, os Marechais Floriano Peixoto e Humberto de Alencar Castello Branco, e diversos outros pensadores militares entre os quais destaco e reverencio o nosso Acadêmico Emérito Cel Amerino Raposo Filho, com o qual muito aprendi com sua preciosa obra A Manobra na Guerra.
A seguir os novos acadêmicos procederão o elogio a seus patronos de cadeiras e acadêmicos eméritos que sucedem

Oração de posse do Acadêmico Gen Div Marco Antônio de Farias

Senhor Presidente da Academia de História Militar Terrestre do Brasil, Coronel Cláudio Moreira Bento,
Exmo Sr Gen Edson Leal Pujol, comandante da AMAN
Senhores acadêmicos, companheiros, amigos e convidados,
Meus senhores,
Minhas senhoras,
Queridos familiares!
Feliz a providência divina que me trouxe de retorno a esta Academia Militar, casa de cultura e de formação de homens de bem, santuário onde vivi momentos inesquecíveis da minha existência. Feliz a providência divina que me permitiu tomar posse na cadeira nº. 5, no mesmo cenário em que o meu antecessor, o Gen Tácito, a ocupou. Feliz a providência divina que me permitiu tão grande honraria no exato período em que se comemoram os 200 anos do nascimento do Brigadeiro Antônio de Sampaio, patrono da Infantaria brasileira, e que teve no Gen Tácito, infante como eu, o iniciador do movimento que trasladou os restos mortais de Sampaio para Fortaleza, onde, agora, descansa num panteão digno de herói nacional. Essas são as coisas de Deus, perceptíveis para os crédulos, coincidências para os indiferentes, mas que dão sentido e a exata dimensão da grandeza do servir e do viver.
Inicio meu discurso, neste Ato de Posse, agradecendo aos membros da Academia de História Militar Terrestre do Brasil por minha indicação e àqueles que me honraram com seu voto, possibilitando que eu acendesse a esta Casa para nela ocupar a Cadeira de número 5. Incluo neste agradecimento aqueles que contribuíram para chancelar os procedimentos regimentais das sucessões acadêmicas.
Agradeço, também, de forma especial, a presença marcante do Cel Cláudio Moreira Bento, criador e atual presidente da AHMTB, neste evento. O Cel Moreira Bento, a quem sempre tratei pelo epíteto de “Mestre”, pelo respeito e admiração, simboliza o labor e o amor pela nobre causa da defesa da verdade na evolução do passado militar do Brasil.
A Cadeira nº 5 figura entre as 50 cadeiras, excetuando-se as especiais, em número indeterminado, que compõem o quadro desta respeitável Academia, criada em 1996 com o intuito de preservar, cultuar, divulgar e pesquisar a História Militar do nosso país em seu espectro da Força Terrestre.
O Patrono da Cadeira que ora passo a ocupar é o Gen Augusto Tasso Fragoso. Este insigne Patrono nasceu no dia 28 de agosto de 1869, em São Luís, a capital maranhense. Além de destacado militar, foi escritor, tendo como obras notáveis os livros “A Revolução Farroupilha”, “A História da Guerra entre a Tríplice Aliança e o Paraguai” e “Os Franceses no Rio de Janeiro”.
Ainda jovem, no Rio de Janeiro, Tasso Fragoso entrou em contato com as idéias positivistas amplamente disseminadas por Benjamin Constant e, em 1889, tomou parte na operação militar que instaurou o regime republicano no Brasil. Ainda que contra sua vontade, foi eleito deputado à Assembléia Nacional Constituinte, em 1890, pelo Maranhão. Não aceitou o cargo, por entender “que o militar não deve ser político”.
Convidado pelo Presidente Floriano Peixoto, em 1891, para assumir a Prefeitura do Distrito Federal, coerente com o seu pensamento, declinou o convite, tendo, entretanto, aceitado a chefia do Departamento de Obras e Viação Geral daquela prefeitura, cargo no qual permaneceu em exercício até abril de 1892.
No ano seguinte, participou da repressão à Revolta da Armada que pretendia derrubar o governo de Floriano Peixoto. Em 1908, viajou à Europa como membro do Estado-Maior do Ministro da Guerra Hermes da Fonseca. Quatro anos depois, em 1914, foi nomeado Chefe da Casa Militar pelo presidente Venceslau Brás, função exercida até 1917. Nesse ínterim, desempenhou importante papel na implantação do serviço militar obrigatório e na reestruturação do Exército.
Alcançou o generalato em 1918. Foi designado, em 1922, para participar dos inquéritos instaurados pelo governo para apurar responsabilidades sobre o levante do Forte de Copacabana, que deu início aos movimentos tenentistas e que deixaram marcas indeléveis naquela década. Em novembro daquele mesmo ano, assumiu a chefia do Estado-Maior do Exército, onde se destacou no processo de transformação do Exército, executado sob orientação da Missão Militar Francesa. Exonerou-se da chefia do EME, em 1929, por discordar do descaso com o Órgão nas decisões relativas à remodelação do ensino militar no país.
Exclusivamente dedicado à sua carreira profissional e distante de questões políticas, Tasso Fragoso recusou-se a participar da Revolução de 1930. O cenário de então, favorável aos revolucionários, acabou, entretanto, por levá-lo aceitar a sugestão do General Mena Barreto do seu nome para comandar a operação militar destinada a afastar o Presidente Washington Luís. Ao lado do próprio General Mena Barreto e juntamente com o Contra-Almirante Isaías de Noronha, participou da junta governativa que substituiu o presidente deposto e posteriormente transferiu o poder a Getúlio Vargas, comandante das forças revolucionárias.
Em março de 1931, o General Tasso Fragoso reassumiu o cargo de Chefe do Estado-Maior do Exército. Nesta função, participou, dois anos depois, do combate à Revolução Constitucionalista de 1932. Entretanto, por considerar-se alijado das decisões mais importantes dessa campanha, voltou a solicitar sua exoneração da chefia daquele órgão. Em abril de 1933, nomeado ministro do Supremo Tribunal Militar (STM), exerceu a função até 1938, quando se aposentou compulsoriamente por limite de idade.
Uma coincidência feliz fez com que eu fosse indicado para ocupar a cadeira cujo Patrono é o General Tasso Fragoso. Longe de mim buscar igualar-me a tão ilustre figura da História Militar Brasileira. Refiro-me ao fato de eu estar ocupando o cargo de 1º Subchefe do Estado-Maior do Exército, na oportunidade em que a Força Terrestre se encontra, como aconteceu naquele momento da vida do insigne general, em um processo de transformação. Que seja esta similitude um venturoso augúrio de minha passagem por esta casa.
De igual forma, sinto-me bafejado pela boa sorte e, mesmo, ungido pelo desígnio celeste, ao alcançar a Cadeira inaugurada e outrora ocupada pelo General-de-Exército Tácito Theóphilo Gaspar de Oliveira.
O General Tácito encontrou seus primeiros contatos militares no Colégio Militar do Ceará. Tendo concluído sua educação básica, seguiu para a Escola Militar, no Realengo, onde foi declarado aspirante-a-oficial, em 1934. Protagonizou uma carreira militar destacada, servindo como oficial subalterno e intermediário em organizações militares do Nordeste. Dali, atendendo ao chamamento da pátria, seguiu para cumprir seu dever na campanha da Força Expedicionária Brasileira, na Itália. O desempenho, a competência e a habilidade no Comando da Companhia do Quartel da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (1ª DIE), renderam-lhe merecidos elogios do Gen Mascarenhas de Moraes e do próprio Gen Mark Clark. Após o seu retorno, aprovado em difíceis exames, cursou a Escola de Comando e Estado-Maior, ainda como capitão. Concluídos seus estudos, foi designado para servir no Estado-Maior do Exército, como adjunto da 3ª Seção.
Promovido a major, por merecimento, em 1951, ingressou no círculo dos oficiais superiores, permanecendo, porém, na mesma função. Ainda major, cursou a Escola de Guerra Naval, instituição na qual veio a ser assessor, representante da Força Terrestre. Sua promoção a tenente-coronel, igualmente por merecimento, se deu em 1955. A mais destacada ação nesse posto, entre tantas, foi sua aprovação em concurso e participação como Instrutor da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército dos Estados Unidos da América. Ali, ficou encarregado da edição brasileira da “Military Review”. No retorno, em 1961, foi promovido ao posto de coronel, por merecimento, destacando-se como Chefe do Gabinete do Gen Castello Branco e, posteriormente, projetando-se como Diretor-Geral de Ensino do Exército. Ao iniciar-se a Revolução Democrática de 31 de março de 1964, estava no comando do 23º BC. Como comandante da Unidade, assegurou aos presos políticos, recolhidos ao seu quartel, um tratamento urbano e humanitário, evitando qualquer tipo de represália contra os mesmos. Ainda no posto de coronel, participou da Força Interamericana de Paz, que atuou na República Dominicana.
O então coronel Tácito alcançou o generalato em 1966, aos 52 anos. Como general-de-brigada, foi nomeado Superintendente de Desenvolvimento do Nordeste (na SUDENE), o que lhe favoreceu profundos agradecimentos da população nordestina pelos trabalhos ali realizados. Foi promovido a general-de-divisão, em 1972 e a general-de-exército, em 1976.
Em 1977, encerrando sua carreira do mesmo modo brilhante como a iniciou, o Gen Tácito foi nomeado Ministro Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA), de onde saiu para a reserva, em 78, após 53 anos de relevantes serviços prestados ao País, ao Exército e à sociedade.
Emérito estudioso e intelectual dedicado às letras, o Gen Tácito colaborou na revista "Defesa Nacional" e "Revista Militar Brasileira"; colaborou na edição dos volumes da "História do Exército Brasileiro" e publicou estudos sobre Caxias, Sampaio, Tibúrcio e o Conde D’Eu, bem como estudos sobre a Independência, a Guerra da Independência no Piauí e Maranhão, a Colonização do Ceará, a II Guerra Mundial e a Campanha da FEB.
Entre as inúmeras condecorações que recebeu, vale destacar: Grã-Cruz da Ordem do Mérito das Forças Armadas; Grã-Cruz da Ordem do Rio Branco; Grã-Cruz da Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho; Medalha de Campanha da Força Expedicionária Brasileira; Medalha de Guerra; Bronze Star Medal (Estados Unidos); Medalla Abdon Calderon (Equador); Gran Estrella al Mérito Militar (Chile); Medalha ao Mérito, da FIP (Organização dos Estados Americanos). Um grande militar, uma grande trajetória!
Gen Tasso Fragoso e Gen Tácito: estes são os personagens da História a quem eu passo a reverenciar, de forma particular. São e serão, doravante, incentivo e memória, farol e guia para a minha conduta acadêmica. O gosto pela história militar terrestre brasileira, assim como as minhas experiências de Comandante da AMAN e de Diretor de Ensino Preparatório e Assistencial hão de me permitir representar honrosamente as ilustres figuras que me antecederam. Buscarei nutrir-me do passado, sem contudo deixar de avançar em direção ao porvir.
Concluindo minhas palavras, sinto-me instado a agradecer à minha família pelo integral apoio à minha carreira, pela presença constante e leal ao meu lado e por, jamais, deixar de acreditar em mim. Agradeço, também, aos meus amigos e a todos aqueles que, direta ou indiretamente, colaboraram para que eu pudesse estar aqui, hoje, assumindo a Cadeira de número 5, a do Gen Tasso Fragoso, nesta Academia de tão profundo e importante significado para a preservação da história do nosso País.
Como despedida, incito todos à reflexão do pensamento do filósofo grego Políbio, que já no século II a.C. afirmou: “Um homem, quando assume atitude de historiador, tem que esquecer todas as considerações, como o amor aos amigos e o ódio aos inimigos, pois assim como os seres vivos se tornam inúteis quando privados de olhos, também a história da qual foi retirada a verdade nada mais é do que um conto sem proveito”. Assim, em que pese a alusão desditosa em relação à aptidão dos cegos, reitero o meu compromisso de cultuar, pesquisar e divulgar a História Militar Terrestre do Brasil com a verdade de Políbio, verdade que a História do país merece.
Muito obrigado a todos!


Oração de posse do Acadêmico Gen Bda Edson Leal Pujol

Exmo Sr Gen Div Marco Antônio de Farias, 1º Subchefe do EME, ilustríssimo Sr Cel Cláudio Moreira Bento, Presidente da AHIMTB, Ilmo Sr Acadêmicos da AHIMTB aqui presentes, Sr oficiais, cadetes, senhores e senhoras.
É para mim uma grande honra ter sido empossado no ano passado como 3º Presidente de Honra da AHIMTB e, mais ainda agora, convidado para suceder na Cadeira de nº 22 Acadêmicos Eméritos do porte do Cel Cláudio Moreira Bento, Presidente e fundador da AHIMTB,r do Gen Ex Gilberto Barbosa de Figueiredo, ex-Presidente do Clube Militar e meu antigo Chefe do Departamento de Ensino e Pesquisa/DEP, hoje DECEx, no período em que comandei a Escola de Administração do Exército e o Colégio Militar de Salvador, bem como o seu antecessor, o Gen Ex Gleuber Vieira, antigo Ministro e Comandante do Exército, e que foi meu Cmt da EsAO, quando lá servi como Instrutor do Curso de Cavalaria. Todos elevados por seus méritos a Acadêmicos Eméritos da AHIMTB e comigo partilhando da Cadeira Marechal José Pessôa Cavalcanti de Albuquerque.
Mas, nesta cerimônia de posse, cumpre-me a honra de destacar e homenagear a histórica figura do Marechal José Pessôa Cavalcanti de Albuquerque, Patrono da Cadeira 22 da AHIMTB.
O Marechal José Pessôa nasceu em Cabaceiras, na Paraíba, em 12 de setembro de 1885. É um dos nove filhos de Cândido Clementino e Maria Pessôa Cavalcanti de Albuquerque.
Embora pouco se saiba sobre sua infância, pode-se destacar que realizou os primeiros estudos na capital do estado, quando ainda se chamava “Parahyba”, hoje, João Pessôa, em homenagem ao seu irmão assassinado pouco antes da Revolução de 1930. Seu curso secundário foi efetuado no Colégio Nacional, depois denominado Dom Pedro II, como aluno interno.
Cedo, porém, o jovem José demonstrava sua vocação militar. Resolveu prestar concurso para a Escola Preparatória e de Prática do Realengo, quando já cursava o Liceu da Paraíba, em 1902. Aprovado, partiu para a Capital Federal, o Rio de Janeiro e em dezoito de março de 1903, foi matriculado na escola, iniciando a sua trajetória na profissão militar.
Com o fechamento da Escola Militar do Brasil, na Praia Vermelha, os cursos foram transferidos para a Escola de Guerra, em Porto Alegre, no prédio que atualmente abriga o Colégio Militar de Porto Alegre, onde foi declarado Aspirante de Infantaria e de Cavalaria em janeiro de 1909. No mesmo ano cursou a Escola de Artilharia e Engenharia do Realengo.
Sua primeira Unidade foi o 13º Regimento de Cavalaria, no Rio de Janeiro, sendo depois transferido para a 4ª Companhia de Caçadores, na Paraíba do Norte e, a seguir para o 50º Batalhão de Caçadores, em Salvador.
Na capital baiana foi nomeado instrutor militar da Faculdade de Medicina da Bahia.
Posteriormente, cursou a Escola Politécnica, no Rio de Janeiro, formando-se engenheiro topógrafo.
Em 1913, foi transferido definitivamente para a arma de Cavalaria.
Em 1916, no quartel-general de São Paulo, além de exercer suas funções, foi instrutor militar da Faculdade de Direito, exercitando seu sentimento cívico e formando uma juventude identificada com os valores da Pátria, contagiada pela influência dos ideais de Olavo Bilac.
Em 1918, como primeiro-tenente realizou estágio na escola de formação de oficiais franceses, a atual Escola Especial Militar de Saint-Cyr. Após o estágio, combateu nos campos de batalha da Europa junto com os franceses, na 1ª Guerra Mundial, permanecendo adido ao 4º Regimento de Dragões do exército francês. Recebeu inúmeros elogios e foi promovido ao posto de capitão por atos de bravura. Comandou o 1º Pelotão do 1º Esquadrão de Carros de Assalto. Quase ao final daquele conflito bélico, José Pessôa foi acometido de tifo. Evacuado da frente de combate para um hospital francês conheceu a enfermeira inglesa Blanche, alistada como voluntária na Cruz Vermelha da França. O casamento ocorreu em 1918.
No pós-guerra, realizou o curso da Escola de Carros e o curso prático de Artilharia de Assalto, ambos em Versailles, na França, onde absorveu as inovações doutrinárias dos carros de assalto e escreveu o livro “O tanque na guerra européia”.
Em 1921, ao voltar ao Brasil, assumiu o Comando da Companhia de Carros de Assalto, no Rio de Janeiro, nas atuais instalações do 57º Batalhão de Infantaria (Escola). O carro utilizado era o francês Renault FT-17, que não era o de sua preferência, pois preferia os ingleses Whippet. Porém ele afirmava: “O Renault FT-17 é o suficiente para preparar o nosso pessoal na prática dessa nova arma de guerra”.
Entre os anos de 1923 e 1924, tem sua primeira passagem pela Escola Militar, no Realengo, desempenhando as funções de Fiscal Administrativo.
A seguir, no desempenho das funções de Comandante do 1º Regimento de Cavalaria Divisionário, no Rio de Janeiro, fez renascer a mística dos uniformes históricos, concebidos por Gustavo Barroso.
Em 1930, assumiu o Comando do Corpo de Bombeiros da Capital Federal, tendo uma ativa participação na Revolução de 30. Naquele episódio, no comando do 3º Regimento de Infantaria, sediado no antigo prédio da Escola Militar, na Praia Vermelha, reviveu sua atuação nas instruções da Faculdade de Direito de São Paulo, recompletando a unidade com civis voluntários, em substituição aos que não haviam aderido ao movimento. Cumpriu a missão de cercar e ocupar o palácio Guanabara, sede do Governo, para dar segurança aos generais que levariam uma intimação ao presidente Washington Luís, e os revolucionários conseguiram derrubar o governo.
No mesmo ano, por haver conquistado a confiança do Ministro da Guerra, General Leite de Castro, é nomeado Comandante da Escola Militar, no Realengo. Não aceitou o cargo de imediato, condicionou-o a não sofrer interferências estranhas ao seu comando e a construção de uma Academia Militar longe da capital federal. Para o então presidente, Getúlio Dornelles Vargas, o nome era perfeito, pois, além de ser um militar com excelentes dotes profissionais, era irmão de João Pessôa, um símbolo da Revolução, seu ex-candidato a vice-presidente. Sua atuação na Escola Militar deu um novo rumo à formação do oficial do exército.
Estas modificações puderam ser sentidas a partir da sua ordem do dia de quinze de janeiro de 1931:
“...a Revolução não terminou......engrandecer a Nação é o único e verdadeiro fim. O Exército, instituição democrática, mais rapidamente se deve recompor. Urge remodelá-lo, aparelhá-lo e, sobretudo, retomar em mão os seus quadros. O Comando da Escola Militar é a missão mais honrosa de toda a minha vida. Saint-Cyr, West Point e Sandhurst serão os moldes de onde sairão as linhas gerais do processo de formação militar. Da formação do oficial militar devem constar: educação física, cultura geral científica e preparação profissional rigorosa. Entretanto, sem que tomemos o empreendimento como um ideal, na mais ampla acepção do termo, nada se fará. O plano de remodelação ficará inerte se não lhe insuflarmos a vida de nosso entusiasmo, de nossa fé, dos nossos sacrifícios, pequenos e grandes, como um verdadeiro ideal. Cadetes! A partir de hoje, vivamos a mentalidade da nova Escola Militar, da Escola Militar que vamos construir”.
De imediato os cadetes tiveram a certeza de que estavam diante de um militar de características especiais. O General Tasso Villar de Aquino, assim se referiu ao seu ex-Cmt: “José Pessôa é homem de elegância extraordinária, em tudo. No trajar, nos gestos, na fala, ele é um homem que não se descuida nunca. Você nunca o apanha em momento de relaxamento. Sempre composto. Dignidade extraordinária. É atitude consciente e ele quer passar essa imagem para o cadete. O cadete deveria ter uma atitude especial, ele não era um estudante comum”.
Para aperfeiçoar a formação dos oficiais, o Coronel José Pessôa escolheu o Marechal Duque de Caxias como vulto histórico para transmitir aos cadetes virtudes militares e criar a mística do “Cadete de Caxias”.
Com essa visão, o novo comandante adotou uma série de medidas: o retorno da graduação de cadete, extinta por influência republicana no governo do Prudente de Moraes; a reformulação dos uniformes; a criação do brasão do cadete e do Corpo de Cadetes; a reformulação dos regulamentos e a adoção do espadim, réplica da espada invicta do Duque de Caxias, símbolo da própria honra militar.
Após o comando da Escola Militar foi designado para comandar o 1º Distrito de Artilharia de Costa, tendo participação direta na formação dos primeiros engenheiros que formariam as bases para a criação da nossa futura indústria militar bélica.
Entre 1938 e 1946 exerceu as funções de Inspetor de Cavalaria, realizando um trabalho altamente benéfico tanto para arma quanto para o Exército.
Em 1943, o penúltimo ano da Escola Militar, no Realengo, foi homenageado pelo seu então comandante, o coronel Mário Travassos. Quando se dirigiu aos cadetes da Escola assim se pronunciou: “Nesta Escola está o cofre onde deposito as minhas melhores esperanças e a minha certeza em um futuro cada vez maior para o meu Exército e para o meu País”.
Em 1938, uma comissão militar confirmou Resende como sede da nova Escola Militar. No dia 29 de junho de 1938, o presidente Getúlio Vargas assinou a ata de início da construção da Escola Militar de Rezende, com a presença do General José Pessôa e do industrial Henrique Lage, o cadete número um. O presidente, com uma pá de prata, colocou cimento na borda de uma urna com jornais e revistas da época, simbolizando a pedra fundamental.
Em 12 de setembro de 1949, após quase meio século dedicado ao Exército Brasileiro, deixou o serviço ativo. O comandante da Escola Militar de Rezende, General Cyro do Espírito Santo Cardoso, prestou uma significativa e marcante homenagem ao General José Pessôa. Passou-lhe o comando simbólico da Escola em um dia de festa, o qual se emocionou ao proferir as seguintes palavras:
“Eu creio na vossa inteligência e na cultura que estais adquirindo nesta Academia; creio na vossa dedicação, na vossa fé nos destinos do Brasil; creio no vosso patriotismo, que há de renovar o Exército e levá-lo à posição de mantenedor da paz no nosso continente; creio na rija têmpera da vossa juventude, que tudo há de levar por diante num clima de honestidade, de pureza de caráter, de trabalho fecundo e de coragem cívica; creio na vitória de vossas armas e de vossos ideais; creio no vosso destino glorioso; creio no nosso Exército; creio na grandeza e na pujança da nossa Pátria”.
Um de seus maiores desejos foi realizado, quando em vinte e três de abril de 1951 a Escola Militar de Rezende passou a denominar-se Academia Militar das Agulhas Negras.
Como sua última missão exerceu a presidência da Comissão de Planejamento e Localização da Nova Capital Federal do país. Realizou, em companhia do Arquiteto Pena Firme, o mesmo que o ajudou na idealização da AMAN, todo o planejamento da criação de Brasília, que seria denominada Vera Cruz e teria uma conformação semelhante à atual, incluindo o Lago Paranoá e que posteriormente serviu de base para os trabalhos de Oscar Niemayer e de Lúcio Costa.
O Marechal José Pessôa foi um militar extraordinário, de grande capacidade profissional e invulgar cultura geral, tendo exercido inúmeras comissões no exterior e no Brasil e atingido o mais alto posto do nosso Exército.
A mais significativa de suas realizações é sem sombra de dúvidas a idealização da Academia Militar das Agulhas Negras.
Para mim, portanto, é com invulgar emoção e júbilo, que hoje exercendo o Comando da Academia Militar das Agulhas Negras, que é a concretização do sonho do Mal José Pessôa Cavalcanti de Albuquerque, tenho a grande honra de tomar posse na Cadeira nº 22 da AHIMTB, da qual é o insigne Patrono.

Oração de posse do Acadêmico Cel Carlos Roberto Peres

Ilustríssimo Sr Cel Cláudio Moreira Bento, Presidente da AHIMTB, Exmo Sr General Marco Antônio de Farias 1º Subchefe do EME, Exmo Sr Gen Edson Leal Pujol, comandante da AMAN, Ilmo Sr acadêmicos da AHIMTB, Sr Oficiais, Cadetes, a razão de ser da Academia Militar das Agulhas Negras, muito me alegra tê-los aqui neste momento, senhores e senhoras, dentre as quais destaco minha querida esposa Marli, companheira de 43 anos de lutas e que sempre me apoiou, seja nas atividades militares, seja nas civis.
É para mim uma grande honra ter sido proposto para substituir o Coronel Paulo Dartagnan Marques Amorim, antigo Diretor do Arquivo Histórico do Exército, por duas vezes, nos períodos de 29 de janeiro de 1993 a 29 de janeiro de 1996 e de 17 de dezembro de 1998 a 30 de junho de 2004, um dos grandes pesquisadores da história do nosso Exército e que foi recentemente promovido a acadêmico emérito da AHIMTB.
O Coronel Dartagnan nasceu no Rio de Janeiro, em 14 de outubro de 1941 e assentou praça na Academia Militar das Agulhas Negras em 1962, sendo declarado Aspirante-a-oficial da Arma de Cavalaria em 1965.
Foi promovido a 2º tenente em 1965, a 1º tenente em 1967 e a capitão em 1970. Suas promoções a major em 1979, a tenente-coronel em 1984 e a coronel em 1989, ocorreram pelo critério do merecimento.
Serviu em Organizações Militares localizadas em quase todas as regiões do território nacional, tendo em sua passagem pela Amazônia sido distinguido com a Medalha do Serviço Amazônico.
Realizou os cursos de Comando e Estado-Maior da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e de Política e Estratégia Militar da Escola Superior de Guerra.
Foi distinguido com as medalhas da Ordem do Mérito Militar, no grau Comendador e do Pacificador, dentre outras condecorações.
Nesta cerimônia de posse, cabe-me o privilégio de poder destacar a figura do General Umberto Peregrino Seabra Fagundes, patrono da cadeira 47 da AHIMTB.
Este ilustre militar nasceu no dia 3 de novembro de 1911, na cidade de Natal, RN. Fez o Curso Primário no Colégio Diocesano Santo Antônio, o Secundário no Ateneu Norte-Rio Grandense e o superior na Escola Militar, localizada em Realengo, no Rio de Janeiro. Exerceu diversas funções na carreira militar, tendo sido Professor do Colégio Militar do Rio de Janeiro, Ajudante de Ordens dos Marechais Dutra e José Pessoa, Diretor do SAPS e Diretor da Biblioteca do Exército. Teve destacada atuação em todas as organizações militares onde serviu, sendo distinguido com diversas condecorações. Exerceu ainda inúmeras atividades no meio civil, tendo sido Diretor do Instituto Nacional do Livro, onde recebeu o Prêmio Paula Brito, em 1959. Tornou-se escritor e publicou diversos livros entre os quais se destaca a obra “Literatura de Cordel em discussão”, editada em 1984, além de ensaios e artigos em revistas e jornais.
Foi o fundador da casa de cultura São Saruê, especializada em Literatura de Cordel, tendo posteriormente, doado todo o acervo Cultural dessa casa de cultura para a Academia Brasileira de Literatura de Cordel, deixando seu nome na história e no coração dos apreciadores da Literatura de Cordel.
Dedicou-se intensamente, desde tenente à produção cultural literária militar no nosso Exército.
Entre as muitas e variadas projeções de sua vida cultural, brilhante e intensa, destaco a singular e marcante atuação, quando diretor da Biblioteca do Exército entre 1954 e 1960, quando atuou inclusive como historiador produzindo a obra intitulada, A Biblioteca do Exército - um capítulo da História Cultural do Brasil, editada pelo SENAI e lançada no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
Em sua gestão na Biblioteca do Exército, Humberto Peregrino foi fiel ao espírito com que ela fora criada. Publicar obras de preferência de oficiais do Exército e manter, no Rio, uma Biblioteca de apoio aos militares do Exército.
Ele, por meio das inúmeras facilidades que criou, estimulou o surgimento de uma geração de escritores militares, encomendando-lhes obras importantes para constituição do acervo da Biblioteca e os apoiando com copy desk, revisão e indicações de conteúdo. Procurou sempre atingir o público militar jovem, cadetes, aspirantes, tenentes e capitães, com a finalidade de complementar as suas formações profissionais.
Com o objetivo de despertar e apoiar novas vocações de escritores militares, para alimentar a corrente do pensamento militar brasileiro, Umberto Peregrino criou os prêmios Tasso Fragoso, Pandiá Calógeras e Franklin Dória.
Com o retorno da Força Expedicionária Brasileira, vitoriosa da Itália, preocupou-se em preservar a sua memória, editando diversos livros a ela relacionados, trabalho que foi reconhecido pelo Marechal Mascarenhas de Morais comandante da FEB.
Teve destacada atuação também, na divulgação da História Militar Terrestre do Brasil por meio de suas obras sobre Euclides da Cunha e Canudos, das biografias dos Marechais Hermes da Fonseca e Floriano Peixoto e na Comissão de Exumação dos restos mortais do Duque de Caxias.
Ao tratar da vida e obra desses grandes líderes do Exército adquiriu valiosa noção do que se passava nas altas esferas do Exército.
A mais significativa de suas realizações é sem sombra de dúvidas a sua atuação com diretor da Biblioteca do Exército.
Tenho imenso orgulho de poder ocupar a cadeira 47 da AHIMTB que tem como patrono esta exponencial figura da cultura do Exército e da literatura de cordel do Brasil que foi o General Umberto Peregrino.
Muito obrigado a todos.



Oração de posse do Acadêmico Cel Cav R/1 Ernildo Heitor Agostini Filho
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Exmo Sr Gen Marco Antônio de Farias, 1º Subchefe do Estado-Maior do Exército;
Exmo Sr Gen Edson Leal Pujol, Cmt da AMAN;
Ilustríssimo Senhor Coronel Cláudio Moreira Bento, Presidente da Academia de História Militar Terrestre do Brasil;
Demais integrantes da mesa;
Senhores acadêmicos, prezados companheiros da AMAN, cadetes;
Minhas senhoras e meus senhores.
“O Brasil de hoje e seus filhos precisam beber, na fonte do passado, os feitos que vivificam, ativam e enobrecem uma nacionalidade ciosa de sua força, do seu valor e do seu talento. Com a evocação das glórias anteriores, serão aperfeiçoadas as virtudes de nossos valorosos soldados e cidadãos, os quais cooperam para a paz, luz reanimadora, prece ardente de corações humanos e para um eficaz sucesso nos lances futuros”.
Hervé de Castro Romariz – Revista da Escola Militar, 1942, pág 33
Na minha indicação para a Academia de História Militar Terrestre do Brasil, creio que o Coronel Bento tenha considerado mais do que meus méritos pessoais, que são poucos. Credito essa honra aos laços de amizade que ele possui com a Família Agostini, desde os saudosos tempos do 1º Batalhão Ferroviário, em Bento Gonçalves, RS, a cerca de 50 anos passados.
Apesar de ser um entusiasta de História Militar do Brasil, não me considero à altura de tão nobre deferência. Sou apenas um soldado de cavalaria leitor contumaz, sem a pretensão de me comparar a historiadores.
2. O PATRONO
O Patrono da cadeira, Gen Moacyr Lopes de Resende, tem a sua vida militar intimamente ligada à Academia Militar das Agulhas Negras, desde a sua instalação em Resende.
Nascido no Espírito Santo, em 1911, sentou praça em 1927, ano em que ingressou na Escola Militar, no Realengo, onde foi declarado aspirante-a-oficial de Infantaria, no início de 1932, tendo a ventura de ser comandado pelo então Coronel José Pessôa.
Sua primeira unidade foi o 3º Batalhão de Caçadores, atual 38º Batalhão de Infantaria, Vila Velha, ES. Naquela tradicional unidade, serviu cinco anos, participando dos combates ao lado das tropas legalistas na Zona de Operações de Guerra, no Vale do Paraíba, durante a Revolução Constitucionalista de São Paulo de 10 JUL a 23 OUT 1932.
Em 1937, vamos encontrá-lo no 10º Regimento de Infantaria, atual 10º Batalhão de Infantaria, em Juiz de Fora, MG, onde foi promovido a capitão, em 1938.
Em 1941, comandou a 1ª Companhia Independente de Fronteira, posteriormente, transformada em 1º Batalhão de Fronteira, atual 34º Batalhão de Infantaria Motorizado, em Foz do Iguaçu, onde permaneceu até ser nomeado instrutor da Escola Militar de Rezende.
Apresentou-se em 14 de março de 1944, sendo um dos instrutores pioneiros da nova Escola Militar. Como comandante da 1ª Companhia do 1º ano, empenhou-se na implantação e organização do curso de formação de oficiais combatentes, que se iniciava em Resende.
Em abril de 1946, por ocasião das comemorações do 135º aniversário de criação da Academia Real Militar, proferiu interessante palestra sobre o “Histórico da Escola Militar”, já revelando forte pendor para o estudo da História Militar.
Em 1947 cursou a Es AO, obtendo o conceito MB e retorna à Escola Militar, agora como Adjunto de Professor de História Militar, em comissão, no período de 1948 a 1954. Pode ser considerado um dos primeiros professores de História Militar da AMAN.
Sua consagração no campo da história militar se deu com a obra “História da Academia Militar das Agulhas Negras (1811-1951)”. Com uma linguagem simples e objetiva percorreu a história da Academia, revelando detalhes sobre a evolução do ensino e as peculiaridades das diversas sedes ocupadas pela escola de formação de oficiais, da Casa do Trem a Resende. A riqueza do conteúdo do trabalho garantiu a publicação na Revista Agulhas Negras de 1951. Em 1948, foi promovido a major.
Por suas qualidades pessoais e profissionais foi nomeado comandante do Batalhão de Comando e Serviços da AMAN, cumulativamente com os encargos de professor de história, para o biênio 1951/52. Como comandante daquele batalhão, o então Maj Resende revelou ser um excepcional administrador e disciplinador. Com rara habilidade soube harmonizar a instrução, a administração e o imprescindível apoio à formação do oficial do Exército – razão de ser da Academia. Em 1953, foi promovido a tenente-coronel.
Realizou o Estágio Técnico de Ensino pela Diretoria de Ensino do Exército, já vislumbrando a nova etapa da carreira que se iniciaria em 23 de junho de 1954, quando foi nomeado em caráter efetivo para o Magistério do Exército, como Professor Adjunto de Catedrático sendo promovido a coronel e transferido para a reserva.
Permanecendo na AMAN, entre 1954 e 1958, foi também Professor Adjunto de Catedrático da Cadeira de Contabilidade Geral.
Em 1955, o Comandante da AMAN determinou a inclusão no Cerimonial da AMAN, que o estandarte do Corpo de Cadetes fosse apresentado aos novos cadetes, na cerimônia de aniversário da Academia, em 23 de abril, cabendo ao Cel Resende realizar pela primeira vez na história da Academia a citada apresentação.
Em 15 OUT 1957, como Subdiretor de Ensino Fundamental organizou e conduziu a primeira comemoração do Dia do Professor na AMAN.
Em 11 AGO 1958, promovido a general-de-brigada, foi nomeado para o cargo de comandante do Colégio Militar de Belo Horizonte, função que exerceu de 01 JAN 1959 a 30 MAR 1960.
Além de integrar a Ordem do Mérito Militar no grau de Cavaleiro, foi agraciado com as seguintes medalhas: Medalha Militar de Ouro; Medalha do Pacificador; Medalha de Guerra; Medalha Marechal Caetano de Farias; Medalha Marechal Trompowsky.
Por ocasião das comemorações do bicentenário da Academia Militar das Agulhas Negras nada mais justo que relembrar a carreira desse brilhante oficial que prestou serviço durante 14 anos como instrutor do Corpo de Cadetes, professor a título precário e efetivo, Prefeito Militar, Chefe da Divisão Administrativa e Subdiretor de Ensino.
3. O PRIMEIRO OCUPANTE
O primeiro detentor da cadeira foi o Cel Eng Mil Luiz CASTELLIANO de Lucena. Nascido em Patos – PB, em 1922, foi aluno da Escola Preparatória de Cadetes de Porto Alegre. Em 1943, foi cursar a Escola Militar, no Realengo.
Fez parte do grupo de Cadetes Precursores da Escola Militar de Rezende, que se apresentou voluntariamente em 6 de março de 1944. Por coincidência, data muito próxima de 14 de março, na qual o então Cap Resende se apresentou para servir na Escola Militar.
Foi declarado Aspirante da Arma de Engenharia, em 1946. Como oficial, serviu no 7º Batalhão de Engenharia, em Recife – PE e foi instrutor na Escola de Instrução Especializada.
Em 1952, ingressou na Escola Técnica do Exército (hoje, IME - Instituto Militar de Engenharia), obtendo a graduação em Engenharia Industrial e de Automóvel, em 1955.
Como Engenheiro Militar, prestou serviço na Escola de Motomecanização (atual Escola de Sargentos de Logística), na Diretoria do Serviço Geográfico, na Diretoria de Motomecanização e no Departamento de Produção e Obras.
Em 1966, no posto de Coronel Engenheiro Militar, pediu passagem para a reserva.
Após deixar o serviço ativo, pós-graduou-se em Economia pela Fundação Getúlio Vargas - RJ e na Universidade de Nova Iorque.
Foi professor-conferencista do IME em Matemática Financeira, Coordenador de cursos para o Sistema Financeiro da Habitação, professor das Universidades Gama Filho e Cândido Mendes, professor de Análise de Investimentos na Escola os Pós-graduação da Fundação Getúlio Vargas–RJ.
Como pesquisador e historiador militar, ocupou a cadeira 46 da Academia de História Militar Terrestre do Brasil e foi Acadêmico Emérito.
Em 1996, por ocasião das comemorações do cinquentenário da turma de 1946, coordenou a elaboração de precioso dossiê sobre 15 cadetes do Realengo precursores na AMAN. Em justa homenagem a eles, o Coronel Castelliano leu o texto em formatura geral da Academia.
Enquanto o Gen Resende se notabilizou pelo estudo da história da Academia Militar, o Coronel Castelliano se empenhou no estudo da História da Engenharia até o seu falecimento em novembro de 2007, deixando-nos a obra “Um Breve Histórico do IME - Instituto Militar de Engenharia” (Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, 1792).
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado Cel Bento
O senhor me concedeu o privilégio de pertencer a esta Academia. Quero dizer da minha da honra em ser admitido para a cadeira cujo patrono é o Gen Moacyr Lopes de Resende e conviver historiadores de renome que compõe os quadros dessa notável agremiação.
Muito obrigado.

MEDALHAS DO MÉRITO HISTÓRICO MILITAR TERRESTRE DO BRASIL

Em nome da Academia de História Militar Terrestre do Brasil, depois de ouvida a comissão de medalhas da mesma, e na qualidade de Grão-Mestre da Medalha do Mérito Histórico Militar Terrestre da AHIMTB e na oportunidade do 200º aniversário de criação da Academia Real Militar, hoje comemorado pela Academia de História Militar Terrestre na Academia Militar das Agulhas Negras, agracio com a citada medalha as seguintes personalidades, levando em consideração os critérios de estímulo, solidariedade, apoio histórico e de ajuda voluntária de custeio financeiro às atividades da AHIMTB. Trabalhos executados em prol da sua causa e projeção de serviços prestados pelos agraciados à pesquisa, preservação, elaboração, culto e divulgação da história militar terrestre do Brasil.


NO GRAU DE COMENDADOR
Gen Bda EDSON LEAL PUJOL
Pelo estímulo e prestígio que tem proporcionado às atividades da Academia de História Militar Terrestre do Brasil, como comandante da AMAN, na qualidade de seu 3º Presidente de Honra. A visitou logo ao assumir o comando da AMAN e em seu discurso de posse como 3º Presidente de Honra revelou identidade com o pensamento e objetivo da AHIMTB de cooperar para o desenvolvimento da Doutrina Militar Terrestre do Brasil com subsídios de Arte e Ciência Militar Terrestre brasileira, resultante da análise à luz dos fundamentos da Arte e Ciência Militar, do rico passado militar do Brasil, sem deixar de lado a incorporação do que melhor existe em doutrinas militares estrangeiras adaptáveis as realidades operacionais do Brasil.
Haver recebido em audiência o Presidente da AHIMTB e acolhido sua proposta constante do Guararapes nº 66 comemorativo do 14° ano de existência da AHIMTB de jan/mar de 2010.
E por fim haver concordado em assumir a cadeira Marechal José Pessôa Cavalcanti de Albuquerque, sob a argumentação de ser a História Militar Terrestre Crítica do Brasil, atividade profissional militar a ser realizada por oficiais da Ativa e da Reserva com capacidade e sobretudo disposição e gosto para a análise do passado militar terrestre brasileiro, a luz dos Fundamentos da Arte e Ciência Militar como procederam as potências e grandes potências militares na formulação de suas doutrinas militares, conforme lhe foi ensinado na AMAN, por sua Cadeira de História Militar.

NO GRAU DE OFICIAL
Cel Com QEMA CLÁUDIO ALFREDO DUARTE DORNELLES,
Por sua notável atuação a serviço da História Militar Terrestre Crítica do Brasil. Inicialmente como estagiário no Uruguai de Curso de Estado-Maior, onde apresentou ao comandante daquela escola e oficiais em espanhol nossa versão da Batalha de Passo do Rosário, à luz dos Fatores da Decisão Militar: Missão, Terreno, Inimigo e Meios, sendo reconhecido e elogiado pelos oficiais uruguaios que assistiram por colocar por terra interpretações políticas dominantes do evento, culpando por seus maus resultados o Imperador D. Pedro I e o Marques de Barbacena, chefe militar que em realidade salvou nosso Exército do desastre, ao evitar que fosse cercado e rendido em Santana do Livramento, ao interpor em manobra estratégica extraordinária, o nosso Exército entre o Exército Argentino e as principais cidades do Rio Grande do Sul.
Como comandante do 1º Batalhão de Comunicações – Batalhão Rondon - em Santo Ãngelo, atuou intensamente junto à comunidade e em especial junto a faculdades no sentido de enfrentar manipulações históricas ideológicas que colocavam Sepé Tiarajú como herói e Gomes Freire, comandante do Exército Demarcador, como inimigos.
Assim, produziu com sua equipe modelar DVD sobre a Guerra Guaranítica, manipulada na área, e organizou modelar o museu no batalhão sobre a atuação do Exército Demarcador de Gomes Freire e inclusive uma réplica do Monumento aos Mortos da Intentona Comunista, com objetivo de fazer frente a manipulações locais realizadas pelo Museu da Coluna Prestes, em realidade, Coluna Miguel Costa - Prestes.
Revelou o Cel Dornelles capacidade e, sobretudo, gosto para a atividade de pesquisa de História Terrestre Crítica. E mais do que isto, disposição para esta atividade tão relevante, que dá continuidade como Delegado da Delegacia Marechal Candido Mariano da Silva Rondon sediada em Santo Ângelo, a capital da região das Missões.



PALAVRAS FINAIS
Cumprimento em nome da AHIMTB os novos acadêmicos hoje empossados:
- O Gen Div Marco Antônio de Farias
- O Gen Bda Edson Leal Pujol
- O Cel Carlos Roberto Peres
- O Cel Ernildo Heitor Agostini Filho, esperando a AHIMTB que deem continuidade ao seguinte objetivo: pesquisar, preservar, cultuar e divulgar a História Militar Terrestre Crítica Brasileira à luz dos fundamentos de Arte e Ciência Militar, continuidade como atividade profissional militar com vistas à nacionalização progressiva da Doutrina Militar Terrestre do Exército como a sonhou, em 1861, o Duque de Caxias, como Ministro da Guerra e Chefe do Gabinete de Ministros.
Reafirmo a minha satisfação como soldado e historiador militar crítico da história operacional e institucional do Exército, de aqui haver lançado a obra “2010 – 200 anos da criação da Academia Real Militar à AMAN”. Obra comemorativa do bicentenário da criação da AMAN nossa querida mãe profissional e como fecho de uma atividade que exerço há 30 anos como historiador da AMAN, conforme registro de seu comandante atual na apresentação da citada obra.
Satisfação igual de hoje aqui lançar e distribuir aos presentes a história da 1ª Bda C Mec apresentada por seu último comandante e atual comandante da AMAN em seu bicentenário.
Alegria em distribuir aos presentes os informativos fundidos num só “O Guararapes”, “O Gaúcho” e o “Memória”, de entidades que fundei e presido, e alusivo a N.S. da Conceição, que foi padroeira do Exército Brasileiro colonial e imperial e devoção de Caxias, Patrono do Exército e da AHIMTB e cuja gravura, que decorava o seu quarto se encontra no museu da AMAN.
A AHIMTB em 15 anos de atividade profícua muito realizou em prol da memória operacional e institucional e estamos empenhados em que ela prossiga e não morra conosco e receba um amparo efetivo do nosso Exército.
Assim em 2011, 200 anos do início da Academia Real Militar, lutaremos para transformá-la e consolidá-la em Federação das Academias de História Militar Terrestre do Brasil, sediada em Resende com apoio da AMAN e junto a ela a Academia de História Militar Terrestre do Brasil de Resende, junto com sua delegacia Cel Antonio Esteves.
E, subordinadas à Federação, as Academias de História Militar Terrestre do Brasil do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Brasília e São Paulo etc.
Estamos convencidos de que a História Militar Terrestre crítica do Brasil é ponto obrigatório de passagem para a coleta de subsídios de arte e ciência militar para a formulação de uma doutrina militar terrestre brasileira nacionalizada do Exército.
País rico deve ser forte militarmente, e no caso do Brasil, possuir poder militar dissuasório para defender suas riquezas das Amazônia Verde e Azul. É o que aprendi na Cadeira de História da AMAN como seu instrutor de 1978/80
E para esta tarefa estratégica é necessário o concurso de oficiais com curso de estado-maior da ativa e da reserva, que além da capacidade profissional, que todos possuem é necessário mais vocação, prazer, devoção, determinação e persistência.
No limiar dos meus 80 anos, sinto a sensação do dever bem cumprido e aqui agradeço o apoio e confiança dos chefes que me apoiaram e respeitaram em 40 anos minhas atividades de historiador do Exército e militar.
Foram raríssimas as exceções de chefes que não entenderam e desrespeitaram minha atividade de historiador militar de vocação e que e a dificultaram. Lamento por eles.
Agradeço ao Gen Leal Pujol o seu apoio e disposição para que eu fosse reconduzido como PTTC para concluir a história do Exército no Rio Grande do Sul e cuidar da nossa AHIMTB. Foram três meses de espera reprovação pela junta de saúde; aprovação por junta em grau de recurso e finalmente o não encaminhamento da proposta pelo Departamento de Ensino e Cultura do Exército e em fim a manifestação do Exército através do citado departamento que meus serviços de 40 anos como historiador militar crítico não eram mais necessários em razão de minha idade 79 anos, embora exista a idéia consoladora “de que um historiador seja como o vinho, quanto mais velho melhor.”
Resta-nos, além da sensação do dever bem cumprido, a satisfação desta estimulante mensagem de nosso instrutor chefe do Curso de Engenharia 1953/55, Cel Ergílio Cláudio, ao conhecer o volume de nossa obra como historiador:
“Meu caro Bento, você é um orgulho para o nosso Exército. Você é um herói”. E emocionado deparei com a definição de herói de William Shakespeare:
“Herói é aquele que faz o que dele é esperado e que enfrenta as consequências de sua ação”.
Consequências que enfrentei e superei as quais confidenciarei em minhas memórias de soldado e historiador do Exército.
Muito obrigado a todos.