A 8ª CAMPANHIA DO BATALHÃO DE FUZILEIROS EM CANGUÇU, AO COMANDO DO CAPITÃO ANTÔNIO DE SAMPAIO EM 1845-49

18/10/2010

Cel Claudio Moreira Bento(x)
A 8ª Companhia do 4º Batalhão de Fuzileiros que ao comando do Capitão Antônio de Sampaio, hoje consagrado patrono da Arma de Infantaria, teve a missão de consolidar a pacificação da Revolução Farroupilha em Piratini ex capital Farroupilha. E, em especial, em seu distrito de Canguçu onde ela aquartelou por cerca de 4 anos como sua Base de Operações. Isto, por ser considerado Canguçu, segundo o grande guerrilheiro imperial Ten Cel da Guarda Nacional Francisco Pedro de Abreu, o Moringue, que ali estivera baseado de agosto 1843/fev de 1845, “ como o distrito de Piratini de mais perigo e mais farrapo”.
E assim, em Canguçu foi presença pioneira na área da AZONASUL do hoje 9º Batalhão de Infantaria Motorizado – o Regimento de Tuiuti o Regimento de Sampaio, que tem como raiz histórica o citado 4° Batalhão de Fuzileiros. Unidade esta intimamente ligada à história do Patrono da Infantaria que a comandou, a integrou a sua Brigada na conquista de Paissandu e, por fim, em sua Divisão Encouraçada, na Batalha de Tuiuti onde atuou na sua Vanguarda sendo apelidado de O Vanguardeiro. Esta é a origem histórica e gloriosa do nome Regimento Tuiuti.
.Batalha vencida pelo general Osório que estudamos em nosso livro Bicentenário do General Osório o maior herói e líder popular brasileiro (Resende: AHIMTB/IHTRGS.2008). e intimamente ligado a Pelotas e cuja Delegacia da Academia de História Militar Terrestre do Brasil em Pelotas a batizamos como nome de seu neto Fernando Luiz Osório, um de seus biógrafos e destacado civil historiador militar brasileiro, além de consagrado historiador de Pelotas, na obra A Cidade de Pelotas, com várias edições que o historiador pelotense e canguçuense Flavio Azambuja Kremer conserva com muito carinho em seu precioso Armazém Literário em sua residência e que o batizou com o nosso nome
História do 4º Batalhão de Fuzileiros que passo a interpretar com apoio em estudos do acadêmico Cel Paulo Rocha Paiva. que buscou apoio em sua interpretação nos historiadores militares e patronos de cadeira em nossa Academia Cel Jonathas do Rego Monteiro e o General Paulo Queiroz Duarte. Apoio igualmente em informações dos falecidos historiadores do Regimento Tuiuti e correspondentes de nossa AHIMTB, os falecidos Major Ângelo Pires Moreira e Heloisa Assunção do Nascimento. E mais de nosso colega de Turma Aspirante Mega Antônio Alberto da Silva Lisboa que escreveu história inédita do Regimento, cujo exemplar único havia deixado com o comandante da unidade e cujo destino ele não sabe informar.
Interpretação que traduzimos sinteticamente em 2001 no livro 8ªBrigada de Infantaria Motorizada, em parceria com o Cel Luiz Ernani Caminha Giorgis as p.134/137, nas quais retifico que Sampaio não combateu a Revolução Farroupilha. E, sim, que de 1845/49 participou da consolidação de sua pacificação a partir de sua base de operações em Canguçu
O 4º Batalhão de Fuzileiros foi organizado em Recife, Pernambuco em 1842. E em 1945 foi destacado no Rio Grande do Sul, tendo aquartelado em Jaguarão integrando a 2ª Brigada ao comando do Cel Manoel Marques de Souza, 3º, o futuro de Porto Alegre, neto homônimo do Marechal de Campo Manoel Marques de Souza 1º, patrono da 8ª Bda Inf Mtz de Pelotas e que representara Caxias nas negociações da paz da Revolução Farroupilha, no Rio de Janeiro
Personagem riograndina cuja história abordamos em parceria com o Cel Luis Ernani Caminha Giorgis na reedição ampliada do livro Conde de Porto Alegre bicentenário 2004. Porto Alegre: Genesis ,2005, cujas abas são de autoria de sua descendente, jornalista Carmen Lúcia Ferreira da Silva , acadêmica da AHIMTB, .ocupante da cadeira Conde de Porto Alegre.
A 8ª Companhia do 4º Batalhão. De Fuzileiros foi destacada em Canguçu então distrito de Piratini, pelo Cel Manoel Marques de Souza 3º, ao comando do Capitão Antônio de Sampaio e com a concordância do Barão de Caxias, para consolidar a pacificação nas serras do Sudeste, E em Canguçu o Capitão Sampaio permaneceu por cerca de 4 anos e ali conheceu sua esposa Julia dos Santos Miranda, com quem casaria em Jaguarão, em cerimônia oficiada pelo padre .João Temudo Cabral Dinis que casara os pais de Julia em Canguçu quando foi dali pároco em 1818/1819.
Consolidada a Pacificada a Revolução, o 4º Batalhão de Fuzileiros retornou a Pernambuco para a pacificação da Revolução Praieira 1849/50 .
E o citado Batalhão retornou ao Rio Grande no qual foi incluído pela Ordem do Dia nº 65 de 26 de julho de 1852, e o Capitão Antônio de Sampaio foi promovido a Major por merecimento, três dias depois. E a partir de 1854 passou a exercer o comando interino do 4º Batalhão de Fuzileiros, tendo inclusive no seu comando integrado a Divisão Auxiliadora. E permaneceu no seu comando até a sua promoção a Ten. Cel por Decreto de 2 de dezembro de 1855.
Segundo o acadêmico Cel Paulo Rocha Paiva com base na obra; Estudo sobre a Organização dos Corpos de Tropas, as paginas 65, 66 e 24, que abordaram a visualização até 1934 do 4º Batalhão de Fuzileiros a partir do Batalhão Provisório de Pernambuco em 1839.
Este Batalhão retornou a Pernambuco e em maio de 1864 integrou a Brigada de Comando do Cel Antonio de Sampaio..Promovido Sampaio a Brigadeiro, o 4º BI da Brigada de Sampaio integrou a sua Divisão e foi a Vanguarda da Divisão na Batalha, de Tuiuti de 24 de maio de 1866.

O Jornalista Cairo Moreira Pinheiro Delegado da Academia de História Militar Terrestre do Brasil(AHIMTB) Delegacia Dr Fernando Luiz Osório de Pelotas, tendo ao fundo os três pavilhões que foram ocupadas pela 3ª Cia Com que ali esteve acantonada em 1950 e onde o Cel Claudio Moreira Bento Presidente da AHIMTB iniciou sua carreira no Exército como soldado em fev de 1950. O pai de Cairo Rui Pinheiro e um dos raros veteranos do Regimento Tuiui, do ano de 1935 do Regimento do Patrono da Infantaria .


Em 1908 o 4º Batalhão de Fuzileiros já intimamente ligado a vida de Sampaio, contribuiu para formação do 9º Regimento de Infantaria em Santiago e transferido na década de 20 para Pelotas. E em 1972 foi transformado em 9º Batalhão de Infantaria Motorizado. E, em razão de o 9º Batalhão de Infantaria descender do heróico 4º Batalhão de Fuzileiros recebeu a denominação histórica justíssima de Batalhão Tuiuti, Circunstância que o liga mais a vida e obra do Patrono da Infantaria que o próprio Regimento Sampaio, ao assim ser denominado por ser a mais antiga unidade de Infantaria do Exército e que carrega em suas tradições a de ser a única unidade brasileira que participou de operações de guerras transcontinentais: .A Libertação de Angola em 1648 do domínio holandês e sua participação na FEB onde teve a seu cargo o papel principal na conquista de Monte Castelo. E dentre os 21 gaúchos mortos na FEB 2 foram soldados do Regimento Tuiuti e filhos de Canguçu, honrando a terra onde o Regimento Tuiuti, historicamente contatou como 8º Cia do 4º Batalhão de Fuzileiros, cerca de 75 anos antes de aquartelar em Pelotas .
Em conseqüência, a 8ª Cia do 4º B.Fz. que esteve em Canguçu em 1845/49,por transformações, fusões e denominações sucessivas, liga-se intimamente ao Batalhão Tuiuti, no qual diversas gerações de canguçuenses tem nele prestado Serviço Militar.E inclusive o autor esteve aquartelado em 1950 em sua caserna quando prestou o Serviço Militar Obrigatório, na então 3ª Companhia de Comunicações proveniente de Fortaleza. onde Sampaio iniciara sua vida militar há 180 anos, na Fortaleza hoje sede da 10ª Região Militar, a frente da qual repousam seus restos mortais .


Fontes de pesquisa:
BENTO, Cláudio Moreira, Cel. Bicentenário do Brigadeiro Antônio de Sampaio. Patrono da Infantaria. Barra Mansa; AHIMTB, IHTRGS, ACANDHIS; 2010-07-21
(____). et GIORGIS, Luiz Ernani Caminha. 9º BI Mtz Regimento Tuiuti. In:8ª Bda Infantaria Motorizada.Porto Alegre: Genesis 2001 .p134/137
DUARTE, Paulo Queiroz, Gen. Voluntários da Pátria. Rio de Janeiro. BIBLIEX, v. 1
MONTEIRO, Jonathas do Rego,Cel . Organização dos Corpos de Tropas Coloniais. Arquivo do Exército 1934
PAIVA, Paulo Rocha, Cel. Os Batalhões de Infantaria na Guerra do Paraguai.( inédito)
(x) Presidente da Academia de História Militar Terrestre do Brasil, do Instituto de História do Rio Grande do Sul e das academias Canguçuense e Piratiniense de História

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