CORONEL GENES GENTIL BENTO (1863-1931)

14/03/2011

CORONEL GENES GENTIL BENTO (1863-1931)
Intendente de Canguçu (1905-1916)

( Genes Bento e sua esposa ( D Noca, nomes das ruas transversais à praça de Canguçu)
Cel Claudio Moreira Bento
(Presidente da ACANDHIS


Nasceu em Canguçu em 1863, um ano antes do início da Guerra do Paraguai. Era filho de Antônio Joaquim Bento - o primeiro professor régio de meninos do município de Cangu­çu, (em 1857) e de Izabel Vaz Bento, ambos da região do passo Maria Gomes do rio Piratini e mais tarde estação do Cerrito. Fez seus estudos em Canguçu sob a direção do pai. Mais tarde, estudou e lecionou no Colégio Sul-Americano em Pelotas. Por volta de 1887 casou em Canguçu com a carioca Maria da Conceição Monteiro Bento. Sua participação na campanha republicana foi descri­ta por J. Simões Lopes Neto, o príncipe de nossos escritores regionalistas e seu contemporâneo na Revista do Centenário de Pelotas nº 4 de 1912
"Genes Gentil Bento foi desde os mais verdes anos um sonhador cheio de fé do ideal republicano, ao qual deu os melhores impulsos de seu coração de moço, as premissas de sua inteligência, na tribuna, na imprensa, alhures e em Canguçu, salientando-se entre os poucos mais intemeratos pregadores do novo credo. Proclamada a República ocupou diversas comissões, revelando no desempenho delas o valor de sua competência, correção e zelo".
Em 1890 ocupou comissão de carácter administrativo para a construção dos molhes da barra do Rio Grande. Aí o alcançou a Revolução de 93 e a Revolta na Armada. Depois, morou em Itapuã, no exercício de funções adminis­trativas ligadas à navegação da Lagoa dos Patos. Passado o agitado período da consolidação da República, procurou melhores perspectivas na administração privada. Adminis­trou por alguns anos uma estância em Estação do Cerrito, em sociedade com seu proprietário.
Em 1904 foi chamado a servir sua terra natal na qualida­de de vice-intendente.
Em 1905, por falecimento do intendente coronel Leão dos Santos Terres, completou o seu mandato e foi eleito reeleito intendente de Canguçu, funções que exerceu até Jul. 1916, ou seja, por mais de 11 anos e meio (15 Fev. 1905-25 Jul. 1916). Em 1912, o autor regionalista citado escrevia:
"O que fez e o que lutou desde 1905 o coronel Genes Bento partindo de um momento de rudes dificuldades e into­lerantes agitações, o sucesso de seu esforço é a recompen­sa de sua dedicação nestes largos sete anos de vida pública. Dizem-no melhor que as palavras, a situação próspera do município, a justiça que lhe tributam os adversários e a arre-gimentação sólida do partido que chefia".

Ainda, em 1916, foi convocado pelo Presidente do Esta­do, Dr. Borges de Medeiros, para o exercício sucessivo das seguintes funções de confiança de 1816-1921: Subchefe de Polícia da 6a Região com sede em Jaguarão; Subchefe de Polícia da 1a Região com sede em Porto Alegre, Chefe de Polícia do Estado (função equivalente hoje de Secretário do Interior) e, finalmente, de Secretário da Presidência do Esta­do. Do exercício dessas funções de confiança deixou muito bem desenvolvido e organizado arquivo encadernado, hoje em poder de da Professora Yonne Maria Sherer Bento filha de Alfredo Sherer que exercei 4 mandatos como prefeito de Venâncio Aires e que ocupa cadeira Cel Genes Gentil Bento. E  esposa do Tabelião de Canguçu  José Moreira Bento, neto do Cel Genes Gentil em cuja casa se encontra o Arquivo de seu avo uma  fonte histórica    do Rio Grande do Sul 1916-1922.
No exercício de suas funções de subchefe e chefe de Polícia do Estado fez diversas intervenções pacificadoras em nome do Partido Republicano, traduzidas pelo exercício temporário das funções de intendente de São Luiz Gonzaga, São Francisco de Paula e Herval do Sul. Representou pes­soalmente o Presidente do Estado e agiu em seu nome em diversas situações.
Ao se transferir para Porto Alegre, o fez com toda a fa­mília, permanecendo em Canguçu seu filho o Tabelião Conrado Ernâni Bento.que foi prefeito em três ocasiões por cerca de 12 anos.
Em 1921 foi nomeado Notário do 3o Ofício de Porto Ale­gre, na rua da Ladeira, atual cartório Dorneles, que por mui­tos anos levou seu nome.
Faleceu em Porto Alegre em 16 de março de 1931, onde se encontra sepultado junto com a esposa. Dentre as publi­cações que ensaiam sua biografia registre-se o jornal Estado do Rio Grande, Porto Alegre, 16 mar. 1931.
Em Canguçu e Porto Alegre existem ruas com o seu nome.
Foi criador em 1913 do Colégio Elementar de Cangu­çu que por transformações sucessivas é o Grupo Escolar de Canguçu. Existe selo municipal de Canguçu com sua efígie. Segundo escreveu A Federação como parte de seu necro­lógio:
"Exerceu cargos de destaque como a chefia e subchefia de Polícia e Secretaria da Presidência do Estado, desem­penhando no período de 1916 a 1920, por incumbência do egrégio Dr. Borges de Medeiros, missões políticas em Pinhei­ro Machado, Lagoa Vermelha, Erexim, Uruguaiana, Vacaria, Jaguarao, Cruz Alta, São Borja, Santa Maria, São Leopoldo, São Francisco de Paula, Passo Fundo, Alegrete, Montene­gro, São Luiz, Santo Amaro e Triunfo.”.
Quando da Revolução de 1923, segundo o historiador Arthur Ferreira Filho que com ele privou
 O Cel Genes Gentil  com carinho organizou a Guarda Republicana de Porto Alegre destinada a defender Porto Alegre.de ações revolucionárias”,
Para evitar o que ocorreu em Pelotas tomada pelo General Zeca Neta, conforme a descrevemos na Revista do CIPEL de 2003. Foi membro  Comissão Executiva do Partido Republicano, sendo Vice-Presidente de Honra do Centro Republicano Júlio de Castilhos".
. O historiador Sérgio da Costa Franco, em Gente e Coisas da Fronteira Sul. Porto Alegre: Sulina, 2001, em "O dissídio entre os chimangos: carlistas e zeferinistas" as p. 131/174, descreve a pacificação des­te complexo dissídio pelo Cel. Genes Gentil Bento. O Cel. Genes possuía três irmãs. Uma casou com Antônio (Nico) Duarte do qual nasceu Isaura esposa Vador Rodrigues com grande descendência. Outra com Genuíno Aguiar e sogros de Antônio (Antonico) Valente com grande descendência em Canguçu e uma terceira casou em Pelotas, tendo como filho o atrista plástico Adail Bento Costa. Eram seus irmãos Hermes Laranja Bento,  e José (Cazusa) Monteiro Bento que foi o primeiro engenhei­ro agrônomo a se formar em Pelotas e depois professor da Escola Eliseu Maciel.
O historiador Sergio da Costa Franco ao estudar o Arquivo do Dr Borges de Medeiros existente no Instituto Histórico e Geográfico do RGS levantou e registrou a correspondência mantida pelo Cel Genes Gentil Bento com o Presidente do Rio Grande do Sul Dr Augusto Borges de Medeiros

Cel Claudio Moreira Bento. Natural de Canguçu. É presidente da Academia de História Militar Terrestre do Brasil, do Instituto de História e Tradições do RGS e das academias Canguçuense e Piratiniense de História
End: Rua Florença 266 Jardim das Rosas 27580-Itatiaia-RJ

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